• Depois de ter anunciado aposentadoria, senador Pedro Simon (PMDB) tentará se reeleger no RS. No Amapá, morte de Campos levará Dilma ao palanque de candidato do PSB
Edla Lula, Eduardo Miranda – Brasil Econômico
A 40 dias do pleito, a entrada de Marina Silva na disputa presidencial ainda provoca mudanças no cenário eleitoral. Ontem, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que, aos 84 anos, já havia anunciado sua aposentadoria, mudou de ideia e disse, em coletiva de imprensa, em Porto Alegre, que é candidato à reeleição no Congresso. O parlamentar ocupará a vaga deixada por Beto Albuquerque, que assumiu a candidatura à vice-presidência da República pelo PSB. No Rio Grande do Sul, PMDB e PSB estão coligados.
Atualmente, a disputa gaúcha pela vaga única do Senado está polarizada entre o novato Lasier Martins (PDT) e o ex-governador Olívio Dutra, tecnicamente empatados com 29% e 26%, respectivamente, segundo a última pesquisa do Datafolha. No cenário anterior, Beto Albuquerque vinha em terceiro lugar, com 12%. A exposição pré-eleitoral do senador Pedro Simon é um fator que pode desequilibrar o jogo, como aposta Rodrigo Stumpf González, cientista político da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“Pedro Simon tem o benefício de uma larga exposição de mídia anterior ao processo eleitoral. Por outro lado, como ele havia manifestado o desejo de se aposentar, terá agora que explicar aos eleitores. Mas é um nome de peso e não sabemos ainda, porque é cedo, se sua candidatura estará em detrimento da de Lasier ou de Dutra”, argumenta o professor, acrescentando que o fato de PMDB estar coligado com PSB na eleição estadual e com PT na nacional é algo que pode se tornar um problema, se explorado pela oposição.
Quem também terá que explicar ao eleitorado as diferenças entre alianças estaduais e nacionais e as mudanças com a entrada de Marina na disputa será o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB). Candidato à reeleição, ele corre o risco de perder no primeiro turno para o ex-governador Waldez Góes (PDT), que tem 40% das intenções de voto, segundo pesquisa do Ibope. Capiberibe tem apenas 12% da preferência e sua estratégia, de acordo com uma integrante da campanha, é dar mais prioridade à presidenta Dilma Rousseff que para Marina.
Apesar da acirrada disputa entre Marina e Dilma na eleição presidencial, os diretórios do PT e do PSB no Amapá formam uma aliança regional em torno da candidatura de Capiberibe. A assessoria do governador nega que Dilma será priorizada. Mas, diante da baixa popularidade do governador, do alto índice de aprovação de Dilma e das intenções de voto da presidenta no estado (ela tinha 56% antes da entrada de Marina), líderes do partido estão atrás de um apoio mais substancial da petista. Apesar da ligação da família Capiberibe com Marina, o governador era mais próximo de Eduardo Campos e sente-se agora mais à vontade para correr atrás de votos e reverter o desfavorável quadro eleitoral.
No Distrito Federal, a situação é menos complicada, porque envolve o senador Cristovam Buarque (PDT), que não concorre a nenhum cargo. Àépoca da morte de Campos, ele declarou que apoiaria Dilma, apesar da aliança regional de seu partido com o PSB. Já em Santa Catarina, onde esperava-se uma ruptura de Marina com o PSDB (coligado ao PSB), a família Bornhausen tem, até agora, mantido a promessa de apoio à ex-senadora.
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