• Candidato ao Senado pelo PSDB evitou comentar sobre aproximação com a ex-ministra e disse que partido está concentrado na campanha de Aécio
José Roberto Castro e Carla Araújo – O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O candidato ao Senado por São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 22, que é cedo para pensar em alianças para o segundo turno da eleição presidencial. Segundo ele, o momento é de concentração para a campanha do seu correligionário Aécio Neves. "Temos que trabalhar pela vitória", disse, durante a série de Entrevistas Estadão. "Estamos concentrados na campanha do Aécio. Qualquer discussão envolvendo um possível apoio a Marina Silva, só depois do primeiro turno", reforçou.
Serra disse ainda que é preciso ter respeito por todas as candidaturas e por isso também evitou comentar um possível apoio da Marina, caso Aécio não consiga passar para o segundo turno. "Não é momento de discutir segundo turno", reforçou. Questionado sobre o que achava da sinalização da ex-ministra, que tem dito que quer governar com "os bons" e citou Serra como um possível colaborador, o ex-governador lembrou que sempre teve uma boa relação com Marina. "Sempre tive uma boa relação com Marina", disse.
Ele amenizou ainda os ataques que os adversários têm feito em relação a ex-ministra e eximiu o companheiro de partido de estar fazendo agressões a Marina. "A meu ver, quem passa do ponto nos ataques é o PT", disse.
Serra afirmou ainda que o PSDB não faz oposição de "quanto pior, melhor". "Isso é genético no PSDB, nós não conseguimos fazer oposição de botar pra quebrar".
Proposta
O candidato disse ainda que se eleito pretende implementar a Nota Fiscal Brasileira, modelo similar ao existente hoje no estado de São Paulo, que devolve aos contribuintes parte dos impostos recolhidos pelo governo. "Hoje os impostos federais não são devolvidos", disse. Segundo ele, apesar de o governo ter uma aparente despesa com a devolução de impostos, a medida "melhora a arrecadação, aumenta a formalização e diminui a sonegação", disse.
Drogas
Ao falar de suas propostas de políticas antidrogas, o candidato do PSDB ao Senado em São Paulo, José Serra, disse ser contra a legalização e afirmou que é preciso pensar na oferta e na demanda de entorpecentes.
Ao falar da oferta, Serra lembrou que, apesar de ser grande consumidor de crack e cocaína, o Brasil não produz as drogas e propôs que o governo não faça qualquer acordo de cooperação com países que são "cúmplices do contrabando de drogas". "O governo da Bolívia é cúmplice do contrabando de drogas", exemplificou Serra.
Do lado da demanda, a proposta do candidato ao Senado é apostar em campanhas de conscientização do usuário. "Deve haver uma diferenciação entre um traficante e um usuário de drogas", completou.
Menores
Serra disse ainda que é favorável ao aumento do tempo de internação de menores criminosos para até dez anos, dependendo da gravidade do crime.
Serra tem um entendimento diferente de Aécio Neves, que defende o projeto de autoria do senador Aloysio Nunes sobre a redução da maioridade penal para 16 anos em caso de crimes hediondos. Segundo o ex-governador de São Paulo, o projeto de alterar a Constituição para a redução da maioridade penal teria muitas dificuldades para tramitar no Congresso Nacional.
Reforma política.
Sobre as críticas de seu agora adversário Gilberto Kassab (PSD) que afirmou que ele não cumpre mandatos, Serra rebateu e afirmou que "não vou comentar programas de partidos adversários". O ex-governador aproveitou ainda para defender a reforma política, com implantação do voto distrital e fim da reeleição. "Como regra geral não deu certo. Defendo o fim da reeleição", disse, concordando com a opinião do atual candidato à Presidência pelo partido Aécio Neves.
A reeleição foi aprovada durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Serra ponderou que naquela ocasião a reeleição teve suas virtudes, mas é "indiscutível" que depois não deu certo. "Tem um excesso de focalização na reeleição em vez de politicas permanentes", afirmou.
"Como regra geral não deu certo. Defendo o fim da reeleição", disse, concordando com a opinião do atual candidato à Presidência pelo partido Aécio Neves.
A reeleição foi aprovada durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Serra ponderou que naquela ocasião a reeleição teve suas virtudes, mas é "indiscutível" que depois não deu certo. "Tem um excesso de focalização na reeleição em vez de politicas permanentes", afirmou.
Segundo o ex-governador, a reeleição "não deu certo no Brasil" e "não é uma boa". Para ele, o ideal é que o regime anterior, aprovado pela Constituição em 88, retornasse. "Sou a favor do mandato de 5 anos", disse.
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