• Ex-presidente faz discurso duro contra oposicionistas e volta a cobrar de Dilma que ela vá para a rua durante evento em São Bernardo do Campo
Elizabeth Lopes - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Ao participar da abertura do I Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a oposição, sobretudo o PSDB, que tem defendido a tese do impeachment ou a renúncia de sua afilhada política, a presidente Dilma Rousseff. "A oposição deveria criar vergonha e deixar a Dilma governar este País", afirmou o ex-presidente.
Num discurso de cerca de meia hora, no qual disse que as gestões petistas ajudaram a reduzir as diferenças sociais no País, Lula afirmou que essa é a razão "do ódio que está instalado neste momento no País". E culpou a oposição pelo que considera um clima de "baixo astral e baixa autoestima" que vem tomando conta do Brasil. "A oposição fez a autoestima do povo ficar em baixa."
"Perdi três eleições neste País, voltava pra casa e, como dizia Brizola (ex-governador do Rio Leonel Brizola), ia lamber as minhas feridas. Eles governavam com a maior tranquilidade. Agora, eles perderam a quarta eleição e não se conformam. Em vez de esperar a quinta, não saíram do palanque.
Eles deveriam criar vergonha e deixar a Dilma governar este País", disse Lula em seu discurso.
Sair do gabinete. Apesar de defender sua afilhada política, o ex-presidente Lula voltou a cobrar que Dilma saia do gabinete, "com ar condicionado" de Brasília, para ir às ruas. "Quando as coisas não estão indo muito bem, não tem remédio senão ir ao encontro do povo", disse. E continuou: "Se eu pudesse convencer a Dilma, ela iria ao congresso da CUT (cuja abertura será nesta noite) e ao congresso do MPA."
Lula disse que, quando se é governo ou dirigente, "é preciso ir ao encontro do povo para receber oxigênio novo, para ganhar nova motivação e sentido para governar". E lembrou que foi exatamente para atender essa parcela da população que ele criou o PT. Lula ironizou que no gabinete presidencial não entra notícia boa nem manchete de jornal favorável ao governo, daí a necessidade de ir às ruas, ao encontro do povo.
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