• Em São Paulo, Alckmin critica o PT e seu nome é sugerido para a próxima disputa presidencial, enquanto em Minas Gerais Aécio é alvo de petistas
- Zero Hora (RS)
Nos dois maiores colégios eleitorais do país, as posses dos governadores mostraram que a disputa pela Presidência da República em 2018, de certa forma, já começou. Em São Paulo, o reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) fez discurso recheado de críticas indiretas ao PT e teve o nome reforçado como postulante ao Planalto.
Enquanto isso, em Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel anunciou um "balanço geral" das contas do Executivo nos últimos 12 anos de comando tucano. Um dos alvos poderia ser o ex-governador Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff (PT) em outubro e também nome natural do PSDB para 2018. Alckmin, que não participou da posse de Dilma, avaliou que o eleitor paulista vem rejeitando o "populismo fácil" e pregou o fim do intervencionismo do governo federal.
Pimentel ataca ex-governador
– São necessárias iniciativas que alavanquem o potencial do indivíduo, sem tutelá-lo – disse o tucano, que fez apenas uma breve menção à crise hídrica atravessada por São Paulo.
A posse de Alckmin não teve a presença de líderes do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Aécio, mas a disputa interna tucana foi tema nos bastidores.
– Alckmin é um candidato natural, e o próprio Aécio reconhece isso. Aécio também é um candidato natural – disse o coordenador jurídico da campanha de Aécio no ano passado, deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Em Belo Horizonte, Pimentel também atacou Aécio, mas sem citá-lo nominalmente:
– Minas Gerais não tem dono, não tem rei, não tem imperador – afirmou Pimentel.
De férias no interior mineiro, Aécio divulgou um vídeo nas redes sociais criticando o governo.
– Não vamos nos dispersar – disse Aécio, repetindo um lema do seu avô, Tancredo Neves.
Pezão, o pidão
Com dificuldades até para pagar a ceia de Natal de policiais militares e bombeiros, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), prometeu reduzir entre 20% e 25% o orçamento das secretarias com a revisão de contratos. Assegurou ainda que pretende cortar em até 35% as gratificações especiais aos servidores, mas garantiu que descarta aumentar impostos. Depois, Pezão avisou que começaria uma peregrinação por Brasília em busca de recursos federais
– Agora vocês me deem licença porque vou pegar o meu "São Pidão" e levar para a posse da presidente Dilma em Brasília – brincou o governador fluminense.
Após a meia-noite
O primeiro a tomar posse, ainda de madrugada, foi o petista Tião Viana, no Acre. A cerimônia ocorreu nos primeiros minutos de 2015.
– Comecei comendo lentilha, o que, dizem, dá prosperidade. Então espero poder conseguir ter um ano de muita sorte e êxito – disse o governador acriano.
Poema falso
O novo governador da Bahia, Rui Costa (PT), iniciou o discurso lendo um poema falsamente atribuído a Clarice Lispector na internet. Não mencionou, entretanto, a autoria do texto.
"Sonhe com aquilo que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer", diz um trecho lido pelo governador.
Protesto por salários
A posse do governador do Distrito Federal (DF), Rodrigo Rollemberg (PSB), teve manifestação de funcionários públicos que criticavam a gestão de Agnelo Queiroz (PT) e exibiam faixas com pedido de quitação dos salários atrasados.
O DF sofre com a interrupção de serviços públicos devido à falta de pagamento ao funcionalismo.
O Facebook e os empossados
A rede social foi usada pelo governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para homenagear Eduardo Campos. Em depoimento em vídeo, prometeu dar continuidade ao trabalho do ex-governador e trabalhar pela união do Estado. Campos foi vítima de um acidente aéreo em agosto de 2014, quando estava em campanha para o Planalto.
A página pessoal do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), também foi utilizada para anunciar secretários na quarta-feira.
Demissões e cortes
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), anunciou que demitirá 2 mil funcionários que ocupam cargos comissionados. A iniciativa faz parte de um prometido choque de gestão.
Em Mato Grosso do Sul, o tucano Reinaldo Azambuja quer dar exemplo. Decidiu cortar pela metade o próprio salário. Com isso, passará a receber R$ 16,2 mil mensais.
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