Blog do Noblat / Metrópoles
Por alguns dias, pelo menos, o objetivo do
pacto foi alcançado
Por vias tortas, como assessores de
ministros comentavam nos corredores do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que
propusera um acordo entre os poderes da República para barrar o surgimento de
novas crises, conseguiu o que queria de fato: calar a boca do presidente Jair
Bolsonaro durante algum tempo.
O que desde ontem se atribui a Bolsonaro
nas redes sociais foi na verdade escrito ou digitado por seu filho Carlos, o Zero
Dois, dono das senhas dele, o único autorizado a falar em nome do pai doente. E
assim será até que ele se restabeleça e volte a deitar falação.
Na CPI da Covid, a ordem é tocar o barco
como se nada acontecesse
Triste recordação de um presidente da República que agora pede para que rezem por ele
O presidente que pede orações aos seus
devotos, faz menções a Deus porque está enfermo e prega o entendimento entre os
brasileiros é o mesmo que, em 2015, antes da votação do impeachment de Dilma
Rousseff, declarou:
“Eu espero que acabe hoje [o mandato da Dilma],
infartada ou com câncer, de qualquer maneira. O Brasil não pode continuar
sofrendo com uma incompetente, ou ‘incompetenta’ à frente de um país tão grande
e maravilhoso”.
Sua fala foi a coisa mais lembrada, ontem,
entre senadores da CPI da Covid-19, tão logo se começou a discutir ali em voz
baixa os possíveis desdobramentos políticos de sua enfermidade. Estranho foi
considerado o fato de o vice-presidente voar para o exterior.
O general Hamilton Mourão embarcou para Angola e estará de volta neste sábado. Bolsonaro continuará governando o país intubado, como esteve, ou inconsciente se for operado. Dentro da CPI, a ordem é tocar o barco como se o mar fosse de almirante.
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