Mensagem dirigida a amigos, no Facebook, porém, não deixa clara desistência de candidatura
Flávio Ilha
SÃO PAULO e CAXIAS DO SUL (RS) - Em mensagem postada ontem à noite no Facebook e dirigida a amigos, o ex-senador José Serra (PSDB) disse que os dirigentes do PSDB devem formalizar logo o nome do senador Aécio Neves ao Palácio do Planalto: "Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente."
Serra, no entanto, não deixa claro na mensagem se desistiu da candidatura. Mais cedo, em Caxias do Sul (RS), ele criticou, um dia antes de seu partido apresentar uma cartilha com 12 diretrizes políticas e econômicas para o país, a falta de projetos que garantam um novo ciclo de desenvolvimento ao Brasil. Segundo ele, "não há nada em gestação" neste momento no cenário político nacional.
— Estamos vivendo o fim de um ciclo que eu chamaria, sem entrar em polêmica política, do ciclo lulista de desenvolvimento. Mas o grande problema do Brasil não é só o fim do ciclo, é que não há nada em gestação. Falta um novo projeto. Pior do que terminar o ciclo tem sido a falta de movimento na direção de um novo ciclo que seja mais benigno que o anterior — afirmou Serra.
Após palestra para empresários, quando perguntado se ainda poderia disputar a indicação do PSDB à Presidência da República com Aécio, Serra respondeu que essa "não é uma questão que está posta" Indagado, então, sobre quem seria seu candidato à Presidência, encerrou abruptamente a entrevista.
Serra disse que não participará amanhã do lançamento da cartilha com as diretrizes do PSDB para a campanha presidencial de 2014 porque já tinha uma palestra agendada em São Paulo. O ex-senador também negou que possa disputar uma vaga na Câmara em 2014 para alavancar a bancada federal tucana.
Confrontado com o teor político de suas declarações, o tucano disse que fez uma análise da economia e não poderia deixar de falar do poder federal. Segundo ele, sua palestra "não teve nada a ver com disputa eleitoral" Em 2010, Serra teve 60% dos votos na disputa presidencial contra Dilma Rousseff, em Caxias do Sul, vencendo no primeiro e no segundo turnos.
Em sua exposição, Serra também citou as desigualdades regionais e reclamou que muitos projetos federais "ficaram para trás" no Rio Grande do Sul devido à má gestão política:
— Tive um dia a aspiração e, se puder, terei no futuro também, de poder consertar isso. Seria uma tarefa relativamente fácil para a administração federal.
Para o ex-senador, mesmo com recursos oriundos de uma conjuntura internacional favorável, o Brasil investiu em infraes-trutura nos últimos anos menos do que a metade de países emergentes.
Fonte: O Globo
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