Em
entrevista, ex-presidente comenta eleições de 2020 e futuro do governador do
PSDB
Folha de São Paulo | Uol
Em
um tom de conselho ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o
ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso disse que, se
Doria quiser disputar as eleições presidenciais de 2022, terá de se
nacionalizar.
Por
enquanto, diz FHC, "ele é um bom líder paulista". As declarações
foram feitas durante entrevista ao colunista do UOL Tales Faria nesta segunda
(30). Veja o vídeo abaixo
"O
Brasil é muito diverso, não adianta você pensar: 'vamos pegar uma pessoa que é
do meu partido e acho que pode ser candidato. O
Doria vai ter que se nacionalizar. Ele tem uma vantagem, os pais são da
Bahia. Ele vai ter que 'baianizar', 'cariocar', 'gauchar', enfim, se é para
expressar um sentimento nacional, você não pode ser de uma parte só, tem que
atender essa diversidade do país."
FHC
lembrou como se projetou nacionalmente para disputar a Presidência.
"Eu
nasci no Rio, sou paulista, minha mãe amazonense, meu pai do Paraná, meus avós
de Goiás, eu explorava isso. Não que eu quisesse ganhar politicamente. Queria,
mas não é só isso. O Doria tem que usar esses instrumentos que tem para se
transformar num líder nacional, por enquanto ele é um bom líder paulista",
concluiu.
Para
Fernando Henrique, Guilherme
Boulos (PSOL) é uma "liderança emergente" da esquerda que
lembra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo de sua carreira
política.
"Tenho notado como ele costuma se desempenhar. Primeiro, mostrou uma coisa importante: dedicação às causas populares. Foi morar mais perto dos bairros populares e está muito ligado ao movimento sem-teto. Ele, quando fala, me dá impressão de imitar um pouco o Lula, é o jeitão dele, só que o Lula tinha o sindicalismo por trás dele, que é uma coisa mais ampla que ocupações. O Boulos simboliza a insatisfação de muita gente com a vida na cidade grande. Vai ser uma liderança para aparecer? É possível, provável", afirmou o tucano.
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