domingo, 13 de julho de 2014

Brasília-DF -Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Tensão total
O que vai ocorrer no gramado do Maracanã entre as 16h e as 18h pouco importa para o governo. Todo o serviço de inteligência federal, estadual e municipal do Rio de Janeiro está voltado hoje ao monitoramento das manifestações marcadas para o início da tarde e às 18h, logo após a final da Copa. No total, foram identificadas pelo menos 10 convocações em quatro cidades sedes, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Os motivos são os mais variados, vão de protestos contra a corrupção, misturados com atos por mais educação, mais saúde. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o da Defesa, Celso Amorim, estão escalados para manter a presidente Dilma Rousseff informada de tudo o que ocorrer fora do campo.
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O governo, entretanto, não identificou qualquer movimento de torcidas organizadas contra os argentinos ou algo que possa envolver diretamente os turistas estrangeiros. Mas, partindo da premissa de que seguro morreu de velho, o monitoramento das redes sociais era total. Afinal, hoje é aquele dia que, independentemente do resultado, todos que participaram da organização da Copa esperam poder dormir com a sensação de missão cumprida. Embora apenas um leve a taça para casa, o governo quer levar a tarja do dever cumprido. Falta pouco. Muito pouco.

A fonte secou
Os parlamentares têm mesmo razão quando dizem que falta dinheiro para as campanhas. Pelo menos, no caixa um. É que nessas eleições os empresários estão todos meio no escuro sobre expectativa de vitória. E, nessa situação, ninguém quer saber de se indispor nem com o governo, que pode vencer, nem com os oposicionistas que podem chegar lá. A ordem é esperar o tempo passar para ver se o quadro fica mais claro.

Na penumbra, jorra
Para financiar campanhas nessa largada, muitos empresários têm oferecido apenas caixa dois. Aí quem fica com receio de pegar é o político. Depois do mensalão e no tempo dos smartphones que registram tudo, dizem alguns, todo o cuidado é pouco.

Só se for a imprensa
Ninguém acredita que as CPIs da Petrobras vão desaguar em algo muito proveitoso no sentido de encontrar culpados. Investigação com algum resultado concreto só mesmo se a mídia trouxer algo bombástico nesse período pós-Copa. Caso contrário, o futuro da CPI é servir de ameaça de desgaste para o governo.

Novo foco, velho método
A CPI da Copa, pedida pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), promete chamar mais a atenção dos políticos e dos jornais nos próximos dias. O governo, entretanto, se prepara no sentido de segurar a investigação da mesma forma que agiu nas comissões encarregadas de apurar atitudes suspeitas da Petrobras.

Jogada de marketing/ De bobos os alemães não têm nada. Bastou que eles jogassem contra o Brasil com a camisa rubro-negra para, hoje, conquistarem a simpatia da torcida na batalha final. Ainda que decidam desfilar com outro uniforme, os flamenguistas estão se achando "representados".

Enquanto isso, no Planalto.../ Ao receber os cumprimentos da presidente Dilma Rousseff por conta da vitória da Alemanha sobre o Brasil, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, agradeceu citando um provérbio chinês, sobre uma derrota abrir oportunidades para grandes vitórias. Há quem diga que ele colocava no pacote a sucessão presidencial.

Começou/ Os primeiros materiais de campanha a chegar aos bares do Distrito Federal são do candidato Aécio Neves. Ele aparece em todos os panfletos do candidato tucano a governador, Luiz Pitiman, que aposta na performance do presidenciável tucano na capital do país para ganhar musculatura antes do período de anúncios no rádio e na tevê.

Tasso vai de táxi, de ônibus, de carona.../ Que o candidato ao Senado pelo PSDB do Ceará, Tasso Jereissati, é rico, todo mundo sabe. A novidade é não ter nem um carro em seu patrimônio de R$ 389 milhões declarado à Justiça Eleitoral. Tem quadro, quase R$ 400 mil em joias, tais como, anel de diamante, colar de safira. Mas não consta nem um fusquinha 69.

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