Marcos de Moura e Souza – Valor Econômico
CAETÉ (MG) - Em seu primeiro compromisso da última semana de campanha, o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, recuperou um mote da campanha de Marina Silva (PSB) e prometeu montar um governo com "os melhores" políticos de diferentes partidos, incluindo aqueles que hoje não estão ao seu lado.
Durante a campanha no primeiro turno, Marina disse diversas vezes que pretendia reunir em um governo seu os melhores nomes do PT, do PSDB do PMDB e de outros partidos que durante a campanha não estavam na sua campanha.
"O meu projeto é de resgate de valores na vida pública, da ética, da decência, é um projeto que vai buscar nos melhores brasileiros, e não nos aliados, os quadros para governar o país", disse Aécio no início da tarde desta segunda-feira no santuário de Nossa Senhora da Piedade, no município de Caeté, Minas Gerais.
O tucano, que recebeu o apoio de Marina neste segundo turno, tem ao seu lado um arco de partidos que não lhe garante maioria no Congresso, caso ele seja eleito. Por isso, terá de atrair partidos que hoje estão na base e na campanha de Dilma.
Ao falar em governar com os "melhores" de outros partidos que não o seus aliados, Aécio parece sinalizar a legendas - hoje dilmistas - que elas terão lugar em um governo tucano.
Aécio tem uma estreita vantagem sobre a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). Tem 45% das intenções de voto e ela, 43%, segundo pesquisas de intenção de voto da semana passada do Datafolha e do Ibope.
Aos jornalistas, Aécio criticou ainda o governo Dilma, falando em "herança perversa" que será deixado a partir de 2015 na economia e nos indicadores sociais. O tucana prometeu "decretar guerra à inflação". Sobre o tom da campanha, disse que prefere discutir propostas mas que responderá na mesma moeda. O candidato afirmou que não aceitará "infâmia, a mentira calúnia e a deturpação, obviamente elas serão sempre respondidas".
Sobre as críticas que têm sido feitas pela campanha de Dilma à forma como o também tucano Geraldo Alckmin administrou a situação de estiagem e falta de água em São Paulo, Aécio defendeu o colega.
"Vi essa questão da água ser muito discutida na campanha de São Paulo e nós vimos o resultado em São Paulo [que reelegeu Alckmin governador]. Acho que os paulistas compreenderam o esforço que o governador Geraldo Alckmin fez. É uma questão grave, nós estamos tendo a maior estiagem dos últimos 80 anos", disse Aécio.
"No caso específico de São Paulo, eu serei um grande aliado, grande parceiro do governador Geraldo Alckmin para enfrentarmos essa e outras questões como a mobilidade e da segurança pública", disse o tucano.
O candidato foi ontem a Belém; depois segue para São Paulo e Goiás. Na quarta-feira, estará novamente em Minas, onde fará campanha em Belo Horizonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário