"Alckmin pode vir a ser esse candidato das forças democráticas", afirmou Freire
Fábio Matos| Portal do PPS
O PPS convoca as forças políticas do campo democrático a se unificarem em torno de uma candidatura forte nas eleições presidenciais de 2018 – e esse nome deve ser o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Neste domingo (25), no encerramento do 19º Congresso Nacional do partido, foi aprovado um indicativo de diálogo sobre o apoio ao pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto no pleito de outubro deste ano.
“Um governo legitimado pela soberania popular, e não por imposição constitucional como é o caso do governo atual, terá condição de encaminhar as soluções mais duradouras”, afirmou o deputado federal Roberto Freire (SP), presidente reeleito do PPS. “É o momento da transição e da afirmação democrática. Desde há muito, o PPS se posiciona para buscarmos a unidade das forças democráticas para impedir uma até então possível candidatura de Lula, antes de se tornar ficha suja, e de Bolsonaro no lado oposto.”
Freire lembrou que “ambas as candidaturas não tem nenhum compromisso com a democracia, têm claro caráter populista e são perigosas”. “Na sua indignação, a sociedade brasileira pode imaginar que tem de votar naquele que é contra tudo e contra todos, o antiestablishment Já tivemos isso na história brasileira, mas com outro clima na sociedade, um clima de euforia, de saída da ditadura, de primeira eleição presidencial após a ditadura, em 1989”, comparou o deputado ao citar o 2º turno entre Fernando Collor e Lula naquela ocasião.
“Eu tenho plena consciência de que, neste momento, uma saída política desse Congresso é dizer que talvez seja necessário afirmar à sociedade que precisamos buscar a unidade. Não é apenas uma palavra. É concretamente dizer: ela pode estar ali”, prosseguiu o presidente do PPS ao se referir a Alckmin.
A proposta aprovada pelo congresso do partido é apresentar um indicativo de diálogo em torno do apoio ao pré-candidato do PSDB e submetê-lo à Convenção Nacional do PPS, que será realizada no meio do ano.
“Geraldo Alckmin pode vir a ser esse candidato das forças democráticas. Não estamos apoiando, até porque remetemos isso para a Convenção Nacional do partido, mas conclamamos para buscar essa unidade”, explicou Freire. “É mais uma decisão importante neste momento para que busquemos um componente fundamental nesta disputa e evitarmos que o Brasil caia em populismo ou aventuras.”
Preocupação com cenário eleitoral
O presidente do PPS reconheceu que o partido vê com muita preocupação o atual cenário eleitoral com vistas ao pleito de 2018. Roberto Freire lamentou que o chamado centro democrático ainda não tenha viabilizado uma candidatura única que, hoje, já seja capaz de fazer frente, por exemplo, ao deputado federal Jair Bolsonaro (RJ).
“Voltamos a ter um quadro em que não estamos vendo consolidação de nenhuma alternativa. Não somos nós que vamos consolidar coisa alguma. Mas precisamos ter a consciência de que podemos ajudar”, disse Freire. “Não vamos apoiar ninguém ainda, mas vamos indicar que uma candidatura pode começar a ser por nós entendida.”
O parlamentar ressaltou que “o PPS sempre defendeu essa unidade”. “Mas isso não é uma coisa fácil. Ela não fez surgir algo que pudesse significar a representação do novo, com capacidade de articular essas forças políticas. Isso não aconteceu. Estamos vivendo essa dificuldade”, admitiu.
“Forças políticas que eram o núcleo centro do impeachment, responsáveis pela transição, e outras que se associaram nesse processo, ainda não conseguiram se aglutinar em torno de uma candidatura que ganhasse musculatura. Estamos em um processo angustiante”, concluiu. “Também por isso, [o indicativo de apoio a Alckmin] pode ser também um momento muito significativo para a realidade brasileira que estamos vivendo.”
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