Robson Sales | Valor Econômico
RIO - Após ter registrado em 2015 a maior alta em 13 anos, de 10,67%, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,29% em 2016, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o IPCA encerrou o ano abaixo do teto do intervalo do sistema de metas de inflação, de 6,5%. Segundo economistas, a recessão é responsável por grande parte da contenção dos preços nos últimos meses e seguirá fazendo esse papel ao longo de 2017, quando a inflação tende a se aproximar mais do alvo central de 4,5%. Neste ano, o teto da meta de inflação é de 6%.
O resultado do IPCA em 2016 ficou abaixo da média de 6,34% estimada por 25 economistas consultados pelo Valor Data.
Em dezembro, o índice de preços subiu 0,30%, após marcar 0,18% um mês antes. Mesmo assim, foi a menor taxa para o mês desde 2008, quando a inflação correspondeu a 0,28%. Em dezembro de 2015, o IPCA avançou 0,96%. O mercado esperava uma alta de 0,34% para o último mês de 2016.
O IPCA mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, que vivem nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Vitória, Belém, Brasília, e nos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Grupos
A alta do IPCA entre novembro e dezembro foi influenciada principalmente pelo comportamento de alimentação e bebidas (-0,20% para 0,08%), despesas pessoais (0,47% para 1,01%) e transportes (0,28% para 1,11%). Subiram mais vestuário (de 0,20% para 0,32%) e educação (de 0,06% para 0,07%).
Houve deflação em habitação (0,30% para -0,59%) e artigos de residência (de -0,16% para -0,31%) enquanto saúde e cuidados pessoais (de 0,57% para 0,49%) e comunicação (de 0,02% para 0,01%) avançaram menos.
Em 2016 como um todo, alimentação, saúde e despesas pessoais responderam por 67,5% - ou 4,25 pontos percentuais - da inflação do período.
Localidades
Sete dos 13 locais pesquisados terminaram 2016 com inflação acima do teto de 6,5% estipulado pelo BC e ficaram acima do IPCA médio do país, de 6,29%. O maior índice foi o de Fortaleza, onde o IPCA acelerou de 0,13% para 0,6% entre novembro e dezembro e fechou 2016 com alta de 8,34%, de acordo com o IBGE.
Do outro lado está a região metropolitana de Curitiba, que teve a inflação abaixo da meta de 2016, ao registrar avanço de 4,43%. Entre novembro e dezembro, o IPCA desacelerou de 0,16% para 0,14% no local.
No total, entre novembro e dezembro, a inflação desacelerou em dez dos 13 locais pesquisados.
A região metropolitana de Porto Alegre (-0,04%) teve o índice mais baixo, com a queda de 11,49% na energia elétrica mencionada anteriormente.
Em São Paulo, o indicador terminou 2016 abaixo da média nacional para o ano, mas em aceleração nos dois meses finais. O IPCA em 12 meses ficou em 6,13% após avançar 0,35% em dezembro, que superou a taxa de 0,26% registrada um mês antes.
O índice regional mais elevado foi o de Brasília (1,12%), onde os preços das passagens aéreas tiveram alta de 21,30%, com impacto de 0,40 ponto. A elevação de 1,06% nos preços dos alimentos consumidos em casa também pressionou o resultado do mês.
Terminaram o ano com inflação acima do teto da meta Campo Grande (7,52%), Recife (7,10%), Salvador (6,72%), Belo Horizonte (6,6%), Belém (6,77%) e Porto Alegre (6,95%).
Encerraram 2016 com inflação abaixo da média nacional, além de São Paulo e Curitiba, Vitória (5,11%), Goiânia (5,25%). Por sua vez, Rio de Janeiro, com alta de 6,33% no IPCA, finalizou o ano com inflação acima da média nacional, de 6,29%.
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