Folha de S. Paulo
A 25 dias dos Jogos Olímpicos do Rio, lá vamos nós, de novo, perder uma bela oportunidade para mostrar ao mundo que, sim, merecemos sua confiança.
Até aqui, nossa cartão de visita tem sido um horror. Deixemos a questão da segurança para depois, vamos ao mundo da política e economia, palco de notícias negativas, bizarras e de arrepiar qualquer um.
Nossa penúria é tanta que, vejam só, comemoramos que em 2017 vamos ter um rombo de R$ 139 bilhões nas contas públicas. O quarto consecutivo e menor que os R$ 170,5 bilhões deste ano. Triste país que fica feliz só porque a desgraça é menor.
A responsável por esta quebradeira deu para dizer que errar é humano, logo ela que não gosta de assumir erros. E ainda sonha e batalha em voltar, indefinição que trava investimentos externos no país.
Não bastasse esta dúvida, que só será eliminada depois do julgamento do impeachment, a Câmara dos Deputados mergulha numa disputa do pior contra o pior pelo seu comando. É de chorar dar uma espiada no currículo doscandidatos a substituir Eduardo Cunha.
O ex-presidente da Casa, que disse ter seus momentos humanos quando chorou ao anunciar sua renúncia, tenta sobreviver, mas está fadado a ser condenado e cassado.
Quem olha de fora deve rir de um país em que dois adversários, até pouco tempo os poderosos Dilma e Cunha, disputam para não cair primeiro. Num jogo em que nenhum terá motivos para rir por último.
Por fim e pior, temos a insegurança no Rio. O prefeito Eduardo Paes promete, porém, que isso não será problema para os turistas durante a Olimpíada. As Forças Armadas estarão nas ruas garantindo a paz.
Pois é, assim foi na Copa do Mundo. Foi uma tranquilidade. Depois, o medo e a violência voltaram. O filme deve se repetir, num atestado do fracasso dos governantes em cuidar da segurança do brasileiro também. Não só do turista estrangeiro.
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