- Folha de S. Paulo
Depois de uma curta trégua para os festejos do final do ano, a primeira semana de janeiro foi de causar indigestão a muitos políticos com novas revelações da Operação Lava Jato.
Com o surgimento diário de novos detalhes e com um leque tão amplo de investigados, o começo de 2016 repete a sensação de medo e incerteza que pairou sobre os integrantes do Planalto e do Congresso durante o ano passado. Todos na expectativa para saber quem será o protagonista da vez.
Nesta semana, o todo-poderoso ministro da Casa Civil e braço direito de Dilma, Jaques Wagner, encabeçou a lista ao ser citado pelo ex-diretor da Petrobras e delator da Lava Jato, Nestor Cerveró, e também aparecer em mensagens do explosivo celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS.
No governo e nos partidos aliados há um número tão grande de investigados e citados nas investigações que talvez seja mais fácil contar nos dedos quem nunca se envolveu na Lava Jato.
Conhecendo muito bem essa conta, Dilma criticou, em café da manhã com jornalistas, o que chamou de "vazamento e espetacularização" das denúncias que atingem integrantes do seu governo. Fez uso do discurso recorrente no meio político de culpar "vazamentos seletivos" sem entrar no mérito da acusação.
Entre um gole de café preto e um queijo branco, Dilma soltou sua bravata midiática ao dizer que os investigadores da Lava Jato podem virá-la "do avesso" que não irão encontrar nada. Para um discurso coerente, a presidente poderia pedir que a Polícia Federal virasse "do avesso" todos os ministros escolhidos por ela. Afinal de contas, se ela não põe a mão no fogo por seus mais próximos aliados, por que os escolheu?
O "grau de imprevisibilidade" está tão grande que poucos são os que se arriscam a falar publicamente sobre o que esperar do futuro. Uma coisa é certa. Perderam feio aqueles que apostaram que o noticiário político fosse esquentar só depois do Carnaval.
Nenhum comentário:
Postar um comentário