sábado, 22 de novembro de 2014

Planalto vaza nomes, Bolsa sobe, mas Dilma não confirma

• Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda

• Nelson Barbosa assumirá o Ministério do Planejamento.

• Governo vai esperar aprovação da nova meta fiscal para fazer anúncio oficial. Nomes agradam ao mercado, e Bovespa sobe 5%, maior alta em três anos. Escolha de Kátia Abreu para Agricultura irrita o PMDB

Martha Beck e Eliane Oliveira - O Globo

BRASÍLIA - Contrariando expectativas, o governo decidiu não anunciar oficialmente os novos ministros nesta sexta-feira. O GLOBO confirmou, no entanto, que o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa vai assumir o Ministério do Planejamento.

Barbosa foi chamado por Dilma e se reuniu com a presidente nesta sexta. Auxiliares presidenciais afirmaram que Barbosa, Levy e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, devem formar o núcleo duro da área econômica. Além deles, a senadora Kátia Abreu (PMDB-GO) é a mais cotada para assumir a pasta da Agricultura.

Levy ajudou Antonio Palocci, quando este assumiu o Ministério da Fazenda, no ajuste fiscal realizado nos primeiros meses do governo Lula, em 2003.

Carioca e especialista em contas públicas, Levy foi chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Também foi subsecretário de Política Econômica da Fazenda e, em seguida, passou a secretário do Tesouro, cargo que deixou, três anos depois, para assumir a vice-presidência de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). De lá, foi convidado para ser secretário da Fazenda do estado do Rio, no primeiro mandato do governador Sergio Cabral.

A confirmação do nome de Joaquim Levy para substituir Guido Mantega ocorre após o governo ter sondado o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, na quinta-feira. Procurado pelo Planalto, o executivo recusou o convite. Segundo interlocutores da presidente, Trabuco seria um bom nome para o mercado, mas sua ida para o governo implicaria contornar uma série de questões societárias e de sucessão no Bradesco.

— Houve uma operação para trazer Trabuco para o governo, mas não deu certo — contou um ministro.

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