sábado, 31 de maio de 2014

Opinião do dia – Roberto Freire

Para onde quer que se olhe, o partido que recebeu o voto dos brasileiros não entregou o que prometeu. Com o coronelismo assistencialista disfarçado sob uma nova roupagem, as alianças espúrias com o que há de mais atrasado na política brasileira e a associação desbragada com o sistema financeiro, o atual governo não será capaz de levar a cabo as mudanças desejadas por 74% da população, segundo o Datafolha. Se os petistas ainda preservam alguns valores caros à esquerda, os governos de Lula e Dilma aderiram à agenda da direita mais retrógrada. O medo venceu o PT.

Roberto Freire é deputado federal (SP) e presidente nacional do PPS. “Da esperança ao medo, a mutação do PT”. Portal UOL, 30 de maio de 2014

Barbosa foi ameaçado por telefone

Além das intimidações nas redes sociais, o presidente do STF, que anunciou sua aposentadoria para o fim de junho, recebeu ligações em casa e no gabinete com frases como “sua hora está chegando”. Apesar do interesse em ter Joaquim Barbosa em seus quadros, partidos descartaram filiação em curto prazo.

Ameaças telefônicas

• Além dos ataques nas redes sociais, Barbosa recebeu intimidações por telefone até em casa

Cristiane Jungblut, Fernanda Krakovics e Jailton carvalho – O Globo

As ameaças contra o ministro Joaquim Barbosa, que precipitaram seu pedido de aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme revelado ontem pelo GLOBO, não se restringiram às redes sociais e à manifestação de petistas na saída de um bar em Brasília. Ao jornal “A Tarde”, o chefe de gabinete da presidência do STF, diplomata Sílvio Albuquerque Silva, afirmou que ameaças de morte eram feitas em ligações para o gabinete e até para a residência do ministro.

— Havia ameaças de morte, com telefonemas para o gabinete e a casa dele, com frases covardes como: “Sua hora está chegando” — relatou o diplomata, que ressaltou a exaustão física do ministro:

— Ele chegou ao seu limite. Não aguentava mais. Cansaço físico e consciência do dever cumprido.

Mas sinto-o aliviado pela decisão.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do STF informou que as razões da aposentadoria de Barbosa são de “foro íntimo” e destacou que o chefe de gabinete da Presidência do STF não deu entrevista sobre o tema para nenhum veículo de comunicação.

O jornal A Tarde, porém, confirmou a informação, dada ao colunista Adilson Borges.

A Polícia Federal já concluiu um dos inquéritos sobre ameaças de morte contra Joaquim Barbosa, mas por requisição do Ministério Público Federal teve que reabrir o caso e aprofundar a apuração. Há duas semanas, o procurador da República Francisco Guilherme pediu que a polícia verifique a identidade e os vínculos partidários de Sérvolo de Oliveira e Silva, apontado como um dos autores das ameaças contra Barbosa. Sérvolo foi identificado como secretário de Organização do PT do Rio Grande do Norte. Mas, para o MP, a polícia teria se baseado em informações da imprensa, o que não poderia se configurar como prova em um eventual processo judicial. O inquérito foi aberto em fevereiro, a partir de uma reclamação do presidente do STF, e não tem prazo para ser relatado em caráter definitivo.

Por lei, o MP pode pedir o aprofundamento das investigações quantas vezes achar necessário.

Cardozo nega pleitear o cargo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que foi surpreendido pela decisão do presidente do STF de se aposentar em junho. Barbosa poderia ficar no tribunal até outubro de 2024, quando completa 70 anos, idade em que os ministros são obrigados a deixar a toga.

— Eu não imaginava que o presidente Joaquim fosse sair. Decisão pessoal dele. Tem que ser respeitada — afirmou Cardozo.

Indagado se ele mesmo poderia ser indicado pela presidente Dilma Rousseff para substituir Barbosa, o ministro da Justiça negou.
— Eu não pleiteio isso. Não é a minha intenção.

Deputados e senadores se mostraram preocupados ontem com a informação de que Barbosa antecipou sua aposentadoria depois de ter sofrido ameaças decorrentes do julgamento do mensalão. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que Barbosa tem motivos para se preocupar:

— O ministro Barbosa deve ter todos os motivos dele. Ele viu o caso de Celso Daniel (então prefeito de Santo André e que foi assassinado), ele não pode deixar de ter motivo de preocupação. Afinal, foi ele o responsável por ter colocado os líderes da quadrilha do PT na Papuda — disse o líder tucano. O senador Pedro Taques (PDT-MT) lamentou a aposentadoria prematura de Barbosa:

— No Brasil, hoje, existe uma quadrilha digital para difamar pessoas, ameaçar pessoas. O ministro Joaquim Barbosa deve ter avaliado isso. Eu, como senador e como cidadão, sinto muito sua aposentadoria porque ele tinha muito a contribuir.

Sobre a possibilidade de Barbosa se engajar já neste ano em alguma campanha eleitoral, lideranças políticas de oposição descartam essa hipótese.

Integrantes do PSDB e do PSB afirmam que o ministro não arriscaria pôr em xeque a isenção do julgamento do mensalão.

— Não tem nenhum trabalho nesse sentido. Um homem como ele, que tem a personalidade que tem, ninguém vai conduzi-lo a um apoiamento de A ou B. Ele tem convicções nítidas — afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy. Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral ressaltou que Joaquim ainda não se aposentou e que, até lá, ele segue sendo presidente do Supremo

PIB mostra economia 'praticamente estagnada', diz líder do PSDB

Daiene Cardoso - Agência Estado

O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), disse nesta sexta-feira, 30, que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre indica que a economia está "praticamente estagnada e sem perspectiva de recuperação". De acordo com Imbassahy, empresários e famílias estão mais pessimistas, os investimentos continuam em queda e o País passa por um processo de desindustrialização.

"É o final melancólico de um governo que não deixará saudades", diz, em nota distribuída pela assessoria da bancada na Casa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 0,20% no primeiro trimestre de 2014 em relação aos últimos três meses de 2013. Na comparação com o primeiro trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto avançou 1,90% no primeiro trimestre de 2014. "Os investimentos caíram, substancialmente, e os gastos do governo são a única coisa que cresce seguidamente, batendo em quase quatro vezes o crescimento do PIB no primeiro trimestre", afirma.

Conforme o líder do PSDB na Câmara, a paralisia da economia e o desperdício no uso dos recursos públicos marcam o governo do PT. "É a marca do governo Dilma: um quadro de estagnação com inflação alta, que penaliza, principalmente, os brasileiros mais pobres, reflexo do baixo investimento, das taxas de juros cada vez mais altas e do desperdício na utilização dos recursos públicos. Um governo que fracassou", considera.

Assim como o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), Imbassahy acredita que a política econômica baseada no consumo interno chegou ao limite. "As famílias estão endividadas, sofrem com a inflação que corrói seu poder de compra, e a inadimplência já atingiu índices preocupantes", afirmou o líder do PSDB.

Imbassahy finaliza a nota classificando o crescimento econômico como "pífio", longe do cenário "irrealista" apresentado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Um País que quer crescer de forma sustentável tem de manter sua taxa de investimento em torno de 25% do PIB para permitir ganhos de produtividade e o aumento da produção de bens e serviços. Nossa taxa não chegou a 18% no primeiro trimestre de 2014 e, infelizmente, Dilma já deu todos os sinais de que não sabe o que fazer para reverter esse quadro", afirma.

Base aliada cogita quebra de sigilo de Gabrielli em CPMI

Ricardo Brito - Agência Estado

Integrantes de partidos da base aliada da Câmara defendem que a CPI mista da Petrobras foque suas investigações nos personagens centrais da estatal e chegam até a apoiar a proposta, feita esta semana pela oposição, de quebrar o sigilo bancário do ex-presidente da empresa José Sérgio Gabrielli. Na próxima segunda-feira (2), o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), vai apresentar um plano de trabalho que deve ser questionado pela base e pela oposição.

A maior preocupação do Palácio do Planalto é com os deputados aliados. A avaliação é a de que, ao contrário da CPI formada apenas pelos senadores, na CPI mista, que inclui a Câmara, o controle é menor, dada a insatisfação dos deputados. Eles defendem que as investigações sejam concentradas, destacando o fato de que a comissão, com 180 dias de prazo para funcionar, vai atuar durante o período da Copa do Mundo, das convenções partidárias e da campanha eleitoral.

Para o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), a CPI mista deveria, no início, requisitar documentos de investigações e da Justiça e pedir a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos suspeitos de envolvimento em irregularidades. "Não adianta chamar para depor agora", avaliou o peemedebista, que meses atrás liderou uma rebelião da base contra o Planalto.

Com o aval da bancada do partido, Cunha afirmou que vai propor, na reunião que decidirá o roteiro de trabalho da CPMI, que a apuração sobre compra da refinaria de Pasadena poderia começar pela requisição de todos os documentos que estão nos órgãos de fiscalização e os processos de arbitragem e judiciais que correram foram do País.

O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), ex-integrante da CPI dos Correios, que apurou o escândalo do mensalão, em 2005, disse ser favorável a analisar documentos ao mesmo tempo em que são convocadas autoridades e envolvidos para depor. "Tem coisa errada (na Petrobras), o que falta é materializar", afirmou.

Na avaliação do petebista, o melhor período da estatal para se achar "alguma coisa" é durante a presidência de Gabrielli, de 2005 a 2012. "Apoio a quebra de sigilo dele", disse, referindo-se à sugestão feita na primeira reunião da CPI pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG).

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), ligado ao também presidenciável Eduardo Campos, defendeu que a comissão foque em aprovar no máximo 15 requerimentos e não abra muito o leque de investigações no programa de trabalho do relator. "A gente não pode ficar tergiversando", avaliou.

Brasil fica em 24º lugar em ranking mundial de crescimento econômico, mostra estudo

• País perde de Reino Unido, Estados Unidos, que estão saindo de crise

• Na América Latina, expansão no primeiro trimestre ficou atrás de Peru e Chile

Ronaldo D'Ercole - O Globo

SÃO PAULO - O fraco desempenho da economia no primeiro trimestre fez com que o Brasil ficasse na 24ª posição entre as economias que mais cresceram no mundo neste início de ano, de acordo com ranking elaborado pela Austin Rating. Entre os países latino-americanos, o Brasil superou o México (25º, com 1,8% de alta do PIB na comparação com o primeiro trimestre de 2013), mas está atrás do Peru, o sexto colocado, que teve expansão de 4,8%, e do Chile, o 18º, cuja economia avançou 2,6% no período.

O IBGE divulgou nesta sexta-feira que o PIB (soma de bens e serviços produzidos) do país teve crescimento de 0,2% de janeiro a março deste ano, na comparação com quatro trimestre de 2013, e de 1,9% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Na compilação da Austin, a China segue com folga na liderança, com expansão de 7,4% na comparação do primeiro trimestre deste ano com igual período de 2013, seguida de Malásia (6,2%) e das Filipinas (5,7%). Apesar da crise que resiste na Europa e na América do Norte, grandes economias dessas regiões conseguiram crescer mais que o Brasil.

O Reino Unido, o 112º da lista, avançou 3,1% no primeiro trimestre, enquanto os Estados Unidos e Alemanha (21º e 22º, respectivamente) tiveram taxa de expansão de 2,3% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

No ranking do primeiro trimestre de 2013, também elaborado pela Austin, o Brasil aparecia na 11ª posição, igualmente com uma expansão de 1,9% sobre os primeiros três meses de 2012.

Alex Agostini, economista-chefe da Austin, chama a atenção para o fato de que, além dos asiáticos Indonésia, Tailândia e Filipinas, o Brasil agora cresce menos também que boa parte das economias do Leste Europeu, como Lituânia (3,1%), Letônia (2,8%), Eslováquia (2,4%) e Polônia (3,3%).

— Nos últimos 20 anos, desde o Plano Real, o Brasil cresce a uma taxa média de 3% ao ano, com uma inflação média de 7,2% ao ano, situação diferente dos países do Leste Asiático, que, depois da crise de 1997 na região, conseguiram se recuperar e têm inflaçao menor que a brasileira — observa Agostini, acrescentando: — Isso significa que o Brasil tem problemas crônicos de ordem doméstica na condução da política macroeconômica, porque não consegue crescer mais nem combater a inflação.

Agostini lembra ainda que, mesmo as economias desenvolvidas como as da Alemanha e dos Estados Unidos, que normalmente crescem pouco, apesar da persistência da crise já superam o Brasil.

— Esse crescimento de 1,9% no trimestre mostra que o país não consegue achar a direção correta de sua política econômica.

No Brasil, o consumo das famílias caiu 0,1% no primeiro trimestre do ano frente aos últimos três meses de 2013, pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2011, quando havia encolhido 0,3%. A agropecuária avançou 3,6% na mesma comparação. Já a indústria caiu 0,8%, no terceiro trimestre consecutivo de recuo.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador de investimentos, também encolheu: 2,1%.

Campos diz que Dilma entende de parar o Brasil

• Presidenciável classificou de lamentável o PIB de 0,2% no primeiro trimestre do ano

Sérgio Roxo – O Globo

OSASCO (SP) - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, classificou de lamentável o PIB de 0,2% no primeiro trimestre do ano divulgado nesta sexta-feira.

- O Brasil continua no caminho que a gente não queria ver. O caminho de baixo crescimento, com inflação alta, com juros altos. Até dezembro do jeito que vai, nós vamos ter um governo que submeteu o Brasil ao mais baixo crescimento da história republicana. É lamentável isso.

Na avaliação do presidenciável, só uma mudança na eleição de outubro pode reverter o quadro.

- Agora cada vez fica mais evidente que só vai ter melhoria na economia se houver a mudança política que o Brasil espera - disse Campos, depois de participar de uma sabatina, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, promovida por associação de jornais do interior do estado.

O pré-candidato atacou novamente a presidente Dilma Rousseff quando foi questionado sobre a avaliação da petista de que com uma meta de inflação de 3%, proposta de Campos para 2019, haveria um aumento do desemprego:

- O que causa desemprego e paralisia da economia é inflação em alta e disso a presidente Dilma entende. Ele pegou o Brasil crescendo a 7,5% em 2010 e no quarto ano (do governo) está crescendo nesse trimestre 0,2%. Ela entende de parar o Brasil

Mantendo a linha de prometer romper com a velha política, o presidenciável criticou as alianças dos governos com os ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney.

- Somos a sétima economia do mundo. Não somos condenados a ser governados pelos Sarneys e Collors da vida.

“Temos experiências distintas”, diz Campos sobre Aécio
Ainda dentro da estratégia que se diferenciar de Aécio, adotada nas últimas semanas, Campos usou até o ex-presidente Lula, padrinho de Dilma, para comprovar que não está no mesmo campo político que o tucano.

- Quando ele estava no governo com Fernando Henrique, nós estávamos na oposição. Quando nós estávamos com Lula no governo, ele estava na oposição. Nós temos experiência distintas no plano nacional depois (da campanha) das Diretas Já.

Mas, ao contrário do que havia feito no programa "Roda Viva" na última segunda-feira, Campos se comprometeu a manter a sua candidatura a presidente mesmo que o PT resolva trocar Dilma por Lula na cabeça da chapa na eleição deste ano.

- A nossa decisão sobre a pré-candidatura foi tomada independentemente da candidatura que vai vir de outro lado da política. Nós não vamos mudar a nossa decisão se outros mudarem a decisão

O pré-candidato se irritou durante a sabatina quando foi questionado por um repórter sobre baixo indicadores sociais de Pernambuco. Indagado se a sua gestão no comando do estado poderia, mesmo assim, ser uma vitrine para a eleição presidencial, respondeu:

- Acredito que sim, porque quem vive lá, diferentemente de você, e conhece o quanto esses indicadores melhoraram, teve a oportunidade falar sobre essa gestão quando deu 83% (de votos) ao governador que estava disputando a reeleição.

Apesar da melhora, Pernambuco ainda ocupa posições baixas no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) do Ministério da Educação. Já o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), referente ao ano de 2010, quando Campos já tinha quatro anos de mandato, mostra uma queda na posição do estado em relação a 2000.

Caiu da 14ª para a 18ª posição entre os 26 estados brasileiros. O IDH mede o progresso de longo prazo levando em consideração renda, educação e saúde.

PSB cede e candidatura de Miro Teixeira ao governo é viabilizada

• Partido concorda com aliança que facilita eleição de deputados do PROS em troca de palanque para Eduardo Campos no Rio

Isabel Baga – O Globo

BRASÍLIA - A candidatura do deputado Miro Teixeira (PROS) ao governo do Rio foi finalmente sacramentada. Após semanas de negociação, o PSB concordou em formalizar uma aliança na chapa de deputados federais que facilitará a eleição de deputados do PROS em detrimento dos nomes do próprio PSB. A formalização do apoio que dará ao ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos um palanque no Rio foi feita por meio de uma nota enviada a Miro pelo vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.

- Está consolidada a coligação que já existia. A nota reafirma o apoio à nossa candidatura. O Hugo Leal e Liliam Sá se elegeriam mesmo sem coligação, porque há uma chapa organizada com qualidade de voto. A discussão se travava mais no ambiente político para se fazer uma campanha solidária como diz essa nota do PSB.é uma nota séria de síntese política - explicou Miro Teixeira.

Os partidos haviam estabelecido como data-limite para sacramentarem o acordo esta sexta-feira. Até o meio da semana havia grande dúvida sobre a possibilidade de a aliança na chapa proporcional ser fechada, já que ela pode levar à perda de uma vaga pelo PSB do Rio. O PROS vinha sendo cortejado também por outros partidos, sobretudo pelo PT, que terá como candidato ao governo o senador Lindbergh Farias. Miro, no entanto, minimiza o tensionamento das últimas semanas.

- A aliança é um posicionamento político que está muito bem sintetizado na nota do PSB, que revela que é uma aliança que não se faz nos padrões que hoje parecem convencionais. Trata-se de uma discussão política em favor do estado, em torno de uma candidatura a presidente e a vice com Eduardo (Campos) e Marina (Silva). Acabamos constituindo um palanque solidário e organizado exclusivamente com preocupações políticas sem negociação de cargos - defende Miro.

Na próxima semana, os partidos vão começar a costurar um documento com um plano de metas para o eventual governo. A ideia é trazer propostas sintéticas para serem tratadas publicamente.

Maluf sela acordo com PT e diz que tempo de TV garante vitória de Dilma

• Petistas posaram para foto ao lado do deputado do PP, repetindo cena polêmica na eleição municipal de 2012. Dessa vez, porém, Lula não apareceu

• Acordo garante mais 1min15 para programa do pré-candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha

Tatiana Farah - O Globo

SÃO PAULO - Chamando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “grande estadista” e afirmando que a presidente Dilma Rousseff será reeleita no primeiro turno, o deputado Paulo Maluf selou nesta sexta-feira a aliança do PP com o petista Alexandre Padilha, que concorrerá ao governo paulista. Petistas e Maluf posaram para fotos sem constrangimentos na Assembleia Legislativa, repetindo as cenas polêmicas da eleição municipal, quando Maluf recebeu em sua casa Lulae o então candidato Fernando Haddad. Dessa vez, o ex-presidente Lula não participou da foto.

O acordo deve render 1min15 a mais para o programa de TV de Padilha. A expectativa é que o petista tenha mais tempo de televisão do que Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. A estratégia é importante para fazer com que o ex-ministro seja mais conhecido pelo eleitorado de São Paulo.

Para Padilha, a aliança seria alvo de críticas de quem, “até quatro dias atrás”, esperava uma aliança com o PP. O petista se referia à participação do partido de Maluf no governo de Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. Ontem, correligionários de Maluf deixaram o governo tucano. O deputado, que responde a processos por corrupção e crimes financeiros, “rifou” rapidamente os ex-aliados tucanos, criticando a segurança pública e a falta de investimentos no sistema de abastecimento de água:

— Quando se diz que falta água na cidade de São Paulo porque falta chuva, isso é uma masturbação paraguaia. Falta água na cidade de São Paulo porque não foram buscar nos devidos mananciais e porque a rede da cidade de São Paulo é uma peneira: 30% do que se capta é perdido. Há 20 anos essa rede está furada e há 20 anos não se troca esse rede no governo dos tucanos.

Aplaudido pelos petistas, Maluf brincou com as suposições de que o segundo turno presidencial seria disputado por Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB):

— Sonhar é gratuito. Eu tenho 22 eleições, entre as que disputei e apoiei, e não me iludo. Eleição você faz com imagem e com mensagem, a presidente Dilma tem imagem e, para a mensagem, vai ter quase 14 minutos de televisão contra quatro minutos de Aécio e dois de Eduardo Campos_ disse Maluf, afirmando que, ao todo, Dilma terá 600 inserções em comerciais TV, mais que a soma de grandes anunciantes, como "Casas Bahia, Petrobras, Caixa".

Quanto à ausência de Lula no encontro, Padilha afirmou:

— São situações completamente diferentes. Porque hoje a relação do PT com o PP está sólida em vários municípios.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que não há constrangimento em aparecer em fotos ao lado de Maluf, que já foi um dos maiores adversários dos petistas. Segundo ele, fotos são feitas todos os dias, “com selfies em celulares”. Falcão também corrigiu a afirmação de Maluf de que Dilma teria 14 minutos de TV. Pelas contas do PT, se o PR confirmar a aliança, o PT terá 12 minutos.

O encontro em São Paulo tenta pacificar o PP em relação a aliança do partido com a candidatura de Dilma. Em alguns estados, o PP se rebelou, como no Rio Grande do Sul, onde deve se aliar ao PSDB. Falcão adiantou que ontem o acordo foi discutido entre ele, Lula e o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira. Segundo Falcão, o PP entregou ao PT uma lista com onze pontos para o programa de governo.

— Não estamos atrás de cargos nem de benefícios — disse Ciro.

Já Padilha não poupou elogios ao apoio de Maluf ao governo petista:

— O senhor sempre foi um deputado extremamente fiel aos projetos do presidente Lula — disse o pré-candidato do PT.

Participaram do evento desta sexta-feira, além de Maluf, Ciro Nogueira, Padilha e Falcão, o ex-ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do PP, o ministro Ricardo Berzoini, de Relações Institucionais, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que participará da coordenação da campanha de Dilma, e Emídio de Souza, presidente estadual petista.

O PP de Maluf havia apoiado o PT nas eleições municipais, em 2012, quando Fernando Haddad foi eleito. Na ocasião, Haddad e o então presidente Luíz Inácio Lula da Silva tiveram que ir até a casa de Maluf, nos Jardins, bairro nobre na zona sul da capital paulista, onde foram fotografados juntos, para fechar a aliança.

O episódio gerou descontentamento de parte da militância petista, que sempre viu Maluf como adversário. Depois do aperto de mão, Maluf só voltaria a aparecer publicamente ao lado de Haddad na festa da vitória.

Em contrapartida pelo apoio, o prefeito aceitou a indicação do PP para a Secretaria de Habitação, comandada pelo empresário José Floriano de Azevedo Marques Neto. A área tem sido alvo de protestos constantes de movimentos de moradia.

Oposição quer suspensão de decreto da consulta popular

• DEM entra com projeto pedindo revogação e já tem apoio do PSDB

• Mendonça Filho diz que Dilma quer criar ‘ conselhos dos amigos do poder’ e tutelar o Legislativo, lugar de debates públicos

Cristiane Jungblut e Mônica Garcia - O Globo

BRASÍLIA E RIO - A oposição quer a suspensão do decreto da presidente Dilma Rousseff que obriga os órgãos do governo a promover consultas populares sobre grandes temas, antes de definir as políticas a serem adotadas. Ontem, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), apresentou projeto prevendo a revogação do decreto que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS).

Ele ameaçou colocar seu partido em obstrução e não votar medidas provisórias, na próxima semana, caso Dilma não volte atrás, ou caso o Congresso não aprove sua proposta, que ele pretende que seja votada com urgência.

Mendonça Filho, que discutirá a questão na reunião dos líderes partidários da próxima semana, cita a Constituição para defender a revogação do decreto e afirma que é da competência do Congresso “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

— Esse decreto da presidente Dilma é uma aberração. É uma desfaçatez o PT e a presidente Dilma chegarem ao nível de passar por cima do Legislativo, caixa de discussão e ressonância da sociedade. Dilma quer criar um poder paralelo — criticou Mendonça Filho.

Para ele, os integrantes das novas estruturas serão escolhidos pelo governo, o que já vicia todo o processo.

— Serão os Conselhos dos Amigos do Poder. Quer criar um poder paralelo e ainda cria cidadãos de primeira e segunda classe. Para ser ouvido, o cidadão comum tem que estar associado a uma ONG ou a um sindicato — disse ele.

Mendonça Filho acredita que vai angariar apoio:

— O presidente da Câmara, Henrique Alves, tem sido um guardião das prerrogativas do Poder Legislativo e não vai aceitar isso — disse.

PT diz que ideia é ter diálogo
O PSDB já apoia a proposta do DEM. O líder do partido tucano, deputado Antonio Imbassahy (BA), já pediu à sua assessoria para analisar se o decreto não fere a Constituição.

— Querem estabelecer uma gestão bolivariana no Brasil. Propostas como essa são um movimento típico de quem perdeu o rumo, como este governo. O PT fez um trabalho para enfraquecer as instituições. Eles querem controlar os movimentos, mas vêm perdendo legitimidade — disse Imbassahy, alegando que há uma tentativa de enfraquecer o Legislativo como Casa de representação da sociedade.

O PT reagiu à iniciativa do DEM. O vice-líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), disse que é preciso manter o decreto presidencial.

— O que a presidente Dilma quer é institucionalizar o diálogo com a sociedade, que não pode ser feito apenas quando se vai votar um projeto de lei no Congresso. E o DEM não é afeito a esse tipo de coisa — alfinetou Guimarães.

Na prática, o decreto da presidente Dilma obriga órgãos da administração direta e indireta a criar estruturas de participação social, como o conselho de políticas públicas; a comissão de políticas públicas; a conferência nacional; a ouvidoria pública federal e a mesa de diálogo, além de fórum interconselhos; audiência pública; consulta pública; e ambiente virtual de participação social. Alguns desses mecanismos já são usados pelas agências reguladoras. Para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), segundo informação da assessoria do órgão, o decreto não traz nenhuma novidade porque os artigos que tratam de audiência pública e consulta pública já são seguidos pela agência. A Aneel entende que qualquer mudança em função do decreto será apenas de nomenclatura. O mesmo argumento se repete em outras agências, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que também acredita que já cumpre boa parte das normas, e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que garante já abrir espaço para a sociedade.

Uma das críticas ao decreto é que ele pode aumentar a burocracia e levar à maior demora na tomada de decisões. Da base governista, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse ter certeza que, se o decreto causar problemas à agilidade do governo, a presidente Dilma vai rever a decisão.

— Vou analisar com cuidado, mas a presidente pode propor conselhos. Se a presidente achar que o modelo causou lentidão, acredito que ela mesmo acabará voltando atrás — disse Cunha.

Especialistas divergem
Entre os especialistas, há divergências. O professor de Administração Pública da UnB José Matias-Pereira disse que o decreto é uma “atitude arrogante e autoritária” do governo. Ele acredita que o PT promove um movimento de enfraquecimento das instituições, ao atacar o Poder Judiciário e o Ministério Público, por exemplo. E lembrou que pode haver um aparelhamento, já que o PT e outros partidos controlam as principais estruturas sociais, como sindicatos:

— A aplicação desse decreto seria um retrocesso para a democracia brasileira. E leva a uma sentença de morte ao Poder Legislativo como caixa de ressonância da sociedade.

O jurista Hélio Bicudo, ex-presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com sede em Washington, tem opinião parecida:

—Esse decreto enfraquece a democracia. Esses conselhos populares não podem ter poder de decisão. Era necessário pensar em aumentar o poder do Executivo e tirar do Legislativo algumas questões e atribuições, mas não entregá-las a um conselho escolhido aleatoriamente. Esse decreto só enfraquece o Poder Legislativo e pode até engessar decisões importantes do governo e relevantes para a sociedade.

Já o professor Marco Antonio Teixeira, do Departamento de Gestão Pública (GEP) da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP, defendeu as novas normas, alegando que o atual sistema de representação política está em crise.

—Acredito que essas normas são complementares, e não em substituição ao Legislativo. Não vejo oposição de uma coisa à outra — disse Teixeira.

O jurista Pedro Abramovay também não se opõe ao decreto.

— Esses conselhos ajudarão o povo a exercer sua democracia. Com eles, todas as vozes serão ouvidas. Esses mecanismos já existem e têm sido importantes para legitimar nossa democracia.
Jurista e professor emérito da Faculdade de Direito de São Paulo, Dalmo Dallari diz que Dilma teve uma boa iniciativa. — A nossa Constituição, em seu artigo 1º, fala exatamente sobre essa democracia participativa. É muito importante essa aproximação do povo com o poder: além de se manifestar e opinar, ele também poderá criticar e propor condições melhores para toda a sociedade — disse. (Colaborou Mônica Garcia)

PSDB teve chance de fazer Brasil crescer mais e não o fez, diz Campos

Isabela Palhares – Folha de S. Paulo

ARARAQUARA (SP)- O presidente do PSB, Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da República, voltou a atacar o PSDB nesta quinta-feira (29), durante visita a Araraquara (273 km de São Paulo).

De acordo com ele, o PSDB –assim como o PT– teve a chance de colocar o Brasil para crescer em um ritmo mais acelerado e não o fez.

Em entrevista a um canal de TV local, disse que "não dá para acreditar" que a presidente Dilma Rousseff possa aumentar os níveis de crescimento do Brasil.

Campos voltou a falar sobre a declaração de Marina Silva, que disse que o PSDB tinha cheiro de derrota. O ex-governador de Pernambuco disse que o partido perdeu as últimas eleições por causa do Nordeste.

"Nos últimos anos, o PSDB perdeu as eleições e perdeu no Nordeste, que é de onde eu venho. Por isso, aceitei a convocação do meu partido para conseguir superar o atual governo", disse Campos.

Comparando a presidente Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Campos disse que Lula tinha aprovação da população, "apesar das deficiências de seu governo".

"Já a Dilma tem sido reprovada pela população. Se ela estivesse em uma sala de aula teria que repetir de ano. Ela prometeu aos eleitores que seria uma faxineira, mas não fez a faxina que prometeu no Brasil", disse Campos.

Ele também criticou a administração da Petrobras e defendeu a criação de regras para o preço dos combustíveis no Brasil.

Questionado se a regulação dos preços não poderia trazer prejuízos ao consumidor, disse que os preços oscilarão, mas que é "preciso ter esse controle".

No Rio, PP vai apoiar Aécio Neves, afirma Dornelles

• Partido, que é aliado de Pezão para o governo estadual, reforça o movimento ‘Aezão’

Leticia Fernandes – O Globo

RIO - O senador Aécio Neves, pré-candidato tucano à Presidência, conseguiu atrair para si mais um partido da base governista da presidente Dilma Rousseff. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) declarou ontem que o diretório do Rio, terceiro maior colégio eleitoral do país, estará com Aécio. Nacionalmente, o PP é aliado dos petistas e já oficializou o apoio nacional à reeleição de Dilma.

— O PP do Rio vai estar com o Aécio. A dissidência é fato corriqueiro na História da política brasileira — disse Dornelles ao GLOBO.

No Rio, o PP de Dornelles apoia o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), fechado com a petista, e vai ocupar a segunda suplência na chapa de Sérgio Cabral, candidato ao Senado. O nome escolhido foi o de Péricles Olivier, ex-prefeito de Itaperuna. Na próxima quinta-feira, lançamento oficial do movimento “Aezão”, liderado por uma ala do PMDB do Rio que quer apoiar Aécio Neves, os progressistas vão sacramentar o apoio ao tucano. A proximidade entre Aécio e Dornelles vai além da política: os dois são primos.

— Vamos lançar o “Aezão” junto com o (Jorge) Picciani (presidente regional do PMDB).
A debandada dos partidos governistas pode enfraquecer a votação de Dilma no estado. Em 2010, ela teve 4,9 milhões de votos no Rio, 60,4% do total estadual, e foi eleita com uma vantagem de mais de um milhão de votos sobre o tucano José Serra.

Perdas em outros partidos
Além do PP, que tem cerca de um minuto e 30 segundos de tempo de televisão, o PSD, também aliado nacional do PT, já declarou apoio a Aécio no Rio. E parte expressiva dos peemedebistas, principais aliados dos petistas, vai formalizar apoio ao senador tucano no próximo dia 5, quando Aécio vem ao Rio para participar de um ato organizado pelo PMDB de Picciani, e que contará também com a presença de boa parte dos partidos da base aliada de Pezão. Eles não aceitam a pré-candidatura de Lindbergh Farias (PT-RJ) e querem fazer oposição ao partido.
Pelo que sinalizam, no dia em que o “Aezão” for sacramentado, PTB, PPS e Solidariedade também poderão fechar com os tucanos.

O PT pode perder ainda mais espaço no Rio: o PROS, da base de Dilma, vai lançar o deputado federal Miro Teixeira ao Palácio Guanabara. Ligado a Eduardo Campos e Marina Silva, ele já recebeu o apoio do PSB e dará a mesma contrapartida na eleição à Presidência. O PR de Anthony Garotinho, fechado com Dilma, sinalizou anteontem que também poderá apoiar Campos. Ele estaria insatisfeito com a “falta de reciprocidade” do governo federal.

Dilma cancela visita ao Recife para evitar constrangimentos

• O estopim extraoficial é o risco de que a vistoria técnica da Via Mangue fosse marcada por vaias e outras manifestações negativas

Marcela Balbino e Mariana Araújo – Jornal do Commercio (PE)

Para evitar constrangimentos na visita da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Recife, que aconteceria na próxima terça-feira (3), a assessoria do Planalto optou por cancelar a viagem da petista a capital pernambucana e a cidade de Caruaru, no Agreste. O estopim extraoficial é o risco de que a vistoria técnica da Via Mangue fosse marcada por vaias e outras manifestações negativas.

Está mantida, no entanto, a agenda em Pernambuco no próximo dia 13, para participação na formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) - uma das futuras bandeiras no palanque da reeleição. Também é aguardada a vinda do ex-presidente Lula.

A agenda terá contornos ainda mais políticos. Os dois irão reforçar o palanque de Armando Monteiro (PTB), que concorre ao governo estadual, e João Paulo (PT), que disputará o Senado.

A presidente estadual do PT, Teresa Leitão, confirmou que recebeu uma ligação da equipe de Brasília anunciando o cancelamento. Os detalhes, entretanto, não foram ditos. Nos bastidores, era de que os socialistas estavam organizando a claque às avessas para “recepcionar” a petista.

Para a segunda visita de Dilma, em 13 de junho, já foram iniciados os contatos com a Executiva estadual do PT e com a equipe de Armando Monteiro. Os dois partidos aguardam a confirmação do horário da agenda para definir o formato do evento. Sabe-se apenas que será em um local fechado, com convidados, já que a legislação eleitoral só permite eventos públicos a partir de julho, quando começa o período oficial da campanha. Na próxima semana, um representante do PT nacional desembarca no Recife para começar a organizar a agenda. A ideia é fazer um grande ato, com a presença de lideranças.

Datafolha registra pesquisa para eleições nacional e de São Paulo

SÃO PAULO - O instituto Datafolha registrou nesta sexta-feira (30) o questionário de uma nova pesquisa eleitoral, que será realizada na próxima semana.

Entre outros assuntos, o novo levantamento vai investigar a popularidade da presidente da República, Dilma Rousseff, os cenários para a sucessão presidencial, os cenários da disputa pelo governo do Estado de São Paulo e a avaliação dos paulistas em relação à administração do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

O questionário completo da pesquisa está disponível no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Tática do palanque duplo contra governador tucano

• PT da ex-ministra Gleisi Hoffmann e Planalto incentivam candidatura de Roberto Requião (PMDB) para evitar reeleição de Beto Richa (PSDB)

José Maria Tomazela – O Estado de S. Paulo

Acompanhada com bastante interesse pelo Palácio do Planalto, a disputa pelo governo do Paraná tem o PMDB como fiel da balança. Embora o ex-governador Roberto Requião já atue como pré-candidato, o partido está dividido e uma ala defende que a convenção de 20 de junho defina pelo alinhamento ao governador Beto Richa (PSDB), que disputará a reeleição. A presença de Requião na cédula eleitoral deixaria a eleição menos polarizada entre o tucano e a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann, pré-candidata petista.

Com o peemedebista no páreo, abre-se uma possibilidade maior de um segundo turno, avaliam políticos locais. Sem Requião, a expectativa é que a eleição para o Palácio Iguaçu fique dividida entre o PT de Gleisi e o PSDB de Richa, com chance do atual governador se reeleger no primeiro turno, garantindo importante votação para o presidenciável de seu partido, senador Aécio Neves (MG).

Por isso, no sexto maior colégio eleitoral do País, com 7,7 milhões de eleitores, a presidente Dilma Rousseff espera e trabalha para contar com dois palanques. Parte da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, porém, vai propor na convenção do partido uma aliança local com o PSDB. O PMDB indicaria o candidato a vice.

Na quinta-feira passada, um dia depois de se reunir com Dilma, o vice-presidente da República, Michel Temer, viajou para Curitiba na companhia de Requião para encontro com peemedebistas. Não há pesquisa recente sobre intenções de voto no Paraná. A última, feita pelo Instituto Paraná Pesquisas e publicada em dezembro de 2013 pelo jornal Gazeta do Povo, apontava Beto Richa na liderança com 42%, seguido por Gleisi com 23% e Requião com 19%.

Na dúvida, os petistas articulam com outros partidos para garantir a presença de mais candidatos na disputa do primeiro turno. Caso o nome de Requião não seja homologado, o PPS deve sair com candidato próprio no Estado – o nome cotado é o do deputado federal Rubens Bueno. O cenário de incertezas levou o PT a manter o posto de vice em aberto para uma possível composição. Há diálogo com o PDT, PC do B, PP e PR.

Efeito Vargas. Uma preocupação imediata do partido é evitar que os desdobramentos da Operação Lava Jato virem munição para adversários na futura campanha. As ligações do deputado André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro, trouxe desconforto à pré-candidatura da ex-ministra. Vargas, pressionado pela direção da legenda, se desfiliou do PT, mas era cotado para coordenar a campanha de Gleisi no Estado.

Mas o discurso do governador Beto Richa vai por outro caminho. Ao Estado, o tucano acusa o governo federal de “estrangular” o Paraná, com a retenção de verbas. “Somos o 5.º maior contribuinte em receitas para o governo federal, mas no recebimento de repasses somos o 23.º”, afirmou. Questionado sobre os autores do boicote, ele afirma apenas “aquele casal” – numa referência a Gleisi e seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

O PT, por sua vez, pretende atacar a administração de Richa afirmando que ele se elegeu prometendo um choque de gestão no Paraná e nada fez, segundo o presidente estadual do partido, Ênio Verri.

“Enquanto falta combustível para viaturas da polícia e obras estão atrasadas por falta de pagamento, o governador aumentou em 600% o gasto com publicidade e elevou em 417%, em três anos, a folha de pagamento dos cargos políticos.”

Em pré-campanha desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou publicamente seu nome, Gleisi não perde a oportunidade para fustigar o rival. Quando Richa pôs em leilão uma área de floresta com 12 mil hectares, no início do mês, a petista emitiu nota alegando que “leiloar o patrimônio ambiental do paranaense é um erro”. Ela ainda atacou a gestão do governador. “O descompasso entre despesas e receitas nas contas públicas sob a gestão da atual administração – a verdadeira causa da grande crise do governo – não pode continuar comprometendo o futuro dos paranaenses.”

Richa diz que a indústria no Paraná cresceu a uma taxa de 5% nos últimos anos, mais que o dobro da média brasileira. “Enquanto o governo federal prefere investir em Cuba, nós conseguimos atrair investimentos de R$ 30 bilhões no Estado.” Segundo ele, o Paraná é o Estado com a maior capacidade de endividamento, podendo assumir compromissos de até R$ 20 bilhões.

Governador por três mandatos, Requião, por enquanto, está empenhado em enfrentar a divisão do próprio partido no Estado. Ele disse ter certeza de que sairá da convenção como candidato da legenda. Mas também não deixa de fazer críticas à atual gestão. “Os peemedebistas de verdade estão comigo. Como é que eles poderiam aderir a um governo que não existe? Interesses pessoais estão se sobressaindo ao interesse público”, afirmou.

Em suas gestões, Requião colecionou polêmicas, como a nomeação do irmão Eduardo para dirigir o Porto de Paranaguá, um dos principais do País. Ele ainda proibiu a exportação de soja e milho transgênicos pelo porto, provocando a ira de ruralistas. Assessores dizem que isso é passado e que ele decidiu ser candidato atendendo a apelos dos eleitores.

Richa também é acusado de nepotismo por ter transformado a própria mulher, Fernanda Richa, numa espécie de supersecretária da área social. Ela dirige a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, que agregou as antigas pastas do Trabalho, da Criança e da Promoção Social. O irmão dele, Pepe Richa, assumiu a Secretaria de Gestão e Logística, que abarcou as áreas de Infraestrutura, Transportes e a gestão do Porto de Paranaguá.

O governador não admite o nepotismo e diz que as duas áreas estão entre as de melhor gestão e que o gargalo no porto acabou. Filho do ex-governador José Richa, que administrou o Estado entre 1982 e 1986 e foi um dos fundadores do PSDB, o tucano é lembrado pelo estilo jovem e esportivo, semelhante ao do candidato do PSDB à presidência, o mineiro Aécio Neves.

Garotinho encosta em Crivella em nova pesquisa eleitoral

• Na rodada de maio do Gerp, Crivella venceria no segundo turno qualquer adversário. Lindbergh e Pezão não avançam

Aurélio Gimenez - O DIA

RIO - O senador Marcelo Crivella (PRB) e o deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho (PR) disputariam o segundo turno, se as eleições para o governo do Rio fossem hoje. Pesquisa do Instituto Gerp aponta que os dois pré-candidatos cresceram no último mês e estão embolados na disputa pela preferência do eleitorado fluminense. O levantamento foi realizado entre os dias 23 e 29 de maio e tem margem de erro de 3,39 pontos percentuais.

Crivella mantém-se na primeira posição, com 23% das intenções, contra 20% de Garotinho. O ex-governador e atual deputado do PR foi o que apresentou o maior crescimento de um mês para o outro, com sete pontos percentuais. Já o senador do PRB cresceu menos, no mesmo período, ganhando cinco pontos percentuais. “Esta segunda pesquisa mostra alguns dados interessantes. Apesar de Crivella vencer todas as simulações de segundo turno com os demais candidatos, Garotinho vem atropelando e, se o senador decidir sair da disputa, o ex-governador assume uma boa frente”, avalia Gabriel Pazos, presidente do Gerp.

Para o especialista, a rodada de maio mostra que o pré-candidato do PT, senador Lindbergh Farias, está patinando, pois não teve uma boa evolução, crescendo apenas um ponto percentual, de 8% para 9%, nas intenções do eleitorado. Já o governador Luiz Fernando Pezão, completando quase dois meses de administração e tendo a máquina pública na mão, enfrenta a consequência do desgaste político do antecessor, Sérgio Cabral. Ele oscilou de 6% em abril para 5% em maio.

“Pezão foi o que apresentou o maior crescimento no índice de rejeição, saltando de 10% para 16%, perdendo apenas para Garotinho, com 19%. Mas, o atual governador não conseguiu mostrar uma agenda positiva, pois quando aparece na TV é para se justificar”, diz Pazos , referindo-se às greves enfrentadas e à sucessão de confrontos e protestos nas comunidades com UPPs.

Pazos lembra ainda que, na média, caiu a avaliação do governo estadual, de 2,75% em abril para 2,37%, em maio. O professor do departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio Ricardo Ismael ressalta que 29% dos entrevistados não sabem avaliar o atual governo. “Os índices se aproximam da avaliação final do governo Cabral. Ou seja, o atual governo continua mal avaliado, e Pezão ainda não conseguiu reverter”, afirma Ismael. O Gerp ouviu 870 pessoas em todo o estado.

Eleitor ainda se mostra desinteressado
Para o professor do departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio Ricardo Ismael, os dados da pesquisa de maio do Instituto Gerp servirão para os candidatos reavaliarem suas ações e mostrarem densidade na formação de alianças e coligações. Segundo ele, apesar de as pessoas ainda não estarem interessadas no assunto — 67% admitiram não conversar sobre as eleições —, a situação deve mudar logo após a Copa do Mundo, quando realmente começará a campanha oficial.

“Neste momento, é possível perceber que há dois candidatos com uma certa vantagem. Já Lindbergh, apesar de ter uma candidatura considerada competitiva e com o apoio do ex-presidente Lula, ainda não deslanchou. César Maia é que perdeu densidade, e Pezão tem dificuldades para ter uma candidatura mais competitiva”, avalia ele.

De acordo com Ismael, o eleitor carioca é imprevisível e pode surpreender. Segundo o cientista político, a eleição deste ano para governador apresentará um quadro diferente da última, quando Sérgio Cabral foi reeleito ainda no primeiro turno. Na época, Cabral estava embalado pelo início das UPPs e a escolha do Rio para ser sede da Olimpíada de 2016 e da final da Copa. “Agora, o governo está mal avaliado e a eleição, aberta. Há dois candidatos na frente, dois mais atrás e dois que não decolaram (Miro e César). Pode haver renovação”, analisa.

Para Lula, Aécio Neves é o principal rival de Dilma Rousseff

• Segundo turno será com tucano, diz petista

- O Dia

BRASÍLIA - O principal adversário da presidenta Dilma Rousseff, nas eleições deste ano, deverá ser o candidato tucano, Aécio Neves. A avaliação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em entrevista à revista ‘Carta Capital’, admitiu que Dilma deverá enfrentar o senador tucano, em um eventual segundo turno. Lula afirmou ainda que nunca pensou em disputar a Presidência no lugar de Dilma e lamentou a saída do ex-governador Eduardo Campos, do PSB, da base aliada do Palácio do Planalto.

“Eu acho que, em um segundo turno (o adversário), será tucano. O PSDB tem base partidária mais organizada. Governam São Paulo, Paraná, alguns estados importantes no Nordeste. Tem mais tradição de palanque. Já o PSB tem pouco palanque estadual. A campanha do Eduardo vai ser mais difícil do que em 1989”, observou Lula. “Gosto dele (Campos) profundamente. Mas a Dilma é mais preparada. Fico triste que não conseguimos construir algo capaz de manter o Eduardo Campos junto da gente. Mas era o destino.”

Lula disse preferir a vitória do PT no segundo turno, com mais larga vantagem. “A ganhar no primeiro turno por 51% a 49%, prefiro ganhar no segundo turno, com 65% a 35%”, afirmou. E concluiu: “Eu acho que a Dilma está tranquila. Se em 2002 a esperança venceu o medo, acho que agora a esperança e a certeza do que pode ser feito podem vencer o medo.”

Maluf
Sem a presença de Lula, o ex-ministro e candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, selou ontem a aliança do PT com o PP do deputado Paulo Maluf, garantindo assim um minuto a mais no horário eleitoral gratuito. Há dois anos, Lula posou para fotos ao lado de Maluf por ocasião da adesão do PP à candidatura do hoje prefeito Fernando Haddad.

“Os que hoje vão criticar esta aliança estavam até a madrugada de ontem tentando impedi-la. O PP está deixando os tucanos porque viu que o Alckmin não cumpriu suas promessas para o estado”, disse Padilha.

O PP negociou por meses a adesão tanto à candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) como a de Padilha. Optou pelo PT , segundo Maluf, para ficar em sintonia com o PP nacional, que irá apoiar Dilma.

Coordenador da campanha da presidenta, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que selou uma “aliança com princípios” com o PP presidido pelo senador Ciro Nogueira

Roberto Freire: Da esperança ao medo, a mutação do PT

- Portal UOL

Quando venceu as eleições presidenciais anunciando que a esperança vencera o medo, o Partido dos Trabalhadores deu início àquela que se desenhava como a primeira experiência real das esquerdas no comando do país. Doze anos depois, o PT recorre aos instrumentos mais conservadores para se perpetuar no poder, desqualificando adversários e propagando o discurso do medo do qual foi vítima em um passado recente.

A guinada do partido é simbolizada na propaganda em que os petistas assustam a população sobre o risco da volta de “fantasmas do passado”, numa tentativa de atacar um dos candidatos da oposição no pleito de outubro. O terrorismo midiático foi tão escandaloso que o Tribunal Superior Eleitoral suspendeu a veiculação do comercial na TV por se tratar de propaganda eleitoral antecipada.

A funcionalidade conservadora incorporada ao discurso do medo também é perceptível no modo petista de governar o país. O grande exemplo é o Bolsa Família, que nada tem de progressista ou transformador. O “maior programa de transferência de renda do mundo” é respaldado por conceitos classicamente liberais defendidos pelos criadores das chamadas políticas compensatórias.

Anunciado como o suprassumo das políticas sociais, o Bolsa Família pode até melhorar o presente, mas não transforma profundamente a realidade e mantém alienada a população espoliada ou excluída pelo sistema. A diferença em relação às velhas práticas dos coronéis – hoje transmutados em fiéis aliados do lulopetismo – é que a cooptação dos mais pobres é feita por meio de um cartão eletrônico.

Ao optar pelo caminho mais fácil da popularidade, Lula e o PT legaram a Dilma Rousseff um país muito diferente da fantasia vendida pelo marketing irresponsável. Segundo o IBGE, o contingente de brasileiros que não trabalham nem procuram emprego chega a 62 milhões (39% das pessoas em idade para trabalhar). Entre os jovens de 15 a 29 anos, 9,6 milhões (19,6%) não estudam nem trabalham, formando a geração dos “nem-nem”.

Na educação, outro desastre. Após uma queda constante desde 1998, o índice de analfabetismo no país voltou a crescer em 2012, de acordo com o mesmo IBGE: 13,2 milhões de pessoas não sabiam ler nem escrever, o equivalente a 8,7% dos brasileiros com 15 anos ou mais. No ano anterior, havia 12,9 milhões de analfabetos (8,6%).

Enquanto reivindica para si o monopólio da esquerda, o PT se vê obrigado a defender um governo que atendeu à banca financeira como “nunca antes neste país”, para usar expressão tornada célebre por Lula. Só no primeiro trimestre do ano, o lucro dos quatro principais bancos brasileiros foi de R$ 10,5 bilhões, insuficiente para evitar o corte de mais de 2 mil postos de trabalho no setor. Em 2013, os empréstimos do Tesouro aos bancos públicos, em especial o BNDES, somaram R$ 438 bilhões. O apadrinhamento do governo para criar grandes capitalistas gerou, inclusive, um desastre recente que atende pelo nome de Eike Batista.

No campo da ciência, o medo também venceu a esperança. O PT se rende ao fundamentalismo religioso e não admite avanços na pesquisa científica, por exemplo. Ao lado das forças do atraso, o governo se articula para barrar eventuais mudanças na Lei de Biossegurança, ignorando o potencial social da biotecnologia consagrado por outros países e referendado por organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde.

Para onde quer que se olhe, o partido que recebeu o voto dos brasileiros não entregou o que prometeu. Com o coronelismo assistencialista disfarçado sob uma nova roupagem, as alianças espúrias com o que há de mais atrasado na política brasileira e a associação desbragada com o sistema financeiro, o atual governo não será capaz de levar a cabo as mudanças desejadas por 74% da população, segundo o Datafolha. Se os petistas ainda preservam alguns valores caros à esquerda, os governos de Lula e Dilma aderiram à agenda da direita mais retrógrada. O medo venceu o PT.

Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS

Cristovam Buarque: Basta de fingir

• Raros são capazes de ler e falar outro idioma

- O Globo

O Brasil comemora sua posição de sétimo maior PIB do mundo, mas o PIB per capita rebaixa o país para a 54ª posição no cenário mundial; no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ficamos em 85º lugar. Fingimos ser ricos, apesar da pobreza.

Nos últimos 20 anos, passamos de 1,66 milhão para 7,04 milhões de matrículas nos cursos superiores, mas quase 40% de nossos universitários sabem ler e escrever mediocremente, poucos sabem a matemática necessária para um bom curso nas áreas de ciências ou engenharia, raros são capazes de ler e falar outro idioma além do português. Fingimos ser possível dar um salto à universidade sem passar pela educação de base.

Comemoramos ter passado de 36 milhões, em 1994, para 50 milhões de matriculados na educação básica, em 2014, sem dar atenção ao fato de termos 13 milhões de adultos prisioneiros do analfabetismo; 54,5 milhões de brasileiros com mais de 25 anos não terminaram o Ensino Fundamental e 70 milhões não terminaram o Ensino Médio. Fingimos que os matriculados estão estudando, quando sabemos que passam meses sem aulas por causa de paralisações ou falta de professores.

A partir de 1995, no Distrito Federal e em Campinas, iniciamos um programa que serve de exemplo ao mundo inteiro, atualmente chamado de Bolsa Família e que transfere por mês, em média, R$ 167 por pessoa pobre, o que lhe assegura R$ 5,67 por dia, valor insuficiente para aliviar suas necessidades mais essenciais. E fingimos que, com esta transferência, estamos erradicando a pobreza que é caracterizada efetivamente pela falta de acesso aos bens e serviços essenciais que não estamos oferecendo. Fingimos ter 94,9 milhões na classe média, sabendo que a renda média mensal per capita dessas pessoas está entre R$ 291 e R$ 1.019, quantia insuficiente para uma vida cômoda, especialmente em um país que não oferece educação e saúde públicas de qualidade.

Comemoramos o aumento da frota de automóveis de, aproximadamente, 18 milhões, em 1994, para 64,8 milhões, em 2014, fingindo que isto é progresso, mesmo que signifique engarrafamentos monumentais.

Comemoramos, corretamente, termos desfeito uma ditadura, esquecendo que a democracia está sem partidos e a política se transformou em sinônimo de corrupção. Fingimos ter uma democracia com liberdade de imprensa escrita em um país onde poucos são capazes de ler um texto de jornal. Assistimos a 56 mil mortos pela violência ao ano, e fingimos ser um país pacífico, sem uma guerra civil em marcha.

Fingimos ser um país com ambição de grandeza, mas nos contentamos com tão pouco que os governantes se recusam a ouvir críticas sobre a ineficiência dos serviços públicos. Preferem um otimismo ufanista, comparando com o passado que já foi pior, e denunciam como antipatriotas aqueles que ambicionam mais e criticam as prioridades definidas e a incompetência como elas são executadas. Antipatriota é achar que o Brasil não tem como ir além, é acreditar nos fingimentos.

Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)

Demétrio Magnoli: A 'imagem do Brasil'

• Os cidadãos hoje são reféns de militantes iracundos, que não buscam persuadir maiorias, mas provocar o colapso da vida urbana

- Folha de S. Paulo

Fernando Haddad proferira a palavra "guerrilha", referindo-se à greve dos motoristas de ônibus. Na terça, Dilma Rousseff pronunciou a palavra "baderna", referindo-se às manifestações de rua. Minutos depois, liderados por um movimento de sem-teto e por índios armados com arcos e flechas, 2.500 pessoas interromperam o trânsito em Brasília. "É a imagem do Brasil que estará em jogo", explicou a presidente, avisando que "vai chamar o Exército, imediatamente", para reprimir a "baderna" durante a Copa do Mundo. A "imagem" toca num nervo sensível do governo. Em nome dela, por um mês e às custas da ordem democrática, Dilma promete assegurar o direito de ir e vir das pessoas comuns.

A "baderna" é, há tempo, a "imagem do Brasil" --com a diferença, apenas, de que o mundo não estava vendo. Sob o influxo do PT, movimentos minoritários aprenderam que, reunindo algumas centenas de manifestantes, têm a prerrogativa de parar cidades inteiras. A tática, esporádica durante anos, tornou-se rotineira depois das multitudinárias "jornadas de junho". Nas metrópoles, os cidadãos converteram-se em reféns de militantes iracundos, que não buscam persuadir maiorias, mas unicamente provocar o colapso da vida urbana. O problema de Dilma é que chegou a hora da Copa: agora, a "baderna" ameaça a sacrossanta "imagem do Brasil", não os desprezíveis direitos das pessoas.

O conflito entre direitos é um traço marcante das democracias. A liberdade de expressão é regulada por leis que protegem a privacidade e a imagem dos indivíduos. O direito de greve é regulado por disposições que asseguram o funcionamento de serviços essenciais. O direito de manifestação pública é limitado por regras que impedem a anulação do direito de circulação das pessoas. No Brasil do lulopetismo, contudo, aboliu-se tacitamente o direito de ir e vir. Acuadas pelo PT, as autoridades renunciaram ao dever de garanti-lo, curvando- se à vontade soberana de dirigentes sindicais e lideranças de movimentos sociais.

Nas democracias, o equilíbrio entre os direitos de manifestação e de circulação no espaço público deriva de uma série de regras. Manifestações são autorizadas mediante aviso prévio às autoridades e acertos sobre lugares de concentração e trajetos de passeatas. No Brasil, nada disso existe pois não interessa ao Partido: a vigência de regras gerais, de aplicação indistinta, restringiria as oportunidades de orquestração de ações de "baderna" moduladas em cenários de disputa eleitoral. O problema de Dilma é que, na hora da Copa, emergiram movimentos que nem sempre se subordinam às conveniências do Partido. A presidente resolveu, então, militarizar provisoriamente o país. No poder, o lulopetismo oscila entre a política da "baderna" e o recurso ao autoritarismo.

"Não vai acontecer na Copa do Mundo o que aconteceu na Copa das Confederações", garantiu Dilma a uma plateia de aflitos empresários. Não mesmo. Os protestos multitudinários provavelmente não se repetirão porque os "black blocs" cumpriram a missão de afastar das ruas as pessoas comuns. Os envelopes urbanos das "arenas da Fifa", perímetros consagrados aos negócios, serão circundados por cordões policiais de magnitude inédita. Já a "baderna" arquitetada para provocar colapsos de circulação em dias de jogos terá que desafiar a hipótese de resposta militar. Na Copa, excepcionalmente, o direito de ir e vir estará assegurado.

Dilma promete "chamar o Exército". A força militar aparece, hoje, como a única mola capaz de conciliar o "padrão Fifa" com o "padrão Brasil" de ordem pública. Um estado de sítio não declarado instaurará um efêmero parêntesis no tormento cristalizado pela política da "baderna" nas principais cidades do país. Nos 30 dias da competição, a "imagem do Brasil" brilhará sobre um pano de fundo verde-oliva. Depois, tudo volta ao "normal".

Merval Pereira: Custos da fragmentação

- O Globo

Entre os cientistas políticos há um consenso: o Brasil é atualmente o país com o sistema partidário mais fragmentado do mundo, e isso é ruim para a democracia. Mesmo os que consideram que a alta fragmentação significa inclusão política, constituindo um mecanismo de controle do Executivo, muito forte no nosso sistema presidencial, admitem que essa característica representa mais custos para a máquina governamental e menor eficiência do governo.

O cientista político Sérgio Abranches, que cunhou a definição de “presidencialismo de coalizão” em um estudo de 1988, está trabalhando agora com o termo “partidos efetivos” para delimitar o tamanho da coalizão na realidade do Congresso. Estamos hoje com 10 a 12 “partidos efetivos” na coalizão presidencial, o maior já registrado.

Octavio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas do Rio, que defende a representação proporcional e um sistema multipartidário para o Brasil, acha que a questão é saber qual o grau de fragmentação adequado ao país. Para ele, o atual sistema partidário brasileiro é muito mais fragmentado do que demanda a heterogeneidade social do país.

Concordando com Timothy Power, professor de Oxford e um dos grandes brasilianistas da atualidade, Octavio Amorim Neto considera que a alta fragmentação no Brasil responde mais às necessidades do sistema político do que às da sociedade.

O que há de problemático em tais governos, diz ele, é o fato de terem maiores dificuldades na implementação de ajustes ficais e responderem mais lentamente a desequilíbrios orçamentários do que os governos monopartidários ou com poucos partidos.

Carlos Pereira, professor de Políticas Públicas na Fundação Getulio Vargas no Rio, criou um “índice de eficiência da coalizão”. Dividindo o apoio legislativo por custos de gerência da coalizão, “podemos construir uma curva de eficiência que permite comparar custos vis-à-vis apoio”.

O estudo deixa claro que não existe relação entre maiores custos de gerência e maior apoio legislativo. “Na realidade, maiores custos não se traduziram em maior apoio dos parlamentares. O inverso também é verdadeiro”.

Em diversos momentos, mesmo com grande investimento, seja pela criação de ministérios, seja pela liberação de emendas, ou ainda pelo desembolso de maiores recursos dos ministérios, o governo teve pouco apoio às suas iniciativas, lembra.

O governo Dilma é o grande exemplo desse aparente paradoxo, diz Pereira, para quem é necessário “gerenciar bem a coalizão construindo coalizões com um menor número de partidos que compartilhem preferências de políticas e o presidente necessita dividir poder. Do contrário, os custos serão crescentes”.

Já Jairo Nicolau, da UFRJ, diz que o que diferencia o Brasil “não é o fato de termos 32 legendas registradas, mas não termos algumas legendas maiores que concentrem o poder partidário. Na maioria dos legislativos do mundo, alguns poucos partidos concentram muitas cadeiras e, mesmo quando existem muitos partidos, os menores tendem a ser muito pequenos”.

Nas três últimas eleições, nenhum partido ultrapassou as 100 cadeiras, pouco menos de 20% da Câmara, e para piorar as coisas a atual Câmara dos Deputados, além de ser a mais fragmentada de nossa história, diz Nicolau, nunca se registrou “número tão alto na história de nenhuma outra democracia”.

A criação de cinco legendas (PSD, PPL, PEN, PROS e Solidariedade) nesta legislatura foi responsável por essa explosão, quadro que gera enorme dificuldades para o chefe do Executivo nas negociações com as bancadas no Legislativo e na montagem do seu Ministério. “Sem contar que nesse cenário, pequenas legendas têm seu poder de barganha desproporcionalmente aumentados”. Um exemplo claro é o poder que elas adquiriram ao negociar seus segundos de televisão na montagem das coalizões eleitorais. ( Continua amanhã)

Fernando Rodrigues: O tamanho do Congresso

- Folha de S. Paulo

O Tribunal Superior Eleitoral fez uma nova divisão das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados entre os 26 Estados e o Distrito Federal. O Congresso não gostou e recorreu ao Supremo Tribunal Federal.

Essa disputa poderia reabrir o debate sobre a assimetria nas representações --o fato de um voto de Roraima (com 8 deputados e 500 mil habitantes) valer muito mais que um voto de São Paulo (70 deputados e 44 milhões habitantes). É quase impossível que os políticos aceitem consertar essa anomalia.

Mas há outro aspecto ainda menos debatido sobre a composição do Poder Legislativo. Trata-se do tamanho da representação nas "Casas do Povo", tanto no nível federal como nos âmbitos estaduais e municipais.

Para ficar aqui em Brasília, a pergunta é: por que a Câmara dos Deputados precisa de 513 cadeiras? E por que o Senado deve ter três senadores para cada unidade da Federação?

O Brasil tem 203 milhões de habitantes. Nos Estados Unidos, a população é de 315 milhões. Em Washington, o órgão equivalente à Câmara de Deputados tem 435 assentos. Os norte-americanos elegem apenas dois senadores por Estado, e não três.

Com mais de 20 partidos num Congresso com 513 deputados e 81 senadores, há quase sempre muito alarido improdutivo e poucos debates relevantes. No início dos anos 1960, a Câmara tinha 404 cadeiras. Veio a democracia e chegou-se agora aos incríveis 513 deputados federais.

O número pode crescer. A Constituição diz que nenhum Estado terá menos de 8 nem mais de 70 deputados. Em tese, se a população for aumentando (é esse o indicador para distribuir vagas), um dia poderá haver uma Câmara com mais de mil deputados. O horror, o horror.

É mínima a chance de vingar tal despautério. Hoje, ninguém tem coragem de defender a ideia em público. No futuro, quem sabe? Essa brecha demonstra como ainda é imperfeita a democracia no Brasil.

João Bosco Rabello:Temperamento à parte, Barbosa fez história

- O Estado de S. Paulo

Abstraídos os excessos de temperamento, o ministro Joaquim Barbosa deixa como principal legado, ao antecipar sua aposentadoria, o fim do ciclo de impunidade representado pelo foro especial que se transformara em privilégio para autoridades públicas.

É um mérito extensivo aos demais juízes do Supremo Tribunal Federal, incluindo os dois que se aposentaram antes da conclusão da Ação Penal 470, (mensalão), Ayres Britto e César Peluso .

Mas a liderança de Barbosa e sua irredutibilidade em momentos cruciais foram decisivos para a viabilidade do julgamento. Sem ele, certamente a história seria outra, ainda que justiça viesse a ser feita.

A começar pela estratégia adotada na ordenação do conteúdo bruto recebido do Ministério Público, a insistência em não desmembrar o processo e o enfrentamento da mais cara e qualificada bancada advocatícia do país.

O foro especial foi criado para preservar autoridades públicas de processos inconsistentes de objetivo exclusivamente político, que representaram durante anos a banalização do processo judicial.

Desse conceito inicial, converteu-se em blindagem para políticos e outras autoridades, na medida em que não se julgavam denúncias contra essa camada da elite dirigente. De foro especial passou a ser chamado de foro privilegiado, distorção que o julgamento do mensalão corrigiu.

O ódio que lhe dedica o PT, cujos dirigentes históricos cumprem pena no presídio da Papuda, reconhece-lhe o mérito, pois atribuem a Barbosa o infortúnio do partido, obra da maioria dos ministros do STF.

Mas o PT faz parecer que Barbosa relatou, julgou e condenou sozinho, omitindo por estratégia política, que enfrentou um duríssimo revisor, na figura do ministro Ricardo Lewandovski, e fez acompanhar seus votos a maioria da Corte.

O PT esperava de Barbosa a chamada “gratidão da toga”, expressão que se traduz pelo favorecimento do juiz aos que o indicaram para a mais alta Corte de Justiça. Esperava o mesmo de outros que, igualmente, frustraram o partido e o ex-presidente Lula.

A consistente formação jurídica de Barbosa, com origem no Ministério Público, não foi o que inspirou o ex-presidente Lula a nomeá-lo, mas principalmente a conveniência de exibir um compromisso com a diversidade racial, embora Barbosa representasse bem mais que isso.

Como ficou demonstrado em sua tenacidade, que já marcara sua trajetória profissional e pública, que se distinguem pela superação da infância miserável sob o preconceito de cor, até os bancos escolares, a formação superior e o desenvolvimento da carreira que o levou ao topo da magistratura.

Barbosa sai antes do tempo limite mantendo-se irredutível nas posições em relação aos sentenciados do mensalão. Sua decisão mais recente, polêmica, de exigir o cumprimento de 1/6 da pena aos condenados em regime semiaberto para que possam trabalhar fora do presídio, certamente será revogada.

Tem contra ela a maioria dos juristas, especialistas e dos juízes do STF e, agora, do Procurador Geral, Rodrigo Janot, mas prevalecerá até seu último dia na Corte.

Provavelmente sua decisão de antecipar a saída prende-se a um cronograma que estabeleceu a conclusão do processo do mensalão como o fim de uma etapa – a mais nobre da carreira -, que restituiu a noção de que a Lei é igual para todos.

Ainda que o mensalão não seja suficiente para afirmação de cunho tão romântico, e que não justifique a mistificação de Barbosa como herói, é indiscutível que sua passagem pela Corte se fez histórica e definitivamente registrada na história política brasileira.

Panorama Político – Ilimar Franco

- O Globo

Eduardo quer colar em Alckmin
O PSB abandonou a candidatura própria em São Paulo. A tese do seu presidente regional, Márcio França, de apoio ao governador Geraldo Alckmin, prevaleceu. Os socialistas querem criar um duplo palanque no interior, onde votam 17 milhões. Nessa região, Marina Silva enfrenta resistência. Mas Eduardo Campos aposta nela junto aos 13 milhões de eleitores da capital, grande São Paulo e ABC.

Aécio manda PSDB ir de Pezão
Os tucanos do Rio vão se coligar com o PMDB nas eleições estaduais e apoiar a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão. Esta, segundo um dirigente regional, foi a orientação superior que receberam. O candidato ao Planalto, Aécio Neves, quer colar sua campanha com a de Pezão. O presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, já está com sua candidatura. Os estrategistas tucanos avaliam que essa é a melhor alternativa para alavancar Aécio no estado. Os candidatos à Câmara e à Assembleia do partido estão vibrando com a adoção dessa linha. Eles eram contrários ao apoio ao vereador Cesar Maia, do DEM, porque ele não tem máquina e estaria muito isolado.

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“Milícias estão ativas na internet, fazendo ataques cibernéticos a sites, blogs e Facebook’s de adversários. Muitos perfis são criados para esta pistolagem”
Chico Alencar
Deputado Federal (PSOL-RJ)
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Montando o time
O economista Mansueto Almeida anunciou ontem em seu blog que está pedindo licença do IPEA. Ele justifica: “Quero ter mais tempo para a família, ler e tentar coisas novas”. Ele vai trabalhar no Plano de Governo do tucano Aécio Neves.

Aécio de chuteiras
No jogo de abertura da Copa, dia 12 no Itaquerão (SP), o candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves, vai assistir Brasil x Croácia pela TV. Ele vai reunir no restaurante Maria das Tranças, em Belo Horizonte, alguns craques do futebol mineiro. Estarão lá Piazza (campeão da Copa em 1970), Nelinho, João Leite, Éder, Euler e Procópio Cardoso

A incógnita Tiririca
Os marqueteiros estão intrigados com o desempenho do deputado Tiririca (SP). Acham que não repetirá 2010. Lembram que ele foi eleito pela irreverência. E apostam que houve frustração com seu comportamento tradicional.

Autonomia regional
Aliado do presidenciável Aécio Neves (PSDB), o líder do PR, Bernardo Santana (MG), conta com a liberação do partido para alianças nos estados, mesmo que a opção seja pela presidente Dilma. O PR, que não conseguiu derrubar seu ministro, César Borges, quer matar o governo no cansaço. Só dirá o que fará na convenção de 21 de junho.

Ver para crer
Os quadros do PROS estão cautelosos com a promessa de coligação do PSB. Alegam que o deputado Romário não estava na conversa entre o candidato do partido ao governo, deputado Miro Teixeira e o dirigente socialista Roberto Amaral.

Tudo vai ser diferente da Copa
Amanhã, quando o prefeito Eduardo Paes (Rio) e a presidente Dilma inaugurarem o BRT, ligando o Galeão à Barra, o ministro Aldo Rebelo (Esportes) vai adotar o discurso: “Estamos entregando uma obra dois anos antes das Olimpíadas”

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O PT NÃO É MAIS AQUELE. As chapas petistas perderam as eleições para dirigir os fundos de pensão dos funcionários do BB (Previ) e da Caixa (Funcef ).