Por Fabio Graner | Valor Econômico
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), continua sem interesse em ser candidato a vice-presidente nas eleições deste ano, segundo fontes ouvidas pelo Valor. Meirelles segue com a intenção de encabeçar uma chapa à Presidência, mas mantém a estratégia de esperar até abril para decidir o que fará, desde eventual mudança de partido até efetivamente deixar a Fazenda para disputar o cargo de mandatário principal do país.
Alguns interlocutores atribuem a notícia de que Meirelles poderia ser vice na chapa de Alckmin, publicada ontem no jornal "O Estado de S.Paulo", a movimentos de tucanos e até mesmo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, partido ao qual Meirelles é filiado.
O ministro já disse publicamente, por mais de uma vez e de forma taxativa, que não sairá candidato a vice-presidente e que sua decisão até abril será sobre tentar o não a presidência. Uma mudança de rumo já traria problemas porque demandaria explicações sobre a mudança de planos.
Nas últimas semanas, Meirelles intensificou sua agenda de entrevistas para rádios, televisões e jornais, bem como suas viagens para diversos Estados brasileiros. Sexta-feira, por exemplo, disse em entrevista à rádio CBN de Goiânia que trabalha com o presidente Michel Temer em um "projeto de reconstrução do país" e que o ideal seria ter apenas um candidato à Presidência defendendo esse legado.
Além da intensa agenda de viagens e entrevistas, o ministro tem intensificado as conversas com lideranças partidárias, de forma a ter um quadro político mais claro sobre o que fazer. A preferência de Meirelles é por ingressar no MDB e ser apoiado por Temer.
Ontem, o presidente recebeu o líder do governo no Senado e presidente do MDB, Romero Jucá (RR), no Palácio do Jaburu, com quem discutiu o cenário eleitoral de outubro. Jucá defendeu candidatura própria do partido, para defender o "legado". "Temos que explicar à sociedade o que estamos fazendo e, portanto, uma candidatura própria, já que o resultado da economia está aí, seria um bom caminho", disse Jucá.
O senador disse que Temer é sempre lembrado para a reeleição, mas "não há ainda fixação de nome". Sobre Meirelles, Jucá disse que ele é um "grande nome, um grande quadro" e tem condições de ser candidato pelo partido, entre as alternativas que existem.
Para Meirelles, a candidatura pelo MDB daria a ele tempo de televisão e estrutura partidária para que sua candidatura seja competitiva. O problema, como fica claro na fala de Jucá, é que o MDB embora sinalize favoravelmente à entrada do ministro em seus quadros, não se compromete com a candidatura e também tem problemas de ser um partido altamente fragmentado, com vários de seus caciques, especialmente na região Nordeste. (Colaborou Lucas Marchesini)
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