• A presidente Dilma Rousseff põe a culpa geral da inflação e do baixo crescimento na crise mundial; dos problemas da indústria, na Argentina.
- Correio Braziliense
A maquiagem dos números oficiais às vésperas da eleição continua. A estimativa do governo para a expansão do PIB, que era de 2,5% no início do ano e já havia caído para 1,8%, passou a 0,9%. Pura lorota, porque até o Boletim Focus do Banco Central (BC) trabalha com crescimento de 0,3%. O relatório bimestral de avaliação do Orçamento divulgado ontem também mostrou que o secretário do Tesouro, Arno Augustin, para reforçar o caixa, utilizou R$ 3,5 bilhões em recursos do Fundo Soberano. O dinheiro havia sido contabilizado no fechamento das contas de 2012.
Enquanto as autoridades econômicas fazem malabarismos contábeis, a presidente Dilma Rousseff põe a culpa geral da inflação e do baixo crescimento na crise mundial; dos problemas da indústria, na Argentina. Foi o que disse ontem na entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo. Questionada sobre o fato de o país estar crescendo menos que outros países da América Latina, como o Chile e a Colômbia, a presidente da República disse que os vizinhos estão numa situação difícil: “O nosso maior importador aqui na região, que é a Argentina, está numa situação bem problemática: 80% dos nossos manufaturados vão para lá”.
Dilma admitiu que o governo está na defensiva quanto à economia e que aposta na recuperação norte-americana para sair da recessão. “A gente tem de ver como que evolui a crise (...) Os Estados Unidos evoluindo bem, eu acho que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precise de menos estímulos. Pode ficar entregue à dinâmica natural da economia e pode, perfeitamente, passar por uma retomada”.
Enquanto isso, a campanha eleitoral na tevê mostra um mar de rosas, com números inflados pela média de dados dos últimos 12 anos. Foi a fórmula encontrada pelo marqueteiro João Santana para mascarar o fato de que Dilma foi eleita em 2010 com o país crescendo a 7,5% do PIB e, agora, disputa a reeleição com a economia estagnada. A maquiagem também ocorre nos indicadores sociais, que são contabilizados no mesmo período. Quando aparece algum indicador que contrarie a propaganda oficial, o governo baixa o centralismo no IBGE. Foi o que ocorreu com o índice Gini, que foi revisto por ordem do Palácio do Planalto, depois de revelar que a desigualdade parou de cair.
A propósito das análises econômicas na campanha eleitoral, virou bate-boca o debate sobre economia realizado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, entre representantes do governo e da oposição. Marcio Holland, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, justificou o fraco desempenho da economia colocando a culpa nos efeitos da crise global. Foi contestado pelos economistas Samuel Pessoa, ligado ao candidato do PSDB, Aécio Neves, e Marco Bonomo, próximo à candidata Marina Silva (PSB), que criticaram o governo. Revidou na base da chave de galão.
Nos estados
O PMDB é o favorito em Alagoas (Renan Filho), no Amazonas (Eduardo Braga), no Espírito Santo (Paulo Hartung), no Rio de Janeiro (Luiz Fernando Pezão), no Rio Grande do Norte (Henrique Alves), em Sergipe (Jackson Barreto) e no Tocantins (Marcelo Miranda).
Os candidatos do PSDB despontam em Goiás (Marconi Perillo), na Paraíba (Cássio Cunha Lima), no Paraná (Beto Richa), em Rondônia (Expedito Júnior) e em São Paulo (Geraldo Alckmin).
O PT lidera no Acre (Tião Viana), em Mato Grosso do Sul (Delcídio Amaral), em Minas Gerais (Fernando Pimentel) e no Piauí (Wellington Dias).
O PSB é favorito no Distrito Federal (Rodrigo Rollemberg) e em Pernambuco (Paulo Câmara). O PDT, no Amapá (Waldez Góez) e em Mato Grosso (Pedro Taques). E o PP, no Rio Grande do Sul (Ana Amélia Lemos) e em Roraima (Neudo Campos).
O DEM é favorito na Bahia (Paulo Souto). O PCdoB, no Maranhão (Flávio Dino). E o PSD, em Santa Catarina (Raimundo Colombo).
Há disputas acirradas entre o PMDB e o PT no Ceará (Eunício Oliveira x Camilo Santana), entre o PMDB e o PSDB no Pará (Helder Barbalho x Simão Jatene).
O levantamento é da Arko Advice, dos cientistas políticos Murilo Aragão e Cristiano Noronha.
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