• Pela primeira vez no 2º turno, presidente aparece numericamente à frente, em situação de empate no limite da margem de erro
• Criticado na TV, nos debates e nas redes sociais, candidato tucano vê rejeição atingir recorde de 40%
Ricardo Mendonça – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Pela primeira vez neste segundo turno, Dilma Rousseff (PT) aparece numericamente à frente de Aécio Neves (PSDB) em intenções de voto para a Presidência da República, mostra o Datafolha.
Impulsionada, entre outros fatores, pela melhoria de seu desempenho no Sudeste --a região mais populosa--, Dilma alcançou 52% das intenções de votos válidos, sem contar os votos nulos e em branco. Aécio está com 48%.
É um empate técnico no limite máximo da margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. O empate, porém, só ocorre considerando-se uma combinação de dois extremos da margem de erro. A probabilidade maior é que Dilma esteja mesmo na frente, diz o Datafolha.
Nas duas rodadas anteriores, o placar também era de empate, mas sempre com Aécio numericamente à frente: 51% a 49% nas duas ocasiões.
Em votos totais, o resultado da atual pesquisa é Dilma 46%, Aécio 43%. Brancos e nulos somam 5%. Outros 6% não sabem em quem votar.
Um dos fatores que ajudam e explicar o desempenho de Dilma é a melhoria da avaliação do governo. Segundo a pesquisa, 42% julgam a sua gestão boa ou ótima, o melhor patamar desde junho de 2013 --no mês dos grandes protestos, a taxa de aprovação despencou de 57% para 30%.
A avaliação negativa (soma de ruim e péssimo) está agora em 20%, a menor taxa desde novembro de 2013. Outros 37% entendem que a administração é regular.
Nos quatro Estados do Sudeste, Dilma passou de 34% para 40% no intervalo de 11 dias. Outro avanço relevante no período foi entre as mulheres, de 42% para 46%.
Na TV e nas redes sociais, Dilma explorou a ideia de que Aécio seria agressivo com as mulheres. O fato de o tucano ter chamado a presidente de "leviana" no debate organizado pelo SBT com o UOL e a rádio Jovem Pan pode ter reforçado essa imagem.
Nos recortes de renda, Dilma continua vencendo com folga entre os mais pobres (até 2 salários mínimos): 55% a 34% dos votos totais.
No grupo seguinte (2 a 5 salários), a dianteira de 11 pontos de Aécio registrada na pesquisa anterior recuou para três (46% a 43%, um empate técnico). O tucano vence entre os grupos mais ricos.
Também pela primeira vez, a rejeição de Aécio é numericamente maior que a rejeição de Dilma: 40% dos eleitores dizem que não votam no tucano "de jeito nenhum". Com Dilma, a taxa é de 39%.
O Datafolha ouviu 4.389 eleitores. Todas as entrevistas foram feitas nesta segunda (20).
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