Ex-presidente
será recebido hoje pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
Por
Andrea Jubé e Maria Cristina Fernandes / Valor Econômico
BRASÍLIA e SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou na manhã de ontem o deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília. O encontro, segundo interlocutores que o testemunharam, girou em torno da formação de palanques estaduais, preocupação central do ex-presidente para a montagem de sua candidatura em 2022.
No
Rio, Lula tem acenado com a possibilidade de vir a apoiar o deputado federal
Marcelo Freixo (Psol), com quem também se encontrou em sua passagem por
Brasília, para o governo do Estado. Maia e Freixo têm um bom diálogo. A maior
dificuldade para o apoio de Maia ao deputado é do próprio partido de Freixo,
que se manifestou contra alianças à direita.
No grupo político de Maia, porém, há a expectativa de que Freixo possa vir a mudar de partido para facilitar a montagem de um palanque mais amplo.
Depois
de se desentender com o presidente do DEM, o ex-prefeito de Salvador Antonio
Carlos Magalhães Neto, Maia anunciou que deixaria a sigla. Não definiu, porém,
a legenda à qual se filiará. Como Maia joga em dobradinha com o prefeito do
Rio, Eduardo Paes, espera-se que o deputado tome o mesmo rumo: o PSD do
ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
Kassab
foi recebido ontem por Lula no hotel onde o ex-presidente está hospedado, em
encontro também acompanhado pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a
presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Ele saiu sem falar com a imprensa.
Há
duas semanas, uma entrevista de Kassab ao Valor irritou o Palácio do
Planalto, porque o dirigente declarou que o presidente Jair Bolsonaro não deve
chegar ao segundo turno na sucessão presidencial devido ao desgaste na gestão
da pandemia.
Kassab
tem afirmado que o PSD terá candidatura própria à Presidência. Se não lançar
candidato, a tendência é que o partido assuma uma postura de neutralidade no
pleito de 2022 pelas diferenças regionais. Na Bahia, por exemplo, o senador
Otto Alencar, que esteve na terça-feira com Lula, é aliado do PT.
Também
se reuniram ontem com Lula: o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da
Força (SP), o primeiro vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) e o
líder do MDB, deputado Isnaldo Bulhões (AL). O PT não divulgou a agenda
completa de reuniões de Lula.
O
líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), disse ao Valor que
a maratona de reuniões de Lula na capital federal foi organizada para
“aproveitar o momento político de protagonismo dele”, diante da restituição de
seus direitos políticos pelo STF.
Rocha
contou que as conjunturas nos Estados e os possíveis palanques para 2022 foram
temas ventilados nas conversas.
Ainda
hoje, Lula deve se encontrar com o novo embaixador do Reino Unido no Brasil,
Peter Wilson, e com o embaixador da Argentina, Daniel Scioli.
Ele também será recebido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Amanhã, antes de retornar a São Paulo, Lula deve tomar café da manhã com o ex-presidente José Sarney.
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