Reunião, organizada pelo jurista Miguel Reale, seria realizada na terça-feira
Dimitrius Dantas | O Globo
SÃO PAULO - Uma reunião entre representantes de candidatos de centro não aconteceu após Marina Silva, da Rede, e Henrique Meirelles, do MDB, desistirem na noite desta segunda-feira. Além deles, era esperada a participação de enviados de Álvaro Dias, do Podemos, e Geraldo Alckmin, do PSDB.
Um dos organizadores do encontro foi o jurista Miguel Reale Junior, ex-ministro da Justiça e um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, representantes dos candidatos foram procurados na última semana e se mostraram dispostos a participar de uma conversa. Reale destaca que a tentativa não tem relação direta com o manifesto assinado por Fernando Henrique Cardoso e que também cobrava uma união contra o que classificou de extremos. Ele afirma que, embora tenha publicado o documento, FH não chamou qualquer reunião.
Miguel Reale afirmou que a ideia do encontro era montar não apenas uma candidatura única, mas o que chamou de "governo de concertação", que reunisse todas as forças políticas que iriam se reunir.
- Seria um governo de concertação, com um plano de ação e que todos seriam governo. Chegaríamos a um nome, mas com vários candidatos governando junto em torno de um plano de ação - disse.
De acordo com o jurista, foi realizada nesta segunda-feira uma reunião prévia, feita a pedido da campanha de Marina. O encontro de assessores teria sido uma condição apresentada pela campanha.
Essa reunião, segundo Reale, aconteceu na noite desta segunda-feira, disse Reale, de forma virtual.
Alckmin enviou o coordenador de seu programa de governo, Luiz Felipe D'Ávila. Marina, por sua vez, enviou o pastor Caio Fábio. Os outros dois candidatos enviaram assessores. João Amoêdo (Novo) foi convidado mas recusou o convite antes da reunião virtual. Ciro Gomes não foi convidado.
A organização do encontro foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e confirmada ao GLOBO por Reale. Ao jornal, a campanha de Marina negou ter sido convidada e que nunca pensou em ir à reunião. A campanha da ambientalista afirmou mais cedo de que a informação da desistência de última hora não procedia.
- Foi convidada - disse Reale, que completou: - É uma mentira deslavada. A reunião prévia foi realizada por conta de um pedido da Marina.
Após a divulgação do encontro, a campanha da ex-senadora publicou uma nova nota, em que afirma que "declinou do convite". Segundo ela, a campanha foi procurada por pessoas ligadas ao jurista Miguel Reale Júnior para um encontro com os candidatos Álvaro Dias e João Amoêdo.
"Os contatos entre assessores prosseguiram até o domingo, quando foi informado que os candidatos Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles também participariam. Diante do novo contexto, ainda no domingo a assessoria de Marina Silva declinou do convite e sequer participou da reunião de segunda-feira", disse.
Procurado, Miguel Reale reafirmou a presença de um representante de Marina na reunião prévia, o pastor Caio Fábio.
Nos útlimos dias, quando questionados sobre a possibilidade de uma união na reta final da campanha, auxiliares de Marina garantem que a candidata não irá desistir.
Nesta terça-feira, Marina cumpriu apenas uma agenda, em São Paulo, onde participou de uma sabatina no Twitter.
Em agenda nesta terça-feira, Henrique Meirelles afirmou que um assessor seu foi consultado sobre a reunião. Segundo ele, a unificação das candidaturas de centro só ocorreria se Alckmin desistisse e o apoiasse.
- Não precisa de reunião, a solução é muito simples: basta um candidato do PSDB e de vários partidos do Centrão, Geraldo Alckmin, que está estagnado ou caindo nas pesquisas, renuncie a sua candidatura e me apoie porque eu sou o candidato do centro democrático que está crescendo - disse.
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