quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Atrasos em série

Poder em jogo / O Globo

Recém-empossado na diretoria-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia estreou no cargo tentando saber mais sobre as investigações envolvendo autoridades abertas no Supremo Tribunal Federal. Na véspera do feriado, ele enviou à Corte pedidos de prorrogação de prazo em pelo menos dez inquéritos — entre eles, apurações contra os senadores alagoanos Fernando Collor (PTC) e Renan Calheiros (PMDB). Há casos da Lava-Jato e também sobre outros assuntos. O antecessor de Segóvia na PF, Leandro Daiello, já havia pedido a prorrogação de boa parte dos mesmos inquéritos. Entre ministros do STF, essa praxe tem sido malvista, porque é uma forma de prolongar indefinidamente as apurações. E, quando os processos se alongam demais, normalmente, é o tribunal que leva toda a culpa pela demora.

Insaciáveis
A tendência do governo de entregar o Ministério das Cidades ao PP desagradou a outros partidos do centrão com menos espaço no governo. Os responsáveis pela articulação política no Planalto foram alertados pelos descontentes: se o PP acumular Cidades e o Ministério da Saúde, que mantém atualmente com Ricardo Barros, “vai dar problema”. As duas pastas têm orçamentos volumosos.

Troca rápida
Atacado pelos partidos do centrão, é quase certo que o ministro tucano Antonio Imbassahy, da Secretaria-Geral da Presidência, deixará o Palácio do Planalto, onde despacha um andar abaixo do gabinete de Michel Temer. Um dos cotados para substituí-lo é seu secretário executivo, Carlos Henrique Menezes Sobral. Ele já trabalhou com Eduardo Cunha, na Câmara, e ocupou o atual cargo na gestão de Geddel Vieira Lima. Outra hipótese discutida no governo é que o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, acumule as funções, mantendo Carlos Henrique.

Na ponta do lápis
Michel Temer deve receber no domingo os cálculos das mais recentes estimativas de voto em favor da reforma da Previdência na Câmara. A planilha terá influência na redistribuição de poder feita com a reforma ministerial.

Saindo do armário
Marina Silva tem sido fortemente estimulada a assumir posições mais firmes em relação à disputa presidencial de 2018. Ela tem trabalhado como candidata, mas, dizem seus aliados, evita se expor antes de haver maior clareza sobre quem serão os adversários. Em um mês (15/12), a Rede realiza uma reunião ampliada da Executiva Nacional, batizada no partido de Elo Nacional. Será o prazo para a ex-ministra tomar decisões.

Carta na manga
Depois de o PSDB colocar o pé para fora do governo, a disputa por cargos fez surgir boatos de que o próximo partido a se querer distância da impopularidade de Temer é o DEM. Presidente da legenda, o senador José Agripino nega: “Nada a ver. A nossa posição tem um diferencial. Nosso partido agasalha o vice-presidente da República (em tese, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia). Isso nos agrega um componente de responsabilidade maior, um comprometimento com governabilidade. Não há correlação da nossa posição com o PSDB”.

Pauta seletiva
Entusiasmados com a votação dos projetos sobre Segurança Pública — com forte apelo popular, mas classificados por especialistas na área como ineficazes —, deputados pressionam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a marcar outras semanas de votações temáticas. Sugerem a realização de votações seguidas sobre Saúde, Educação e “projetos sociais”, sem explicar exatamente o que significam.

Correndo atrás
Desde que Jair Bolsonaro anunciou em agosto que estava conversando com o PEN, o Pastor Everaldo, presidente do PSC, partido ao qual o deputado ainda é filiado, percorreu 18 estados. Conseguiu 1.748 assinaturas em fichas de filiação. Everaldo tem dito que Bolsonaro “não saiu, mas não está” no PSC

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