• PT cobra agilidade e diz que não penalizará quem ganha salário- mínimo
Isabel Braga - O Globo
- BRASÍLIA- Parlamentares da oposição e da base aliada estão em compasso de espera, não querem dar o primeiro passo e cobram que o governo assuma as medidas que devem ser tomadas para superação da crise econômica após o rebaixamento da nota do país. Para a oposição, o governo mostra mais uma vez a falta de rumo ao não apresentar medidas concretas de corte nos gastos. Em uma clara demonstração do quão difícil será aprovar as medidas de ajuste no Congresso, o próprio PT cobra agilidade no anúncio das medidas para cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões no orçamento, mas avisa que não serão aceitas alternativas que penalizem os que ganham menos, como não reajustar o salário-mínimo em 2016 ou fazer cortes em programas sociais.
— Quem tem benefícios tributários tem mais margem de gordura que os que ganham pouco. Não dá para concordar que uma pessoa que ganha salário mínimo não tenha reajuste no ano que vem — disse o vice- líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini ( SP). — Seria criminoso, são 60 milhões de brasileiros. Prefiro uma medida tributária que atinja um milhão, dois milhões de brasileiros do que 60 milhões.
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho ( PE), diz que a oposição está disposta a discutir uma agenda de superação, desde que o governo apresente propostas viáveis.
— Não dá só para transferir a conta para o trabalhador e o setor produtivo. Miopia é o ministro Levy imaginar que a solução para a crise fiscal brasileira deve ser via aumento de impostos.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima ( PB), diz que, se o governo quiser cooperação do Congresso para aprovar medidas impopulares, deve começar anunciando cortes profundos. Ele lembra que há 15 dias a presidente Dilma Rousseff anunciou o fim de 10 ministérios e até agora nada foi confirmado:
— Foi em decorrência dessas posições imprecisas e vagas que o Brasil perdeu o grau de investimento. Enquanto o governo ficar no campo da mera intenção, o Congresso não será sensível a aumento de carga tributária.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha ( PMDB- RJ), disse que falta credibilidade ao governo para propor novos impostos transitórios:
— O brasileiro já tem o trauma dos provisórios que viram definitivos. Ninguém vai acreditar. A CPMF foi criada como transitória em 1993 e durou até 2007.
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