sábado, 26 de novembro de 2016

Aécio defende que Calero seja investigado por suposta gravação

• Para tucano, se ex-ministro registrou conversa com Temer, tem que ser punido

Júnia Gama e Simone Iglesias – O Globo

BRASÍLIA — O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta sexta-feira que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero seja investigado por supostamente ter gravado conversa com o presidente Michel Temer.

— Há algo aí de extremamente grave e que também tem que ser investigado, o fato de um servidor público, um homem da confiança do presidente da República, com cargo de ministro de Estado, se confirmado isso, entrar com um gravador para gravar o presidente. Isso é inaceitável, é inédito na história do Brasil — disse Aécio.

Para o tucano, Calero poderia, ao gravar deliberadamente Temer, induzir a conversa de forma a prejudicá-lo.

— Isso permite a todos nós achar que nessa conversa ele tenha induzido qualquer palavra do presidente. Isso tem que ser investigado porque parece ato passível de punição — defendeu.

Sobre a pressão de Geddel Vieira Lima, que nesta sexta-feira se demitiu do cargo de ministro, em cima de Calero para ajudá-lo em questões pessoais, Aécio tergiversou. Disse que qualquer ação caberia ao presidente Michel Temer.

Mais tarde, ao ser perguntado sobre a demissão de Geddel, o tucano disse que o político baiano tomou a decisão “pela preservação do governo” e reafirmou o apoio do PSDB ao presidente Michel Temer. Para Aécio, Temer não praticou “nenhum ato incorreto”:dirimir o conflito que aqui existia.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB) minimizou a possibilidade de pedido de impeachment do presidente Michel Temer pelo PT e outros partidos de oposição ao governo no Congresso. Segundo Bruno, todos os ex-presidentes foram alvo de pedidos desse tipo, mas eles só avançam se há viabilidade política. O tucano também criticou a atitude do ex- ministro Marcelo Calero de gravar a conversa com o presidente Michel Temer.

— No Congresso se pediu impeachment de todos os presidentes, desde Itamar Franco e até do presidente Michel Temer. Mas as coisas andam no Congresso quando há efetividade política — disse Araújo, acrescentando:

— O momento é de ajudar o país, ter unidade nesse momento de profunda crise.

Segundo o ministro tucano, foi no mínimo falta de civilidade a atitude de Calero de gravar Temer :

— Não me parece uma atitude no mínimo civilizada, mas cada um tem suas posições e assume a responsabilidade pelos seus atos.

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