Laurentino Cortizo teve só 33% dos votos e fez apelo à união; ele pediu mais atenção dos EUA à região, sob risco de abrir espaço à China
Político veterano com formação nos Estados Unidos, Laurentino “Nito” Cortizo venceu a eleição presidencial mais acirrada da História do Panamá, realizada no último domingo, e pediu união nacional depois de receber apenas um terço dos votos (33,2%) em um país claramente dividido sobre sua escolha na votação de turno único. Ele ficou apenas cerca de dois pontos percentuais à frente do segundo colocado, Rómulo Roux, com 31% do eleitorado.
—O Panamá venceu hoje, e hoje, mais do que nunca, o Panamá precisa unir forças — disse o ex-ministro da Agricultura a apoiadores entusiasmados no discurso que fez à meia noite em hotel que serviu de sede da sua campanha.
Durante a campanha, Cortizo prometeu limpar apolítica do país, cuja imagem foi maculada por um escândalo de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrech te pelo caso dos Panamá Papers, o vazamento de milhões de documentos que detalham a sonegação fiscal de algumas das pessoas mais ricas do mundo usando a nação.
— Os panamenhos não querem, ou merecem, nem tolerarão mais do mesmo —acrescentou. Candidato pelo partido Mudança Democrática (CD, na sigla em espanhol), do ex-presidente Ricardo Martinelli,preso em investigação de um escândalo de espionagem, Roux relutou em admitira derrota, dizendo que encontrou irregularidades nas urnas de algumas zonas eleitorais. Ele só concedeu a vitória a Cortizo na tarde de ontem, quando já tinham sido apurados 97,6% dos votos:
— Respeito a democracia, respeito nossas instituições, e é por isso que, apesar das irregularidades que foram reportadas, nós vamos aceitar os resultados.
Cortizo, que tomará posse em 1º de julho, terá que equilibrar relações com os EUA e a China, uma vez que o atual presidente, Juan Carlos Varela, irritou Washington estabelecendo laços diplomáticos com Pequim, atualmente a segunda maior cliente do canal. Mas Cortizo já lançou um alerta, dizendo que os EUA têm de prestar mais atenção à América Central, sob risco de convidar a China a preencher o vazio deixado.
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