Assim
como Lula tem uma inveja quase sexual de FHC, Bozo explicita o seu pérfido
‘amor hétero’ contra Doria. A insistência de Bozo sobre Doria, acredito, já
configura assédio
Em
1933, assim que Hitler assumiu o poder na Alemanha, os diretores de museus
franceses se reuniram para listar as principais obras de arte do país a serem
escondidas caso houvesse uma guerra.
Queriam
preservar os acervos públicos e privados.
Quando
Hitler invadiu a Áustria, o heroico diretor do Louvre, Jacques Jaujard, tratou
de tirar a Mona Lisa das paredes e enviá-la para o Castelo de Chambord.
Data
da retirada: junho de 1938. Quase um ano antes do início da guerra, portanto.
Com
a Mona Lisa escondida, outras centenas de obras, como a Vênus de Milo e a
Vitória de Samotrácia, e cerca de 150 metros de pinturas (Tiziano, El Greco…)
logo tomaram a direção de outros castelos no sul da França.
Pelo
que se conta, a operação envolveu cerca de trezentos caminhões com uma carga
distribuída em quase seis mil caixas.
Ao
entrar em Paris, em 14 de junho de 1940, Hitler deparou-se com um Louvre
praticamente vazio (ao menos sem nada de muito valor).
A
precaução dos diretores das instituições, junto com a ação dos curadores,
evitou a desgraça de se perder fenomenal acervo, apesar de os militares
franceses gargantearem que Hitler jamais chegaria a Paris.
Não
só chegou em poucos dias como ali ficou por anos. O historiador Marc Bloch
escreveria páginas contundentes contra os míopes militares franceses — uma
inépcia que custou milhares de mortos, além da vergonha.
Desde janeiro passado se tem notícias da Covid-19, e de sua letalidade. Os militares ora no poder em Brasília negaram a contundência do vírus e preferiram o apego ao pensamento mágico. Quase 190 mil mortes depois, o ministro da Saúde, general Pazuello, se mostra mais perdido do que cachorro em dia de mudança.
Não
fosse o Doria, e o glorioso Instituto Butantan, continuaria o 7x1 da Covid
sobre a população brasileira. Porque os militares de Brasília, comandados por
um capitão reformado, não se alistaram nas pesquisas das vacinas, como ainda
deixaram de preparar a vacinação com a compra de seringas…
Pazuello
e Bozo, na França de 1940, teriam perdido a Mona Lisa, a Vênus e os vitrais das
catedrais de Chartres, Amiens e da belíssima Sainte-Chapelle de Paris.
Infelizmente
nesta tragédia brasileira falta a figura destemida de um herói como Jacques
Jaujard, diretor do Louvre que salvou o acervo do museu e, mesmo diante de
ameaça de fuzilamento, não entregou as obras aos nazistas, em especial a
Goering, o famoso ladrão do III Reich.
Acostumados
a governar por fake news e memes desonestos, os bozos agora contaminam não
apenas o presente como comprometem o futuro. A tentativa de desacreditar a
ciência leva a rede bozonarista a produzir e disseminar vídeos assustadores com
improváveis efeitos colaterais da vacina.
Surgem
pessoas babando, com o corpo contorcido, pescoço virado, caindo ao chão feito
moscas. Pelas cidades, pequenos grupos de bozos, vestidos de verde e amarelo,
com a bandeira às costas, gritam que não são cobaias para tomar a vacina. No
caso, o alvo é o governador de São Paulo, João Doria.
Assim
como Lula tem uma inveja quase sexual de FHC, Bozo explicita o seu pérfido
“amor hétero” contra Doria. A insistência de Bozo sobre Doria, acredito, já
configura assédio.
É
uma discórdia também medida no braço. Ano passado, chegaram a vivenciar olho no
olho um desafio nas flexões de solo, numa cena capaz de integrar a comédia gay
“Gaiola das Loucas”.
Doria
levou a melhor: fez 15 flexões perfeitas; Bozo, o ídolo de Crivella e Malafaia,
foi um arremedo de Oscarito em “O homem do sputinik”: só mexeu o pescoço.
Invadida,
parte da população francesa se afeiçoou aos nazistas, tolerando os assassinatos
dos judeus, dos comunistas e dos resistentes. Também a gloriosa Alemanha
negaceou as perseguições e crimes de Hitler, por julgar que era necessário um
expurgo na sociedade alemã.
No
Brasil não é diferente. Foi assim em 1964 quando acreditaram que João Goulart
fosse comunista e pediram a chegada dos militares. E é agora, quando cerca de
30% não se importam com a insanidade bozonarista. Chegou a hora de pedir,
então, que sejam patriotas: doe a sua dose de vacina. Pelo bem da pátria, da
família e da higiene.
*Miguel De Almeida é editor e diretor
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