terça-feira, 27 de outubro de 2015

Presidente do PT admite que eleição será difícil

• Falcão cita ‘campanha de ódio’ contra partido e dificuldades econômicas do país

Fernanda Krakovics - O Globo

-BRASÍLIA- Em texto dirigido à militância petista, o presidente do PT, Rui Falcão, previu ontem que as eleições municipais do ano que vem serão uma disputa “difícil”, porque a crise econômica tende a repercutir negativamente na campanha. Ele aproveitou para defender, mais uma vez, mudanças na política econômica.

“É fato, porém, que vamos enfrentar uma disputa difícil. Não só pela campanha de intolerância e ódio contra o partido, mas também porque as dificuldades econômicas (que esperamos superar com o fim do ajuste e mudanças na atual política) tendem a repercutir negativamente nas eleições”, diz trecho do texto.

Com o partido desgastado pelo escândalo de corrupção na Petrobras e com o governo enfrentando uma crise de popularidade, Falcão afirmou que a campanha de 2016 terá que ser pautada, “obrigatoriamente”, pela defesa do PT e dos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente do PT aproveitou para tentar injetar ânimo na militância. “Desde já, é preciso que a militância afaste o clima de pessimismo que muita gente procura incutir em nossas cabeças. Não é verdade que o PT vai ser varrido do mapa, ou que vamos sofrer uma derrota avassaladora. Só quem perde antecipadamente é quem se recusa a lutar — e esta não é a tradição petista”.

A estratégia para as eleições municipais do ano que vem deve ser discutida na reunião do Diretório Nacional do PT, na próxima quinta-feira, com a presença de Lula. Em resolução a ser divulgada após o encontro, o partido deve cobrar mudanças na política econômica, defendendo principalmente que o ajuste fiscal seja direcionado para as camadas mais ricas da população, com medidas como a taxação de grandes fortunas. A cúpula petista deve evitar, porém, ataques diretos ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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