Circo de horrores A trapalhada promovida por alguns dos principais articuladores do Congresso nesta quarta (13) serviu, ao menos, para dar ao governo e aos parlamentares uma amostra grátis da reação que devem esperar do mercado caso realmente decidam enterrar a nova Previdência. Além das oscilações da bolsa e do dólar, a Fitch, agência de classificação de risco, avisou que, nesse cenário, rebaixará a nota de crédito do Brasil, o que deve encarecer financiamentos e desestimular investimentos.
Causa… Líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) anunciou o adiamento da votação da reforma na tentativa de acalmar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que queria votar o Orçamento do próximo ano de qualquer jeito nesta semana, o que, na prática, sacramentaria o recesso.
… e consequência Sem conseguir chamar sessão do Congresso para aprovar o Orçamento, Eunício foi flagrado pela Folha, na terça (12), dizendo que não “vota a Previdência porra nenhuma”.
Torre de babel Jucá disse a aliados ter tido aval da Casa Civil para fazer o anúncio do adiamento da votação das novas regras para a aposentadoria. O Planalto afirmou que, na reunião com ele, só se tratou sobre a votação do Orçamento.
Água na fervura O presidente, que estava no centro cirúrgico quando o bate-cabeça aconteceu, ficou preocupado. Henrique Meirelles (Fazenda) foi acionado para desmentir Jucá publicamente.
Em vão A crise gestada pelos articuladores do governo acabou tirando todo o impacto do anúncio do PSDB sobre o fechamento de questão a favor da reforma.
Nova chance Há expectativa de que o DEM anuncie posição semelhante nesta quinta (14), o que poderia, para os otimistas, reacender a articulação em torno da reforma.
Força do exemplo Integrantes do Democratas tinham esperanças de que o presidente da sigla, Agripino Maia (RN) fizesse um gesto ao partido abrindo mão do comando da legenda após se tornar réu no Supremo. Não deu.
Mais um Marcelo Barbieri (PMDB-SP) é cotado para a secretaria-executiva da articulação política do governo. Seria auxiliar do novo ministro, Carlos Marun (PMDB-MS).
Carne e osso Petistas que estiveram com Lula nesta quarta (13) disseram que ele ficou baqueado com a decisão do TRF-4 de marcar o seu julgamento para janeiro. Apesar do discurso de resistência, ele deu sinais de cansaço e abatimento.
Me sinto só A sensação de cerco fechado travou o avanço das discussões sobre alianças em torno do ex-presidente. Ao definir a data no início de 2018, a Justiça tirou fôlego do PT para negociar com outros partidos.
Herdeiro A cúpula do PSDB avalia que, sem Lula na disputa, aumentam as chances de o governador Geraldo Alckmin estar no segundo turno, mas, na esquerda, é o ex-governador Ciro Gomes (PDT) quem cresce, principalmente no Nordeste.
Que coincidência Aliado de João Doria, o vereador João Jorge (PSDB) usou um café com dirigentes de siglas da base para pedir que o prefeito paulistano seja candidato ao governo do Estado no ano que vem. Milton Leite (DEM) e Police Neto (PSD) teriam apoiado o gesto.
Quem cala… O tucano não negou nem confirmou intenção de disputar. Comunicou que sairá de recesso dia 23 e só retornará no dia 2. Brincou que, desta vez, não levará celular.
Pressa Dias Toffoli, do STF, pediu que a AGU e a PGR se manifestem sobre ação do PSB que tenta incumbir o TSE da definição de um teto para o autofinanciamento em 2018. Deu a entender que quer julgar o tema antes da eleição.
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