Italo Nogueira – Folha de S. Paulo
RIO - O senador Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência, ironizou nesta segunda-feira (25) a intenção de auxiliares de Marina Silva (PSB) degovernar com o apoio dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Ele disse que "vai prevalecer o software original".
O tucano respondeu à afirmação do economista Eduardo Giannetti, que disse à Folha que um eventual governo Marina buscaria apoio dos líderes petista e tucano.
"Não sei se é bom começo para quem tem que apresentar propostas e mostrar com quem vai viabilizar. [...] Fico muito honrado ver sempre referências positivas aos nossos quadros. Mas o que vai prevalecer é o software original. Quem vai governar é o PSDB e com figuras qualificadas", disse Aécio, em visita ao mercado popular do Saara, no Rio.
Em entrevista à Folha, Giannetti afirmou que, se for eleita, Marina procurará pessoas do PT e do PSDB para formar sua equipe de governo e garantir apoio a seus projetos no Congresso.
Para o economista, até os ex-presidentes Lula e FHC poderiam colaborar. "Se [José] Sarney, Renan [Calheiros] e [Fernando] Collor [de Mello] vão para a oposição, com que se governa e com quem se negocia? É com Lula e FHC."
"O PSDB é um partido de muitos técnicos e pouca liderança", afirmou Eduardo Giannetti da Fonseca. "O PT também tem técnicos de excelente qualidade, que trabalharam no primeiro mandato de Lula, e a gente adoraria trazê-los. Nossa ideia é governar com os melhores na política e na gestão de políticas públicas", concluiu.
Aécio usou as declarações do economista para afirmar que o PSDB é o partido com os melhores quadros e mais capaz de concretizar suas propostas. "Ninguém tem melhores condições de transformar as propostas em realidade. Até a própria declaração do meu amigo Giannetti é uma demonstração de que ele encontra no PSDB os quadros mais qualificados", afirmou o tucano, após entrevista na rádio local.
O tucano disse que o empate técnico com Marina nas pesquisas de intenção de votos é consequência do que considera baixo conhecimento sobre sua candidatura. Ele afirmou que na segunda semana de setembro o quadro eleitoral estará mais próximo do que considera "real".
"Estamos tranquilos e serenos porque temos os melhores quadros para o Brasil. Tenho um conhecimento baixo. Quem já fez tem melhores condições de dizer que vai fazer", disse ele. O tucano fez campanha acompanhado de candidatos do PMDB, entre eles o presidente regional da sigla, Jorge Picciani.
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