Guilherme Serodio – Valor Econômico
RIO - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, classificou como uma "reviravolta momentânea" a atual posição da adversária Marina Silva (PSB) em segundo lugar nas pesquisas eleitorais. Depois de corpo a corpo no centro do Rio, Aécio criticou a posição do economista Eduardo Giannetti, apoiador de Marina, que disse que a candidata espera contar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) num eventual governo do PSB.
Aécio se disse honrado com a referência feita ao ex-presidente tucano, mas alertou: "O que vai prevalecer é software original", disse em uma referência ao seu programa de governo e aos quadros do PSDB e em tom crítico ao programa de governo de Marina. O candidato tucano afirmou respeitar a posição de Giannetti, mas questionou a afirmativa. "Não sei se esse é um bom começo de campanha para quem ainda tem de apresentar propostas".
Na avaliação de Aécio, sua posição em terceiro lugar na corrida eleitoral deve-se ao desconhecimento de sua candidatura junto ao eleitorado. O tucano disse que haverá consolidação do cenário nas próximas semanas e confiou que a propaganda de TV deve ajudar a reduzir o desconhecimento de sua candidatura.
Na manhã de ontem, Aécio caminhou pelas ruas do mercado popular do Saara, no Centro do Rio, ao lado de líderes do PSDB e do PMDB fluminense. O tucano prometeu enviar ao Congresso como uma de suas primeiras medidas, caso seja eleito, uma proposta de simplificação do sistema tributário que favoreça micro e pequenas empresas. Ele voltou a dizer que o Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores: "O atual governo perdeu a capacidade de imprimir a confiança para que o crescimento melhore. Vamos resgatar a credibilidade e desburocratizar para tornar o sistema tributário menos oneroso".
A caminhada do candidato foi organizada por cabos eleitorais do presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani. Também participaram do ato o senador Francisco Dornelles (PP), candidato a vice-governador de Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o ex-prefeito do Rio e vereador Cesar Maia (DEM), candidato ao Senado. Depois da caminhada Aécio deu entrevista à Rádio Saara, na qual reconheceu que Marina causou uma reviravolta no quadro eleitoral e prometeu expandir os programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família, com orçamento atual do governo.
O candidato do PSDB começa a enfrentar o ceticismo de que possa ser capaz de chegar ao segundo turno. O ex-marqueteiro de Luiz Inácio Lula da Silva, Duda Mendonça, disse ontem que Aécio Neves se desidratou. "Apostaria em segundo turno entre Dilma e Marina", afirmou, ao chegar ao debate entre os candidatos ao governo paulista. Duda é marqueteiro do candidato do PMDB, Paulo Skaf. Para ele, a campanha de Dilma, com o maior tempo de televisão, poderia ampliar a vantagem em relação às outras campanhas. (Colaboraram Cristiane Agostine e Fernando Taquari, de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário