Blog do Noblat / Metrópoles
Pode não haver golpe. Nem por isso o
presidente deixará de tentar
A segunda-feira 2 de agosto de 2021 entrará
para a História como o dia em que a Justiça brasileira deu um “Basta” à
pretensão do presidente Jair Bolsonaro de aplicar um golpe militar caso seja
derrotado nas eleições do ano que vem.
O “Basta” não deverá produzir efeitos. O
golpe poderá ser abortado por falta de apoio. Nem por isso a data perderá
importância. Bolsonaro terminou o dia como aspirante a ser investigado no
Inquérito das Fakes News aberto no Supremo Tribunal Federal.
O Tribunal Superior Eleitoral abriu
inquérito administrativo sobre ataques à legitimidade das eleições. O inquérito
irá investigar os crimes de corrupção, fraude, condutas vedadas, propaganda
extemporânea e abuso de poder político e econômico.
Adivinhe quem será o alvo central desse novo inquérito… Ninguém mais do que Bolsonaro tenta desacreditar o sistema brasileiro de votação, que funciona muito bem há 25 anos. Ele disse que tinha provas de fraudes nas urnas eletrônicas. Recuou depois.
Quer a volta do voto impresso, que permitia
todo tipo de fraude. Vale-se para isso do dispositivo de comunicação do
governo. Comporta-se como candidato antes do tempo. Afronta todas as regras que
deveria respeitar. Entrou no radar da Justiça.
Isso mudará sua conduta? Certamente que
não. O embate com a Justiça satisfaz o desejo dos seus devotos radicais de ver
o circo pegar fogo – entre eles, militares da ativa e da reserva. Bolsonaro irá
em frente sem recolher as armas nem baixar o tom da voz.
Se por acaso acabar punido pela Justiça,
exibirá-se como vítima dela. Ao fim e ao cabo, a punição serviria como desculpa
para justificar eventual derrota no ano que vem. Ou para provocar atos de
violência que estariam na raiz do golpe que ele defende.
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