• Requerimentos estão parados por falta de acordo entre oposição e base aliada
- O Globo
SÃO PAULO - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os negócios da Petrobras tenta retomar uma das denúncias de Lúcio Bolonha Funaro, a partir das investigações da Operação Lava-Jato, e descobrir a ligação de Vaccari com o Grupo Schahin, que tem contratos superiores a US$ 10 bilhões com a Petrobras.
Em um dos pedidos de investigação, do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), são citados pagamentos do Grupo Schahin a empresas de fachada de Youssef. Em outra ação judicial na Justiça do Paraná, do caso Copel, há registros de pagamentos feitos pelo doleiro a Kenji Otsuki, executivo do grupo. Além de pedir quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Otsuki, o deputado João Magalhães (PMDB_MG) lembrou que Otsuki preside a offshore Turasoria, que arrenda o navio-sonda LC Lancer para a Petrobras, e da offshore Quibdo, ao lado de Milton Taufic Schahin e Salim Taufic Schahin. Lembrou que a Quibdo, "coincidentemente", foi registrada no Panamá pelo mesmo escritório usado para abrir offshores para Costa.
107 offshores
A maioria dos contratos da Schahin com a Petrobras são firmados por offshores - de acordo com denúncia de Funaro, seriam 107 offshores. Procurado, o Grupo Schahin não quis se pronunciar. Magalhães afirmou que os requerimentos estão parados porque não houve acordo entre oposição e a base aliada do governo para convocar e investigar as empresas citadas na Lava-Jato.
Perguntado se era Vaccari o contato com o Grupo Schahin, Funaro sugeriu que procurassem Kenji Otsuki, a quem chamou de "o homem da propina do Banco Schahin". Carlos Eduardo Schahin, que era presidente do banco, foi condenado em julho último pela Justiça Federal a quatro anos de prisão por manter depósitos não declarados em nome de uma offshore. A pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade e multa. Na época das primeiras denúncias, Vaccari havia declarado ter se encontrado apenas uma vez com Funaro.
Procurados, João Vaccari, o Grupo Schahin e a Petrobras não se manifestaram.
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