terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Doria vai ter que se nacionalizar para 2022, diz FHC

Em entrevista, ex-presidente comenta eleições de 2020 e futuro do governador do PSDB

Folha de São Paulo | Uol

Em um tom de conselho ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso disse que, se Doria quiser disputar as eleições presidenciais de 2022, terá de se nacionalizar.

Por enquanto, diz FHC, "ele é um bom líder paulista". As declarações foram feitas durante entrevista ao colunista do UOL Tales Faria nesta segunda (30). Veja o vídeo abaixo

"O Brasil é muito diverso, não adianta você pensar: 'vamos pegar uma pessoa que é do meu partido e acho que pode ser candidato. O Doria vai ter que se nacionalizar. Ele tem uma vantagem, os pais são da Bahia. Ele vai ter que 'baianizar', 'cariocar', 'gauchar', enfim, se é para expressar um sentimento nacional, você não pode ser de uma parte só, tem que atender essa diversidade do país."

FHC lembrou como se projetou nacionalmente para disputar a Presidência.

"Eu nasci no Rio, sou paulista, minha mãe amazonense, meu pai do Paraná, meus avós de Goiás, eu explorava isso. Não que eu quisesse ganhar politicamente. Queria, mas não é só isso. O Doria tem que usar esses instrumentos que tem para se transformar num líder nacional, por enquanto ele é um bom líder paulista", concluiu.

Para Fernando Henrique, Guilherme Boulos (PSOL) é uma "liderança emergente" da esquerda que lembra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo de sua carreira política.

"Tenho notado como ele costuma se desempenhar. Primeiro, mostrou uma coisa importante: dedicação às causas populares. Foi morar mais perto dos bairros populares e está muito ligado ao movimento sem-teto. Ele, quando fala, me dá impressão de imitar um pouco o Lula, é o jeitão dele, só que o Lula tinha o sindicalismo por trás dele, que é uma coisa mais ampla que ocupações. O Boulos simboliza a insatisfação de muita gente com a vida na cidade grande. Vai ser uma liderança para aparecer? É possível, provável", afirmou o tucano.

Nenhum comentário: