sábado, 31 de maio de 2014

Campos diz que Dilma entende de parar o Brasil

• Presidenciável classificou de lamentável o PIB de 0,2% no primeiro trimestre do ano

Sérgio Roxo – O Globo

OSASCO (SP) - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, classificou de lamentável o PIB de 0,2% no primeiro trimestre do ano divulgado nesta sexta-feira.

- O Brasil continua no caminho que a gente não queria ver. O caminho de baixo crescimento, com inflação alta, com juros altos. Até dezembro do jeito que vai, nós vamos ter um governo que submeteu o Brasil ao mais baixo crescimento da história republicana. É lamentável isso.

Na avaliação do presidenciável, só uma mudança na eleição de outubro pode reverter o quadro.

- Agora cada vez fica mais evidente que só vai ter melhoria na economia se houver a mudança política que o Brasil espera - disse Campos, depois de participar de uma sabatina, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, promovida por associação de jornais do interior do estado.

O pré-candidato atacou novamente a presidente Dilma Rousseff quando foi questionado sobre a avaliação da petista de que com uma meta de inflação de 3%, proposta de Campos para 2019, haveria um aumento do desemprego:

- O que causa desemprego e paralisia da economia é inflação em alta e disso a presidente Dilma entende. Ele pegou o Brasil crescendo a 7,5% em 2010 e no quarto ano (do governo) está crescendo nesse trimestre 0,2%. Ela entende de parar o Brasil

Mantendo a linha de prometer romper com a velha política, o presidenciável criticou as alianças dos governos com os ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney.

- Somos a sétima economia do mundo. Não somos condenados a ser governados pelos Sarneys e Collors da vida.

“Temos experiências distintas”, diz Campos sobre Aécio
Ainda dentro da estratégia que se diferenciar de Aécio, adotada nas últimas semanas, Campos usou até o ex-presidente Lula, padrinho de Dilma, para comprovar que não está no mesmo campo político que o tucano.

- Quando ele estava no governo com Fernando Henrique, nós estávamos na oposição. Quando nós estávamos com Lula no governo, ele estava na oposição. Nós temos experiência distintas no plano nacional depois (da campanha) das Diretas Já.

Mas, ao contrário do que havia feito no programa "Roda Viva" na última segunda-feira, Campos se comprometeu a manter a sua candidatura a presidente mesmo que o PT resolva trocar Dilma por Lula na cabeça da chapa na eleição deste ano.

- A nossa decisão sobre a pré-candidatura foi tomada independentemente da candidatura que vai vir de outro lado da política. Nós não vamos mudar a nossa decisão se outros mudarem a decisão

O pré-candidato se irritou durante a sabatina quando foi questionado por um repórter sobre baixo indicadores sociais de Pernambuco. Indagado se a sua gestão no comando do estado poderia, mesmo assim, ser uma vitrine para a eleição presidencial, respondeu:

- Acredito que sim, porque quem vive lá, diferentemente de você, e conhece o quanto esses indicadores melhoraram, teve a oportunidade falar sobre essa gestão quando deu 83% (de votos) ao governador que estava disputando a reeleição.

Apesar da melhora, Pernambuco ainda ocupa posições baixas no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) do Ministério da Educação. Já o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), referente ao ano de 2010, quando Campos já tinha quatro anos de mandato, mostra uma queda na posição do estado em relação a 2000.

Caiu da 14ª para a 18ª posição entre os 26 estados brasileiros. O IDH mede o progresso de longo prazo levando em consideração renda, educação e saúde.

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