quarta-feira, 14 de outubro de 2015

PPS pede confirmação de citação a Lulinha

• Líder do partido envia requerimento à Procuradoria Geral da República

Evandro Éboli - O Globo

- BRASÍLIA- O líder do PPS, deputado Rubens Bueno ( PR), enviou ontem ao procurador- geral da República, Rodrigo Janot, pedido que confirme o teor da delação premiada feita pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano. O PPS quer a confirmação oficial de que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex- presidente Lula, teve despesas pessoais de R$ 2 milhões pagas pelo esquema que atuou na Petrobras. A informação foi revelada por Lauro Jardim, na sua coluna de domingo no GLOBO.

“Em caso positivo, solicito a V. Sa. informar a este parlamentar a existência de afirmação do referido colaborador acerca de pagamentos efetuados por ele ao senhor Fábio Luís da Silva”, pergunta Bueno no ofício, que trata da possibilidade de sua convocação na CPI da Petrobras.

“Solicito ainda verificar a possibilidade de fornecer a este parlamentar cópia dos documentos recebidos pelo Ministério Público Federal, referentes ao depoimento do sr. Fernando Antônio Falcão Soares, com o objetivo de contextualizar a sua convocação à CPI da Petrobras, assim como auxiliar nos trabalhos investigativos que se façam necessários”. O documento foi assinado só pelo PPS. Bueno disse anteontem que gostaria do apoio de outras legendas.

Delação homologada
A delação premiada de Baiano foi homologada na última semana pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal ( STF). O caso foi remetido à Corte porque Baiano citou autoridades com foro privilegiado naquela Corte. Caberá a Janot decidir se pede abertura de inquérito contra os citados. No caso do filho de Lula, o procurador pode sugerir que o processo seja remetido à primeira instância da Justiça Federal porque ele não tem foro privilegiado. O Ministério Público ainda pode optar por manter o caso no STF, se julgar que o pagamento das despesas tem vinculação com o envolvimento de alguma autoridade.

Baiano é apontado como lobista do PMDB junto à Petrobras. Teria intermediado a entrega de propinas pagas por empreiteiras que mantêm contrato com a estatal. Nos inquéritos abertos no STF com base na Operação Lava- Jato, o nome de Baiano foi associado, por exemplo, a pagamento de propinas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha ( PMDB- RJ).

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