quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Após Magno Malta exibir preso por pedofilia no plenário, senadores tentam acabar com CPI

Painel / Folha de S. Paulo

Ovo da serpente Um grupo de senadores tenta dar cabo da CPI dos Maus-Tratos, presidida por Magno Malta (PR-ES). Na sessão do dia 9, um dia depois de aprovar a condução coercitiva do artista que provocou polêmica ao se apresentar nu em SP, Malta levou ao plenário um acusado de pedofilia, algemado e com uniforme de detento. “O sr. foi abusado na infância?”, indagou. O depoente disse que sim, mas que não queria falar. O senador insistiu. O preso chorou. O depoimento virou peça de propaganda.

Histórico Alessandro da Silva Santos é acusado de abusar de 11 menores. Ele ainda não foi julgado. Chegou ao Senado desacompanhado de um defensor. “O sr. tem advogado?”, questionou Malta. “Tenho”, respondeu o homem. “Ele sabia que o sr. viria aqui?”. “Não. Nem eu sabia, excelência.”

Escapou O senador designou um advogado, funcionário da Casa, para auxiliar o preso. Eles conversaram por dois minutos. Depois o servidor saiu de cena. É possível ouvir o diálogo na gravação da TV Senado porque Malta não desligou o microfone. Fala entre defensor e cliente é inviolável.

Peso da lei O advogado avisou Alessandro de que tudo poderia ser usado em seu julgamento. No interrogatório, Malta quis que ele confessasse os crimes, detalhasse o número de vítimas e, diante do pedido do homem para só falar em juízo, disparou: “Se fosse juiz, ficaria ofendido. É como se ficasse mais fácil”.

Tudo certo Procurado, Malta disse que constituiu advogado para que o preso pudesse conhecer seus direitos. “Quem deve ter sofrido constrangimento foram as crianças que ele abusou. Conheço o movimento a serviço de forças ocultas e interesses escusos para calar a CPI!”

Deixa estar Para apaziguar o clima interno, o novo diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, pediu que o atual corregedor do órgão, Omar Gabriel Haj, permaneça no posto. Quando a troca no comando da PF tornou-se iminente, Haj foi indicado pela equipe de Leandro Daiello para ser adido em Washington.

Novos ares Por ora, a indicação de Haj para a adidância foi recolhida. Às vésperas de deixar o comando da PF, Daiello indicou outros homens de sua confiança, como seu chefe de gabinete, a postos no exterior.

Façam as apostas O nome do ex-ministro de Transportes João Henrique de Almeida Sousa, hoje na presidência do Conselho Nacional do Sesi, começou a circular como possível substituto de Antonio Imbassahy (PSDB) na Secretaria de Governo. Ele é da executiva do PMDB e foi deputado pelo Piauí.

Resta um As mudanças no primeiro escalão do governo devem ficar restritas às pastas de tucanos. O chanceler Aloysio Nunes (Relações Exteriores) não deve entrar na reforma –com o consenso e o aval da base aliada.

Margem de erro Vice-líder do governo, Beto Mansur (PRB-SP) levará a Michel Temer no domingo (19) uma planilha com os votos que cada partido deve entregar na reforma da Previdência. Aliados dizem que, sem garantir no mínimo 315 votos na Câmara, não dá para colocar a proposta no plenário.

Não acabou Líderes sindicais estarão em Brasília na próxima semana para pressionar parlamentares a incluírem emendas na medida provisória da reforma trabalhista. Uma parte do grupo defende que a criação da contribuição assistencial –a alternativa ao imposto sindical– seja incluída na MP por emenda.

Hora H Políticos de um dos partidos que tentam convencer Luciano Huck a disputar a eleição presidencial fizeram um bolão em um grupo de WhatsApp para apostar se ele vai encarar a empreitada de se filiar a uma sigla e concorrer. Muitos acham que, pressionado, ele vai refugar.

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