Aguirre Talento, Gabriel Mascarenhas, Márcio Falcão e Rubens Valente – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Relatório do Coaf (unidade de inteligência financeira do governo federal) entregue à Justiça pela Polícia Federal tratou como suspeita uma operação realizada em 2009 pela Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo, então dirigida pelo tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
Em novembro daquele ano, o sindicato dos bancários repassou R$ 18 milhões à Bancoop. A instituição, por sua vez, depositou o valor na conta da empresa Planner Corretora de Valores.
O banco Bradesco avisou o Coaf sobre a operação por ter considerado que as contas "não demonstram ser resultado de atividades ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio".
A Folha apurou que a operação de 2009 consistiu no pagamento para um grupo de fundos de pensão e outros acionistas que haviam comparecido, anos antes, para ajudar os cofres da Bancoop a partir da aquisição de cotas de um fundo de investimentos lançado pela cooperativa.
A reportagem não conseguiu encontrar os representantes da Planner. A Bancoop informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tinha tempo hábil para se pronunciar sobre o caso até a conclusão desta edição.
Procurada, a assessoria de comunicação do PT disse não ter localizado Vaccari para comentar o assunto.
O tesoureiro é réu num processo em que é acusado de desviar dinheiro da Bancoop, quando era presidente. Os recursos teriam financiado campanhas eleitorais.
Em outras ocasiões, Vaccari admitiu má gestão na cooperativa, mas negou desvios e disse que seu trabalho na instituição consistiu em sanear problemas deixados pela administração anterior.
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