Novo aliado, que também era cortejado pelo PSDB, vê em socialista melhores condições de derrotar Dilma
Letícia Lins
RECIFE- O PPS oficializou ontem o apoio do partido à candidatura do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, à Presidência da República, nas eleições do ano que vem. No evento, realizado num hotel em Recife, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que vê mais chances de "derrotar o regime" (referindo-se ao governo Dilma Rous-seff, de quem Campos era aliado) no pré-candidato do PSB do que no presidente nacional do PSDB e também pré-candidato à Presidência, senador Aécio Neves (MG).
— Queremos derrotar o governo, e é mais fácil que isso ocorra com Eduardo do que com Aécio, porque ele traz para a oposição uma dissidência do regime. Eduardo já pontuou que o governo se esgotou. O PPS tem as mesmas críticas que o PSB faz à política econômica do governo, e, como o PSB, também acha que o governo se esgotou — disse.
Antes da adesão do PPS, Campos e Freire se reuniram, para discutir detalhes da formação da aliança que, até o momento, agrega o PSB, o PPS e a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, abrigada no PSB, desde que teve seu registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tempo de disputar as eleições de 2014.
Freire previu divergências entre as três agremiações, mas minimizou esses desencontros:
— Podemos dizer que temos mais convergências do que divergências. O PSB e o PPS têm muitos pontos em comum, principalmente no que diz respeito à gestão econômica do governo Dilma.
O presidente do PPS elogiou o documento divulgado no último congresso nacional do PPS — "Uma nova agenda para o Brasil, uma nova política, um novo governo" Disse, ainda que esse primeiro encontro com o PSB teve também o objetivo de evitar eventuais problemas na formação da aliança:
— É importante saber como está sendo feito (o programa de governo). Queremos saber como está sendo feito, para darmos nossa colaboração. Nosso lema é descomplicar — disse Freire.
Em seu discurso, ao receber o apoio formal do PPS, Campos afirmou que o pacto político vigente em Brasília não expressa mais o pacto social que o Brasil deseja. Segundo Campos, e o que o país necessita é de ideias novas que conduzam as forças políticas que estão ao lado delas a "uma grande vitória em 2014".
— Esse pacto político que está em Brasília, hoje, já deu o que tinha que dar — disse: — O Brasil quer o debate. O Brasil vai ter o debate. E quem tem segurança do que representa, quem tem segurança do que propõe não corre do debate. Nunca corri do debate na minha vida. Disputei eleições que muitos diziam perdidas, que ganhei.
Fonte: O Globo
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