• Com pressão de alimentos, prévia da inflação acelera para 0,48%
• Em 12 meses, IPCA-15 acumula alta de 6,62%, acima do teto da meta
Marcello Corrêa – O Globo
Pressionado pela alta dos preços de alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, acelerou e subiu 0,48% em outubro, informou ontem o IBGE. É a maior taxa desde maio, quando ficou em 0,58%. Mas o resultado ficou abaixo das expectativas de analistas, que projetavam avanço de 0,51%. Em setembro, o IPCA-15 foi de 0,39%. Com isso, a inflação acumulada no ano é de 5,23%, acima dos 4,46% registrados em igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 6,62%, mesmo patamar em relação ao ano anterior e acima do teto da meta oficial do governo, de 6,5%.
Segundo o IBGE, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram aceleração na taxa de setembro para outubro. Uma das maiores altas foi registrada pelo grupo alimentação e bebidas: 0,69%, contra 0,28% no mês anterior. Pesou no indicador o aumento de carnes (2,38%), cerveja (3,52%), frango (1,75%) e arroz (1,35%).
Para o economista Fabio Romão, analista da LCA Consultores, a pressão dos alimentos deve continuar nos próximos meses. Ele projeta que a inflação do grupo alimentação e bebidas feche outubro em 0,79%, acima da prévia divulgada ontem.
- O conjunto de alimentos In natura caiu só 0,1% no IPCA-15 de outubro, depois de recuar 2,5% na prévia de setembro. No fechamento de outubro, a previsão é de alta de 2,2%, tendo como carro-chefe o tomate. Também preocupa o item cereais, leguminosas e oleaginosas (arroz e feijão) - diz Romão, que projeta o IPCA fechado do mês em 0,49%.
Expectativa com as chuvas
Para as próximas semanas, a expectativa é de alívio, segundo Hélio Sirimarco, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), devido à expectativa de que chova:
- No momento que a chuva voltar e adequar a oferta, volta ao normal. Mas quando há estiagem pesada, você não tem oferta para atender à demanda.
Alexandre de Ázara, economista-chefe do Banco Modal, ressalta ainda o item serviços, que acumula avanço de 7,42% entre janeiro e setembro. Ele projetava um IPCA-15 de 0,53% este mês. Analistas destacaram ainda as altas no grupo habitação, cuja variação passou de 0,72% em setembro para 0,80% este mês. Neste grupo pesaram as altas de energia elétrica (1,28%) e gás de cozinha (2,52%).
Com relação aos índices regionais, a maior variação foi registrada em Brasília, com 0,73%. A menor foi a de Belém, que registrou queda de 0,04%. No Rio, a alta foi de 0,34%.
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