• Articulação Semiárido Brasileiro levou a Pernambuco caravanas de três estados e reuniu 30 mil pessoas
Letícia Lins e Cristina Laura - O Globo
PETROLINA, GOIANA e RECIFE - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, reuniu ontem, sob o sol quente de Petrolina (PE), cerca de 30 mil pessoas e realizou um dos principais comícios de sua campanha. O evento contou com forte mobilização da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), rede de organizações sociais que levou 99 ônibus ao centro da cidade pernambucana como parte de caravanas vindas de Minas Gerais, Bahia e Paraíba, entre outros estados do país.
Na última quinta-feira, os dirigentes da ONG participaram de evento com os ministros Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Laudemir Muller (Desenvolvimento Agrário). No encontro, realizado em Caruaru (PE), eles avaliaram as políticas públicas destinadas pelo governo federal à região. Era a "8º Rodada de Avaliação - Termo de Parceria para Ações de Convivência com o Semiárido".
No ato, diante de muitas pessoas vestidas de vermelho, Dilma agradeceu a mobilização e alfinetou os tucanos:
- Essa é uma das mais importantes regiões do país apesar do que acham os tucanos. Eles falaram que os votos que eu recebi no semiárido, no Nordeste, eram de pessoas ignorantes. Nós somos ignorantes porque ignoramos os tucanos.
E Dilma prosseguiu com os ataques aos adversários:
- Os tucanos têm uma visão ultrapassada do Brasil. Não sabem que o Brasil e esta região estão mudando pelo braço, garra, esforço de seu próprio povo e pelas oportunidades que os governos de Lula e o meu governo fizeram aqui.
Enquanto a presidente discursava, um bilhete escrito pela mãe de uma estudante chegou a suas mãos, e ela leu para todos:
- Eu agradeço ao projeto Ciência Sem Fronteiras porque a minha filha está na Austrália, na cidade de New Castel, fazendo curso de Agricultura - dizia o texto, segundo Dilma.
A partir daí, a candidata enalteceu programas como o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec.
Bancos públicos e água
Em seguida, mantendo seu périplo por Pernambuco - estado em que Marina Silva (PSB) teve maior votação, no primeiro turno -, Dilma foi ao município de Goiana. Lá, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visitou uma fábrica da Fiat.
A princípio, a agenda seria de presidente, mas se transformou num palanque em defesa dos bancos públicos e de ataque ao economista Arminio Fraga, possível ministro da Fazenda num eventual governo do PSDB.
- o candidato a ministro da Fazenda do meu adversário vem dizendo que vai fazer auditoria nos bancos públicos. Acho que ele desconhece que bancos públicos são objeto de regulação do Banco Central e que sofrem auditoria interna e externa. Se pegarmos os três mais importantes bancos públicos do país, veremos que a inadimplência é menor do que a dos bancos privados - disse Dilma, informando que as taxas de inadimplência chegam a 2% no Banco do Brasil, 2,28% na Caixa Econômica e 0,27% no BNDES.
Depois de discursar, a presidente participou de um comício no centro de Goiana e pediu o voto dos presentes, advertindo os moradores do município sobre o risco de um eventual governo do PSDB levar o país para "trás" e criar oportunidades "só para eles".
Nesse momento, Lula saiu em defesa de Dilma. Lembrou obras como a rodovia Transnordestina, a transposição do rio São Francisco, a duplicação da BR 101 e as adutoras do sertão. Em seguida, atacou o governo de Geraldo Alckmin (PSDB):
- Qual a diferença (entre o PT e o PSDB)? - perguntou o ex-presidente. - Enquanto a senhora (Dilma) traz água para o Nordeste, o governo de São Paulo, que é tucano, está deixando faltar água de beber em SP.
No fim da noite, Dilma e Lula ainda passariam por Recife. Durante o dia, foram acompanhados pelos governadores da Bahia, Jacques Wagner (PT), e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB).
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