Catia Seabra / Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta segunda (4) a mais difícil etapa de suas viagens pelo Brasil neste ano.
Em sua terceira caravana em 2017, Lula irá ao Espírito Santo e Rio de Janeiro, Estados do Sudeste onde o PT está mais debilitado. A comitiva está preparada para enfrentar manifestações, especialmente dos eleitores de Jair Bolsonaro (PSC).
Segundo o último Datafolha, no Sudeste a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de apenas seis pontos percentuais, de 27% a 21%. Nacionalmente, a diferença chega a 18 pontos.
O Rio é o domicílio eleitoral de Bolsonaro. Desgastado no Estado, o PT deve lançar o ex-ministro Celso Amorim ao Palácio Guanabara. Em frangalhos no Espírito Santo, a sigla nem sequer terá candidato a governador.
Diferentemente do que se deu no Nordeste, em agosto, e em Minas, em outubro, Lula não será recepcionado por governadores.
No Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) tem apoio de fatia de PT, mas, em 2014, apoiou Aécio Neves (PSDB). No Rio, o PT nem pensa em se aproximar de Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Apesar do risco de hostilidade, petistas consideram fundamental a investida na região metropolitana do Rio. Pesquisas do PT revelam um avanço de Bolsonaro sobre a Baixada Fluminense, onde Lula ainda exerce liderança e passará um dia.
No comando petista, a viagem é vista como ensaio para a chegada ao Sul. Segundo o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), "seria um erro limitar a caravana a regiões onde o partido é mais forte".
"Na primeira etapa, fomos a lugares lulistas. Agora, vamos a um terreno de maior disputa. Para mim, é a etapa mais importante. E a vinda de Lula tem impacto muito grande", diz.
Para o deputado federal Givaldo Vieira (PT-ES), "a presença de Lula extrapola o PT" por fortalecer setores da esquerda em um Estado de grande eleitorado conservador. "Precisamos quebrar essa barreira", diz o parlamentar.
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