- Folha de S. Paulo
Uma imagem emblemática e oportuna do último sábado (2): Michel Temer no centro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), sentado à sua esquerda, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), à direita do presidente.
Em entrevista publicada pela Folha nesta segunda (4), Meirelles afirma que Alckmin não pode ser o candidato do governo Temer à Presidência em 2018.
Questionado sobre a hipótese pelos repórteres Marina Dias e Julio Wiziack, o ministro da Fazenda tenta tirar o tucano do caminho de Temer. "Uma coisa é o apoio a determinadas reformas, outra é o apoio à política econômica atual, com todas as suas medidas e consequências", diz.
Meirelles afirma que decidirá em março se sairá candidato, mas na entrevista já adota discurso como tal. Anuncia que defenderá o legado do governo federal em caso de disputa.
Suas palavras revelam que ele decidiu participar de vez do debate eleitoral. O chefe da economia sabe que Alckmin entrou no radar do Planalto para 2018 depois do acordo interno que o levará ao comando do PSDB.
Em termos eleitorais, Alckmin apresenta hoje mais requisitos do que Meirelles no campo da centro-direita. Pesa contra o tucano a falta de simpatia do centrão, que sustenta a gestão de Temer, ao seu nome e ao PSDB. Conta a favor a ausência de um nome do governo com uma perspectiva mínima de competitividade.
O ministro diz que a população começará a sentir no começo do ano a melhora econômica do país e o aumento da sensação de "bem-estar".
Sua previsão pode se concretizar, mas não significará necessariamente um crescimento automático de seu nome nas ruas. Meirelles não passa de 2%. Segundo o Datafolha, 52% afirmam não conhecê-lo. O percentual sobe para 61% entre aqueles que ganham até dois salários mínimos.
Escrevi neste espaço há uma semana que só um milagre fará a reforma da Previdência ser aprovada na Câmara. O mesmo parece valer para a candidatura de Meirelles decolar.
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