Por Paola de Moura e Guilherme Serodio
RIO - Enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, decidia deixar o governo Dilma Rousseff (PT), a bancada do PSB no Estado do Rio articulava nos bastidores sua mudança para o PMDB. Na próxima semana, os cinco deputados estaduais Marcelo Simão, líder do partido na Alerj, Armando José, Dr. Gotardo, Rafael do Gordo e Ricardo da Karol anunciarão oficialmente sua desfiliação. Dias depois, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, presidente estadual do PSB, também deixará a sigla. As informações foram confirmadas por um importante integrante do PMDB fluminense.
No Rio, o PSB e o prefeito Alexandre Cardoso são aliados fiéis do governador Sérgio Cabral (PMDB) e da presidente Dilma Rousseff. Cardoso inclusive já decidiu apoiar, nas próximas eleições, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) como candidato ao Palácio Guanabara. No entanto, consultado pelo Valor, o prefeito preferiu ser cauteloso.
"Conversei com deputados estaduais. Desde que seja possível apoiar o Pezão, eles querem permanecer no partido", afirmou Cardoso.
Para ele, um eventual rompimento com o governo federal prejudicaria o PSB no Rio. Sua bancada correria o risco inclusive de perder prováveis adesões de candidatos à Câmara dos Deputados.
"Essa decisão [de deixar o governo federal] nos pegou de surpresa. Isso era para ser discutido no ano que vem. Algumas pessoas ficaram preocupadas porque nós estamos no governo Cabral e o PSB tem uma posição de apoio ao Pezão", disse Cardoso. Segundo ele, em conversa com Campos, o presidente nacional garantiu que respeitaria a decisão da direção estadual.
"Mas evidentemente os deputados estaduais ficaram muito inseguros e os prefeitos também". Nos corredores da Alerj, no entanto, a mudança também é tida como certa. Aliados de Cardoso ocupam vagas tanto na prefeitura da capital como no Estado. O secretário estadual de Ciência e Tecnologia do Rio, Gustavo Reis Ferreira, foi eleito deputado estadual pelo partido. Na prefeitura o partido também indicou o titular da pasta de Ciência e Tecnologia - o professor da Universidade Federal Fluminense Franklin Dias Coelho.
Segundo integrantes da direção do PMDB no Rio, a maior parte da direção do PSB estadual também vai mudar de partido. Alguns saem para siglas novas como Solidariedade ou PSD, ambas aliadas de Cabral. No entanto, Roberto Amaral, atual primeiro vice-presidente e coordenador de relações internacionais do partido deve permanecer aliado a Eduardo Campos.
Recentemente, a direção nacional do PSB estudava a possibilidade lançar o ex-ministro da Saúde do governo Lula, José Gomes Temporão, candidato ao governo estadual em 2014. A estratégia visava garantir um palanque a Campos no estado.
Um dos nomes de maior visibilidade do partido no estado, o deputado federal Romário já desembarcou da legenda. Com o objetivo de concorrer à Prefeitura do Rio em 2016 na oposição ao PMDB, Romário promete definir na semana que vem sua futura legenda entre o PR, de Anthony Garotinho, e o PRB, do senador Marcelo Crivella.
Fonte: Valor Econômico
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