Daniel Mariani, Fábio Takahashi | Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - O governo Michel Temer (PMDB) acelerou liberação de verbas para deputados às vésperas da votação contra ele na Câmara. Os recursos, porém, beneficiaram governistas e oposicionistas.
Tabuladas pela Folha, as informações constam no sistema oficial de acompanhamento orçamentário do Senado. Foram consideradas as emendas parlamentares, que são pedidos que os deputados fazem para destinar verbas a seus redutos eleitorais.
A reportagem considerou as emendas "empenhadas", ou seja, as que o governo se compromete a liberar.
Os gastos com emendas foram crescendo à medida que a votação chegava. Foram R$ 768 milhões em maio, R$ 1,6 bilhão em junho (mês que Temer foi denunciado) e R$ 1,9 bilhão em julho. Os dados dos primeiros dias de agosto não estavam disponíveis.
Se por um lado houve aumento de liberação no montante de emendas, a reportagem não encontrou correlação entre mais recursos e benefício maior a governistas.
Cada deputado que votou a favor de Temer havia recebido, em média, R$ 3,4 milhões em julho; os contrários, R$ 3,2 milhões.
Uma diferença relevante apareceu dentro do PSDB e do PSB, partidos que se dividiram na votação.
Entre tucanos, quem votou com o governo havia recebido 23% mais que os colegas de partido; no PSB, 36%.
As emendas parlamentares são feitas pelos deputados na elaboração do Orçamento. Cabe ao Executivo decidir o ritmo de liberação desses recursos.
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