O segundo governo Dilma acabou. Resta saber como ele irá recomeçar.
As manifestações de ontem superaram todas as previsões do Planalto. A presidente vai ter que sacudir seu governo. Ela precisa anunciar medidas no campo econômico e no combate à corrupção. Estas precisam ter impacto simbólico capaz de aplacar a ira de parcela dos setores que ocuparam as praças e as avenidas.
Os protestos não podem ser tratados como terceiro turno. A indignação não tem bandeira. Nem a oposição tem tamanha capacidade de mobilização. Os alvos da população, que ocupou as avenidas, foram a presidente Dilma e o seu partido, o PT. A oposição marcou pontos. Mas a rejeição à presença dos partidos indica que há um cansaço geral com o sistema parlamentar representativo.
A realidade aponta para crescentes dificuldades. Não há sinalização de melhoria na situação econômica. Na política, o cenário é de esgarçamento da base partidária que apoia o governo. Muitas forças vão se distanciar ainda mais para enfrentar as eleições municipais do ano que vem. Os especialistas preveem um crescimento da oposição e que, na melhor das hipóteses, os petistas ficarão no mesmo lugar.
Os eleitores saíram às ruas, de verde e amarelo, e empunharam uma bandeira que não tem dono: o combate à corrupção. Este tema, com o escândalo da Petrobras e após a experiência do mensalão, será dominante na política brasileira nos próximos anos. A reforma política é uma das respostas dos partidos. A sociedade vai cobrar mudanças, inclusive que o STF conclua o julgamento da legalidade ou não do financiamento eleitoral empresarial.
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