Ex-presidente vem insistindo na tese de candidatura única de centro
Dimitrius Dantas e Silvia Amorim | O Globo
-SÃO PAULO- O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu ontem o pré-candidato à Presidência da República Alvaro Dias (Podemos) em São Paulo para uma conversa sobre a união de candidaturas de centro nesta eleição. O encontro foi no apartamento de FH, na capital paulista. Depois da reunião, o ex-presidente viajou a Brasília.
Dias é o primeiro presidenciável com quem FH conversa reservadamente após o lançamento do manifesto por um polo democrático e reformista. O movimento tenta unificar as pré-candidaturas à Presidência identificadas como de centro — Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos).
Apesar da ofensiva, os três presidenciáveis têm rejeitado abrir mão de uma candidatura. Senador eleito pelo Paraná, Dias é apontado no PSDB como um dos entraves para o crescimento do presidenciável tucano no sul do país. O senador apareceu em quinto lugar na pesquisa Datafolha divulgada em junho com cerca de 4% das intenções de voto. Alckmin teve 6% e Marina, 15%.
O partido de Dias acompanha o movimento capitaneado por Fernando Henrique junto com PSDB, Rede, PPS, DEM e Novo. No último dia 28, a senadora Rose de Freitas foi a emissária de Dias no lançamento do polo em São Paulo, evento que contou com a presença do ex-presidente.
Na ocasião, Fernando Henrique foi enfático ao defender a unidade das campanhas, mas não precisou se ela deve ocorrer antes do primeiro turno.
— Não podemos perder muito tempo — disse. — Se for necessário, unamo-nos no primeiro turno, se não for possível, unamo-nos no segundo turno. Mas unamo-nos porque senão o pior pode acontecer.
Para as lideranças do centro democrático e reformista, há três momentos possíveis de união: antes das convenções, durante o primeiro turno ou no segundo turno. O temor, no entanto, é de que os candidatos do campo fiquem de fora. Deputado federal do PSDB, Marcos Pestana chegou a citar a possibilidade de que os candidatos renunciem à campanha caso seja necessário um voto útil naquele que estiver mais bem colocado.
Na conversa com o senador, que já foi do PSDB, o ex-presidente tucano alertou para os riscos de uma eleição marcada pela fragmentação das candidaturas de centro e a importância de uma convergência ainda no primeiro turno.
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