• Senador lembra que a bancada do partido chegou a romper com a presidente
Por Cristiane Jungblut – O Globo
BRASÍLIA - O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou nesta sexta-feira a participação do PDT na reforma ministerial e a indicação do deputado André Figueiredo (PDT-CE) para Ministério das Comunicações. Cristovam disse que a atuação da cúpula do PDT "envergonha" o próprio partido, que eles estariam fazendo um "papelão". O pedetista argumentou que há senadores aliados ao governo, mas outros de oposição e que a bancada de deputados chegou a romper com a presidente Dilma Rousseff. Para o senador, não há razão de reforçar o vínculo com um governo que está "se exaurindo".
— Não posso deixar de manifestar aqui o meu descontentamento de ver o meu partido debatendo a entrada, outra vez, no governo da presidente Dilma, que está obviamente sendo um governo que se exaure na opinião pública. Um governo que jogou o Brasil na recessão, no desemprego, na inflação, e vamos entrar nesse governo em troca de ministério? Um governo exaurido, de um país com um modelo de desenvolvimento esgotado, em que nós, o PDT, poderíamos ser uma alternativa — disse Cristovam, em discurso no Plenário do Senado.
Para Cristovam, a negociação "envergonha" o próprio partido e não seria chancelada por Leonel Brizola, líder e fundador do PDT.
— Se Brizola estivesse vivo, se Brizola fosse presidente do PDT hoje, ele estaria levando o PDT para fazer esse papel, esse papelão de entrar em um governo que se exaure, fazendo parte dessa artimanha de composição de ministérios, para atender o PMDB e dar um tiquinho ao PDT? Isso envergonha o partido, envergonha um partido que, faz um mês, rompia com o governo por decisão dos seus parlamentares, se eu não me engano, pelo que eu li, por unanimidade, e que agora estes, unanimemente, vão indicar um nome, que a presidente vai aceitar, independente de quem seja.
— Isso chama-se negociata. Não é negociata em que se põe dinheiro necessariamente, não vou chamar isso de um mensalão, mas é uma forma de negociata em troca de votos dentro do Congresso — atacou Cristovam.
O senador destacou ainda que o governo da presidente Dilma está desgastado devido aos problemas econômicos e a denúncias de corrupção.
Em Plenário, o senador recebeu o apoio do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador Wellington Fagundes (PR-MT) disse que a reforma ministerial não resolverá os problemas.
Por meio de nota, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), disse que a presidente Dilma fez as mudanças para se manter no poder.
" Neste momento de crise ética, econômica e política, ao invés de um ministério de salvação nacional, o governo optou por escolhas com o único objetivo de manter o poder de um mandato", disse Agripino.
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