Reunidos em evento em São Paulo, Alckmin descarta Meirelles; Ciro nega ter se acertado com Fernando Haddad; e Marina rechaça aliança com Barbosa
Dimitrius Dantas e Tiago Aguiar | O Globo
Acorrida pela Presidência da República já começou mas, por enquanto, nenhum dos candidatos parece interessado em um co-piloto. O clima de campanha era óbvio, ontem, no seminário de 1º de Maio organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), onde Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) se revezaram em três palestras para sindicalistas. O tema era a automação do mercado de trabalho, mas o principal assunto foi a política e as perspectivas para a eleição deste ano.
— É igual um treino livre da Fórmula 1. Todo mundo está andando sozinho na pista, decidindo o tipo de pneu, para chegar no treino oficial e achar um lugar bom no grid de largada — explicou Ciro Gomes à plateia, que tentava tirar da sua boca o desejo de uma aliança com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do PT.
Ciro despistou mas, no fim, disse que o PT tem todo o direito de lançar candidato próprio.
— Nem eu nem ele (Haddad) estamos tratando de uma chapa porque a gente sabe que a realidade de hoje não permite isso — disse.
Ex-governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin foi pelo mesmo caminho. Para ele, seria uma indelicadeza conversar sobre uma possível aliança com o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, possível nome do MDB para o pleito de outubro deste ano:
— Eu defendo o diálogo, a gente tem que conversar, conversar é sempre bom, sempre positivo.
Ciro e Alckmin estão empatados tecnicamente na terceira colocação das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha. À frente de ambos estão Marina Silva, da Rede, e Joaquim Barbosa, do PSB, cuja aliança também é aventada nos bastidores.
Na sua terceira tentativa em ocupar a Presidência, Marina também não deu chance de os boatos prosperarem. A dúvida, num eventual acordo entre os dois, seria saber quem abriria mão da cabeça de chapa. Barbosa chegou a conversar com a Rede e outros partidos antes de se filiar ao PSB, mas sempre fez questão de colocar seu interesse apenas no principal cargo do país.
Marina elogiou o ex-ministro do STF, mas afastou qualquer possibilidade de acordo. Segundo ela, a última conversa deles foi em dezembro de 2016, quando o senador Renan Calheiros se recusou a receber um ofício do STF afastando-o do cargo.
— Celebro a decisão do ministro Joaquim Barbosa de entrar na política, vai contribuir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário