- Folha de S. Paulo
Depois de uma semana de convites, recusas, reuniões secretas, planos A, B, C e boatos, muitos boatos, o governo entra na última semana de novembro com um desenho relativamente pronto da equipe que irá comandar a economia brasileira a partir de 2015.
Até o início da noite de sexta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff já tinha escolhido três nomes de peso: Alexandre Tombini, Nelson Barbosa e Joaquim Levy, a grande surpresa.
O anúncio oficial do time só não foi feito porque falta definir um elemento fundamental neste xadrez econômico: qual dos três irá sentar na cadeira de ministro da Fazenda.
A decisão será tomada pela presidente neste fim de semana. O mais provável, ao que tudo indica, é colocar Levy no lugar de Guido Mantega, deixar o Planejamento para Nelson Barbosa e manter Tombini onde ele esteve nestes últimos quatro anos --no comando do Banco Central.
Entregar para Levy as rédeas da Fazenda seria o sinal mais eloquente dado até agora pela presidente sobre o que pretende fazer com a política de controle de receitas e despesas a partir do ano que vem.
Levy cuidou do caixa federal no início do governo Lula. Não era admirado pelos petistas. É daqueles economistas que acreditam que controlar gastos não é pecado, é obrigação de quem assume a responsabilidade de administrar o dinheiro público.
O carioca é a antítese de uma figura emblemática do primeiro mandato da petista: o gaúcho Arno Augustin, atual secretário do Tesouro.
Arno entrará para a história econômica brasileira como o "pai" das manobras e pedaladas adotadas pelo governo federal para "cumprir" as obrigações fiscais assumidas, mesmo não tendo feito isso na prática.
Considerando o que Levy fez durante seu período à frente do Tesouro Nacional de Lula, a Fazenda voltará a usar um instrumento que ficou praticamente esquecido na gaveta do gabinete ministerial: a tesoura
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