Em uma postagem numa rede social, com 304 caracteres, o ex-governador de São Paulo José Serra defendeu que o PSDB deve oficializar a candidatura de Aécio Neves (MG) ao Palácio do Planalto. "Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente", disse Serra, concorrente tucano a presidente em 2002 e 2010, em texto publicado no Facebook no começo da noite.
Pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves lança hoje, em ato no auditório Nereu Ramos, da Câmara, o seu decálogo — que pode desdobrar-se para 12 pontos — com críticas à administração petista ao longo dos últimos anos. Um dos principais coordenadores da futura campanha presidencial tucana, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirma que não se trata de um programa de governo. "É um balizamento ideológico para o momento em que estamos vivendo no país", afirmou.
O documento será estruturado em cinco eixos principais: área econômica, internacional, políticas sociais, reforma do Estado e democracia. "Daqui até a eleição, muita coisa vai acontecer: teremos Natal, ano-novo, carnaval e Copa do Mundo. A campanha só vai começar no meio do ano que vem", lembrou Pestana. "Além disso, o eleitorado só começa a prestar atenção de fato na disputa eleitoral nos últimos 45 dias, quando começar a propaganda eleitoral de rádio e televisão", completou o tucano mineiro.
Os pontos que serão apresentados hoje têm permeado as intervenções de Aécio nos últimos meses. O tucano vai falar, por exemplo, que o governo tem gerado uma insegurança na economia, ao abrir mão da estabilidade e responsabilidade fiscal. Ontem, ele esteve, pela terceira vez em menos de um mês, reunido com representantes do setor produtivo brasileiro para reforçar que foi o PSDB o responsável pela estabilidade econômica e pelo controle da inflação, fundamentais para a retomada do crescimento do país.
Política social
Na área internacional, o PSDB vai cobrar um realinhamento diplomático do país. "Estamos, mais do que devíamos, ligados a esse terceiro mundismo e a essa diplomacia de quinta, nos aproximando de figuras como o finado Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás Maduro (Venezuela); de Cristina Kirchner (Argentina) e Raúl Castro (Cuba)", criticou Pestana. "Todos acompanham a situação econômica e social destas nações", reforçou o deputado do PSDB.
No campo de políticas sociais, o próprio Aécio reconhece os avanços da gestão petista, sobretudo a partir da unificação dos cadastros de beneficiários. Mas o PSDB afirma que a gênese dos programas sociais foi lançada no governo de Fernando Henrique Cardoso. Além disso, na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou projeto de Aécio incorporando o Bolsa Família à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). "O PT quer manter as políticas sociais como um programa eleitoral, e nós queremos que eles se transformem em políticas de Estado", explicou Pestana.
O PSDB também vai insistir na questão da democracia. E vai se aproveitar do 5º Congresso do PT, encerrado no último sábado, em que ocorreram diversas manifestações de apoio aos petistas presos após o julgamento do mensalão. Os tucanos vão reforçar que o partido de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando confrontados, pregam o desrespeito às instituições. No caso, o exemplo que será dado pelo PSDB são as críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa. Aécio e seus correligionários também dirão que a mesma regra vale para a imprensa.
Por fim, virá a reforma do Estado. "Aécio tem o que mostrar nessa área, ao implantar o choque de gestão no governo de Minas. O PT inchou o Estado brasileiro, aparelhou as agências reguladoras e extinguiu a meritocracia no serviço público federal", atacou um dos coordenadores da pré-campanha de Aécio.
Líder na Câmara
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reúne, na noite de hoje, as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado para a confraternização de fim de ano. Além de um balanço de 2013, os tucanos farão projeções para 2014. Uma das preocupações do pré-candidato tucano à Presidência é a disputa pela liderança na Câmara. A exemplo do que aconteceu neste ano, Aécio pretende que a sucessão de Carlos Sampaio (SP) se dê sem traumas ou cisões políticas.
Fonte: Correio Braziliense
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