Negociação final inclui uma única candidatura à presidência. Na disputa, estão João Doria e Alessandro Vieira
Melissa Duarte / O Globo
BRASÍLIA — O Cidadania aprovou a formação de uma federação com o PSDB, modelo de
aliança pela qual os partidos participantes se comprometem a atuar juntos, como
uma só sigla, por pelo menos quatro anos. A decisão foi anunciada neste sábado
após reunião do Diretório Nacional, que angariou 56 votos — a maioria absoluta
é o mínimo necessário para selar o acordo.
Com a decisão, a regra geral é que o
partido presidido por Roberto Freire responda por 20% da governança da
federação, o que autoriza juntar o desempenho de todos os candidatos.
Outros arranjos podem ser feitos nos estados para comportar
as necessidades políticas.
Falta discutir os pontos finais, como
elaboração de estatuto, junto ao PSDB. Os tucanos já haviam dado aval, por unanimidade, à formação de aliança em reunião
da Executiva Nacional em janeiro.
Havia outras duas propostas em jogo para o
Cidadania: formar uma federação partidária com o PDT de Ciro Gomes ou com o
Podemos. Ambas foram derrotadas em votação.
— Foi um ótimo exercício de diálogo entre
os partidos e uma decisão democrática — afirmou Freire ao GLOBO.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse
em nota que a federação "fará a diferença no Congresso" e nas
próximas eleições presidenciais.
"Será também um passo importante na consolidação de partidos fortes, fundamentais para a consolidação das instituições brasileiras. Com essa decisão, o Cidadania se incorpora formalmente, junto o PSDB, na tentativa de uma federação ainda maior, com o diálogo em andamento entre MDB e União Brasil, com serviços prestados à democracia brasileira", acrescentou a nota.
Para o acordo final, a federação só poderá
ter um candidato à presidência. O governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), venceu as prévias tucanas e o senador Alessandro
Vieira (Cidadania-SE) é o nome cotado pela legenda para o Palácio do Planalto.
As duas pré-candidaturas estão mantidas até o momento e o
"pacto de candidatura única" deve se delinear nos próximos meses. Ao
GLOBO, Vieira afirmou que é "contra qualquer federação sem regras
adequadas". Sobre a possibilidade de sair do partido caso a federação se
concretize e escolha o tucano, afirmou:
— É muito prematuro — disse o
senador. — Vamos trabalhar na construção das melhores regras possíveis para uma
eventual federação. É preciso proteger os militantes e parlamentares lá da
base, que serão impactados por uma federação verticalizada por quatro anos.
Integrantes ligados aos dois partidos disseram
que a formalização deve sair antes de 31 de maio, prazo limite. As negociações
finais devem correr a partir de agora para formalizar
a federação partidária. A expectativa é de que terminem antes da data
final, mas não há previsão.
A negociação entre PSDB, MDB e União Brasil deve seguir
em andamento, mas numa espécie de “equação mais complexa”. Na avaliação de
interlocutores, traçar um caminho como esse será difícil, mas a possibilidade não
está descartada. A sigla também buscou uma aliança com o PSC, mas o bolsonarismo emperrou o
diálogo em fase inicial.
Um comentário:
Quando o assunto é sobre o Cidadania a fotografia que aparece é sempre a do Roberto Freire e não do colunista,estranho.
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