Quatro dos cinco presidenciáveis disseram que era necessário rediscutir ou aperfeiçoar o texto em evento com sindicalistas
Marcelo Osakabe e Daniel Weterman | O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Um dos temas mais questionados por sindicalistas no evento organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) para a comemoração do 1º de maio, a reforma trabalhista recebeu tratamento crítico da maior parte dos pré-candidatos presentes. Questionados, quatro dos cinco presidenciáveis disseram que era necessário rediscutir ou aperfeiçoar o texto.
Presidente do partido do qual faz parte o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), deputado Rogério Marinho (RN), o ex-governador Geraldo Alckmin foi o que defendeu com maior empenho a reforma aprovada no ano passado, afirmando que era uma atualização necessária de um texto "inspirado no tempo do Mussolini".
"Se tem imperfeições, vamos corrigi-las", disse a uma plateia formada principalmente por sindicalistas. Alckmin também se posicionou contra o fim do imposto sindical, ainda que tenha deixado claro a necessidade de discussão sobre o custeio do movimento sindical.
Já o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, se posicionou do lado oposto do tucano, defendendo a revogação do texto. "Isso é uma perversão que faz parte de uma selvageria neoliberal, mofada, que se impôs ao Brasil a partir do golpe", disse o cearense. "Nós não temos que ter medo da reforma."
Pré-candidata da Rede, Marina Silva criticou a forma apressada com que ela foi discutida no Congresso, com pouco espaço para debate. A ex-senadora também criticou o fato de o Congresso ter deixado caducar a Medida Provisória 808, que ajustava pontos polêmicos do texto. "Agora voltou tudo que era antes (da MP), estamos em uma situação de total insegurança jurídica. Um grupo está em um sistema e outro grupo está em outro", disse.
Tom parecido foi adotado pelo presidenciável pelo Solidariedade, Aldo Rebelo. "Qualquer reforma tem que levar em conta a defesa do desenvolvimento, do crescimento, das empresas, mas também a proteção dos direitos dos mais fracos", disse Aldo, para quem não é possível revogar a reforma porque ainda está pendente um decreto prometido pelo governo para ajustar alguns pontos.
Para Guilherme Afif Domingos, do PSD, é preciso rediscutir a proposta. Ele defende uma legislação para grandes corporações e outra específica pra micro e pequenas empresas. "É para ser rediscutida, estamos em um momento de transição muito profundo e a perda de emprego é considerável", declarou. "É preciso fazer uma lei que fale das várias formas de trabalho e voltada para a realidade."
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