quinta-feira, 15 de julho de 2021

Ricardo Noblat - Acordo entre poderes contra nova crise passava por calar Bolsonaro

Blog do Noblat / Metrópoles

Por alguns dias, pelo menos, o objetivo do pacto foi alcançado

Por vias tortas, como assessores de ministros comentavam nos corredores do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que propusera um acordo entre os poderes da República para barrar o surgimento de novas crises, conseguiu o que queria de fato: calar a boca do presidente Jair Bolsonaro durante algum tempo.

O que desde ontem se atribui a Bolsonaro nas redes sociais foi na verdade escrito ou digitado por seu filho Carlos, o Zero Dois, dono das senhas dele, o único autorizado a falar em nome do pai doente. E assim será até que ele se restabeleça e volte a deitar falação.

Na CPI da Covid, a ordem é tocar o barco como se nada acontecesse

Triste recordação de um presidente da República que agora pede para que rezem por ele

O presidente que pede orações aos seus devotos, faz menções a Deus porque está enfermo e prega o entendimento entre os brasileiros é o mesmo que, em 2015, antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff, declarou:

“Eu espero que acabe hoje [o mandato da Dilma], infartada ou com câncer, de qualquer maneira. O Brasil não pode continuar sofrendo com uma incompetente, ou ‘incompetenta’ à frente de um país tão grande e maravilhoso”.

Sua fala foi a coisa mais lembrada, ontem, entre senadores da CPI da Covid-19, tão logo se começou a discutir ali em voz baixa os possíveis desdobramentos políticos de sua enfermidade. Estranho foi considerado o fato de o vice-presidente voar para o exterior.

O general Hamilton Mourão embarcou para Angola e estará de volta neste sábado. Bolsonaro continuará governando o país intubado, como esteve, ou inconsciente se for operado. Dentro da CPI, a ordem é tocar o barco como se o mar fosse de almirante.

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